quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Veja bajula Dilma. É muito cínica!

Por Altamiro Borges

Das três, uma ou todas juntas: ou a revista Veja acha que seu leitor é um imbecil – no que tem parte de razão; ou ela gosta de fazer provocações; ou ela é oportunista e está atrás de anúncios publicitários. Após satanizar Dilma Rousseff, o panfleto direitista da famíglia Civita publicou às pressas uma edição extra para bajular a presidenta eleita.

Já na apresentação, a maior caradura: “Uma vitória de todos os brasileiros”. Que brasileiros cara pálida – ou melhor, filhote do Tio Sam? Nos dois meses finais da disputa eleitoral, a revista Veja estampou sete capas raivosas contra a candidata. Na véspera do eletrizante segundo turno, ela até acusou a ex-ministra de pressionar o secretário de Direitos Humanos para produzir dossiês contra José Serra. Não apresentou provas da acusação, nem sequer o áudio da suposta escuta telefônica.

Falsidade ideológica

Seus colunistas, sempre presos à coleira da famíglia Civita, acusaram a candidata de tudo o que é imaginável e inimaginável. Ou ela era “frágil, uma marionete do Lula”, ou ela era “autoritária e arrogante”, o inverso do conciliador Lula, e “romperia com o presidente”. No geral, todos eles rosnaram que “Dilma é incompetente”, “não tem habilidade política”, é uma “mera burocrata”.

Agora, a edição especial – que deveria ser processada por falsidade ideológica ou por desrespeito ao consumidor – “comemora a eleição de Dilma Rousseff”. A revista também traz os principais trechos do seu primeiro discurso após o anúncio do resultado do pleito. “O pronunciamento, feito na noite de domingo, mostrou uma presidente eleita senhora do lugar que agora ocupa e com plena consciência das prioridades políticas, econômicas e sociais do país”.

Medo da regulamentação do setor

Na escolha dos principais trechos, a Veja novamente tenta se travestir de baluarte da democracia. “Dilma reafirmou o respeito irrestrito à liberdade de expressão e seu reconhecimento de que ‘as críticas do jornalismo livre ajudam o país e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório’. Um grande começo”. A revistinha fascistóide morre mesmo de medo do avanço no debate sobre a democratização dos meios de comunicação no país.

Dilma Rousseff deve tomar muito cuidado com as bajulações da famíglia Civita. Agora, ela posa de civilizada. Mercenária, quer arrancar fartos anúncios publicitários. Direitista convicta, deseja enquadrar o futuro governo no figurino neoliberal. Ela perdeu a eleição, mas almeja ser vitoriosa política e comercialmente. Caso não consiga, apostará na desestabilização golpista, como já fez com Lula. E, na próxima campanha eleitoral, será novamente o cabo-eleitoral da direita.

Reação dos fiéis seguidores

Já os seus fanáticos leitores da TFP (Tradição, Família e Propriedade), do Opus Dei, das seitas fundamentalistas e da classe “mérdia” individualista e egoísta não precisam ficar preocupados. A revista Veja não mudou de lado. Não se converteu ao esquerdismo. Continuará destilando seu ódio ao sindicalismo, ao MST e a qualquer proposta mais progressista no Brasil e no mundo.

Mas não custa fazer uma sugestão a estes seres tão inteligentes: por que vocês, leitores fiéis, não cancelam de imediato a assinatura da Veja. Seria um alerta à famíglia Civita. Ajudaria a manter a revista como o principal partido da direita no país e como a sucursal rastaqüera dos interesses do império no Brasil. Além disso, garantiria o emprego de seus colunistas de coleira.

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4 comentários:

  1. Logo no início de seu artigo. A Veja acha que seu leitor é um imbecil. Só pode achar. Não sou imbecil e não leio Veja. Aliás, tenho até uma assinatura para meus mails.
    "Não leia a Veja.
    Se ler, não acredite.
    Se acreditar, não relinche."

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  2. dá-lhe Miro, melhor texto sobre este esmerdalho da Veja. (argh).
    Parabéns!

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  3. toda semana eles (revista veja)me pertubam para fazer uma assinatura. Eu respondo que nem de graça eu quero, pois prefiro o papel higienico.

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  4. Proposta para enfrentarmos o Partido da Imprensa Golpista (PIG): Boicote!


    A participação da imprensa nesta campanha política não deixou dúvidas: ela se organizou como um grande partido político e como tal agiu durante o processo eleitoral.

    Dilma venceu Serra, mas o Partido da Imprensa Golpista (PIG) - que é composto, principalmente, pela TV Globo, pelas revistas Veja e Época(Globo), pelos jornais O Globo, Folha e Estadão, e alguns outros menos destacados, meros repetidores regionais das calúnias destes - não se conformou e fará de tudo para prejudicar o futuro governo.

    Por isto, precisamos ficar atentos e partirmos já para um contra-ataque a esses órgãos da imprensa partidarizada, da forma mais fácil e mais simples que temos à nossa disposição, que é o boicote a eles.

    Todos sabemos que os canais de TV se financiam pela audiência que lhes damos, pois é ela que determina o preço dos comerciais que elas exibem. Quanto mais audiência, mais caro é o minuto de comercial. Os jornais e revistas, além do preço que pagamos para ler, também cobram para veicular uma propaganda de acordo com a sua quantidade de vendagem. Quanto maior o volume de vendas, mais caro é o cm da propaganda.
    Portanto, vamos fazer uma campanha junto aos nossos amigos, colegas e conhecidos para ninguém assistir a Globo, pois a Record, em primeiro lugar, e a Band, e segundo , tem um jornalismo mais independente e mais verdadeiro; para ninguém comprar a Folha e o Estadão, pois eles não fazem um jornalismo isento e ainda são contrários aos nossos interesses; para não comprar as revistas Veja e Época - porta vozes da extrema-direita - pois temos a Carta Capital, em primeiro lugar, e a Istoé, em segundo, como melhores opções, e não fazem parte do partido da imprensa.
    Foi depois de ler o editorial abaixo, do Brasília Confidencial, que resolvi me mexer e apresentar-lhes esta proposta. Vamos repassá-la, então, para todos os nossos contatos.

    Desta forma, não podemos financiar o Partido da Imprensa Golpista, que age contra nosso povo. Então, vamos nos mobilizar e reagir.
    Temos que agir, já! Eu já comecei.
    Ériton Fernando

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