Por Altamiro Borges
A revista Veja, quem diria, rompeu a blindagem protetora dos tucanos. Não deu manchete e nem fez estardalhaço, como é usual quando ataca os seus adversários, mas confirmou um boato que já corria pelos bastidores da política: os tucanos estão se bicando de forma sangrenta. Com o título “Alckmin demite funcionários da gestão José Serra”, a repórter Carolina Freitas informa que, em apenas quatro dias, “foram assinadas 39 ordens de exoneração do governo”, incluindo os secretários-adjuntos da Justiça e dos Transportes, o superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem e três chefes de gabinete.
Acostumada a amplificar somente as agruras dos seus adversários, como a disputa entre PT e PMDB por cargos federais, a revista parece surpresa com a violenta briga entre tucanos. “Nem sempre a vitória de um governador do mesmo partido significa continuidade. Em São Paulo, desde o primeiro dia de trabalho, o governador Geraldo Alckmin tem demitido pessoas que atuavam no gabinete do ex-governador José Serra e em funções estratégicas, do segundo e terceiro escalão. Nas secretarias, os cortes também são freqüentes, sob responsabilidade dos secretários nomeados por Alckmin”.
“Nervos estão à flor da pele”
A Veja confirma o que muitos ainda duvidavam. “Os nervos estão à flor da pele entre os tucanos de São Paulo. Na quarta, na missa em homenagem ao ex-governador Orestes Quércia, morto em dezembro, Alckmin e Serra só cruzaram olhares na hora em que os fieis foram convidados a saudar uns aos outros com a ‘paz de Cristo’, após a comunhão. Trocaram um rápido aperto de mãos... Após a derrota de Serra nas eleições presidenciais, aliados evitam verbalizar a insatisfação com a perda de espaço dele no novo governo, mas ela existe e é grande”. Alckmin dá o troco à traição de Serra na disputa pela prefeitura da capital em 2008.
O interessante é que o setor mais atingido por esta vingança maligna é exatamente o da comunicação. Durante o seu mandato, Serra investiu pesado em publicidade, em autopromoção. De 2005 a 2009, os gastos saltaram de R$ 69,8 milhões para R$ 329,5 milhões – aumento de 372%. Agora, Alckmin solicitou auditoria sobre estas estranhas despesas e suspendeu os contratos com as agências. Há indícios de que o novo governador também promoverá uma limpa na área de comunicação. Especula-se que alguns funcionários do setor foram acionados para a campanha de baixarias do José Serra nas eleições presidenciais.
O desmonte da comunicação serrista
Segundo a revista, “funcionários da Imprensa Oficial cedidos para a assessoria de comunicação foram dispensados e orientados a esperar novidades em casa. Podem ser reaproveitados. Ou demitidos. Por enquanto, o atendimento à imprensa do Palácio dos Bandeirantes acontece de forma precária, com quatro jornalistas. Nenhum dos contratos para prestação de serviços de assessoria de imprensa para o governador e para as secretarias foi renovado. Funcionários pagos por grandes agências, como CDN e Attachée de Presse, deixaram o governo. Alckmin fará nova licitação para definir quem fornecerá o serviço ao governo”.
Na sua vingança maligna, o novo governador ainda decidiu extinguir a própria Secretaria da Comunicação, transformada em uma coordenadoria, ainda sem orçamento definido. “O entendimento do grupo de Alckmin é de que havia recursos demais na área, usada para dar visibilidade aos feitos de Serra como governador e uma mãozinha à imagem do ex-governador, com vistas às eleições presidenciais. Nos anos Serra, o governo chegou a veicular publicidade da companhia paulista de saneamento, a Sabesp, fora do estado”, relata a revista.
A blindagem protetora da mídia
A matéria da revista Veja até daria uma excelente capa e poderia pautar outros veículos. Lógico que Geraldo Alckmin, procurado por Carolina Freitas, negou a guerra tucana. Mas não dá mais como esconder a sangrenta disputa. Infelizmente, o bom trabalho investigativo da repórter deverá cair no esquecimento. A mídia está mais preocupada em amplificar os factóides sobre as férias do ex-presidente Lula e a emissão de passaportes. Ela prefere instigar a cizânia no governo Dilma, batendo na tecla da disputa entre PT e PMDB pela partilha de cargos. Os tucanos não precisam se desesperar. A mídia continuará fazendo sua blindagem protetora.
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A revista Veja, quem diria, rompeu a blindagem protetora dos tucanos. Não deu manchete e nem fez estardalhaço, como é usual quando ataca os seus adversários, mas confirmou um boato que já corria pelos bastidores da política: os tucanos estão se bicando de forma sangrenta. Com o título “Alckmin demite funcionários da gestão José Serra”, a repórter Carolina Freitas informa que, em apenas quatro dias, “foram assinadas 39 ordens de exoneração do governo”, incluindo os secretários-adjuntos da Justiça e dos Transportes, o superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem e três chefes de gabinete.
Acostumada a amplificar somente as agruras dos seus adversários, como a disputa entre PT e PMDB por cargos federais, a revista parece surpresa com a violenta briga entre tucanos. “Nem sempre a vitória de um governador do mesmo partido significa continuidade. Em São Paulo, desde o primeiro dia de trabalho, o governador Geraldo Alckmin tem demitido pessoas que atuavam no gabinete do ex-governador José Serra e em funções estratégicas, do segundo e terceiro escalão. Nas secretarias, os cortes também são freqüentes, sob responsabilidade dos secretários nomeados por Alckmin”.
“Nervos estão à flor da pele”
A Veja confirma o que muitos ainda duvidavam. “Os nervos estão à flor da pele entre os tucanos de São Paulo. Na quarta, na missa em homenagem ao ex-governador Orestes Quércia, morto em dezembro, Alckmin e Serra só cruzaram olhares na hora em que os fieis foram convidados a saudar uns aos outros com a ‘paz de Cristo’, após a comunhão. Trocaram um rápido aperto de mãos... Após a derrota de Serra nas eleições presidenciais, aliados evitam verbalizar a insatisfação com a perda de espaço dele no novo governo, mas ela existe e é grande”. Alckmin dá o troco à traição de Serra na disputa pela prefeitura da capital em 2008.
O interessante é que o setor mais atingido por esta vingança maligna é exatamente o da comunicação. Durante o seu mandato, Serra investiu pesado em publicidade, em autopromoção. De 2005 a 2009, os gastos saltaram de R$ 69,8 milhões para R$ 329,5 milhões – aumento de 372%. Agora, Alckmin solicitou auditoria sobre estas estranhas despesas e suspendeu os contratos com as agências. Há indícios de que o novo governador também promoverá uma limpa na área de comunicação. Especula-se que alguns funcionários do setor foram acionados para a campanha de baixarias do José Serra nas eleições presidenciais.
O desmonte da comunicação serrista
Segundo a revista, “funcionários da Imprensa Oficial cedidos para a assessoria de comunicação foram dispensados e orientados a esperar novidades em casa. Podem ser reaproveitados. Ou demitidos. Por enquanto, o atendimento à imprensa do Palácio dos Bandeirantes acontece de forma precária, com quatro jornalistas. Nenhum dos contratos para prestação de serviços de assessoria de imprensa para o governador e para as secretarias foi renovado. Funcionários pagos por grandes agências, como CDN e Attachée de Presse, deixaram o governo. Alckmin fará nova licitação para definir quem fornecerá o serviço ao governo”.
Na sua vingança maligna, o novo governador ainda decidiu extinguir a própria Secretaria da Comunicação, transformada em uma coordenadoria, ainda sem orçamento definido. “O entendimento do grupo de Alckmin é de que havia recursos demais na área, usada para dar visibilidade aos feitos de Serra como governador e uma mãozinha à imagem do ex-governador, com vistas às eleições presidenciais. Nos anos Serra, o governo chegou a veicular publicidade da companhia paulista de saneamento, a Sabesp, fora do estado”, relata a revista.
A blindagem protetora da mídia
A matéria da revista Veja até daria uma excelente capa e poderia pautar outros veículos. Lógico que Geraldo Alckmin, procurado por Carolina Freitas, negou a guerra tucana. Mas não dá mais como esconder a sangrenta disputa. Infelizmente, o bom trabalho investigativo da repórter deverá cair no esquecimento. A mídia está mais preocupada em amplificar os factóides sobre as férias do ex-presidente Lula e a emissão de passaportes. Ela prefere instigar a cizânia no governo Dilma, batendo na tecla da disputa entre PT e PMDB pela partilha de cargos. Os tucanos não precisam se desesperar. A mídia continuará fazendo sua blindagem protetora.
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