Reproduzo entrevista concedida ao jornalista André Rossi, publicada no sítio da Revista Fórum:
Na quarta-feira da última semana, dia 9, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) foi impedida de conceder uma entrevista à Rádio Bandeirantes, para o programa Manhã Bandeirantes, de José Luiz Datena, por ordens superiores da direção da rádio e emissora de televisão.
Segundo a deputada, a solicitação de entrevista foi encaminhada pela produção do programa, que momentos antes da hora marcada para a conversa por telefone ligou para sua assessoria cancelando o combinado. Erundina falaria na ocasião sobre o Projeto de Lei n° 55/2011, que institui referendo popular para aprovar ou não reajustes nos vencimentos de parlamentares e presidente da República.
Ao procurar saber o motivo pelo qual a entrevista havia sido cancelada, a assessoria da deputada procurou a direção da Bandeirantes e ouviu diretamente do presidente João Carlos Saad que o veto era “uma resposta aos ataques que a deputada vinha fazendo à Rede Bandeirantes”.
A reportagem de Fórum entrou em contato com a parlamentar para saber sobre o caso. Entenda:
Em contato com o presidente da emissora, quais justificativas foram passadas para o veto da entrevista?
Acredito que essa medida foi inferida por conta da minha iniciativa em 2010 quando apresentei um requerimento junto à Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara, para a realização de audiências públicas com o objetivo de debater a renovação de concessões públicas de rádio e TV. Ele me acusou de perseguir a Bandeirantes e disse que, por mim, a rede já estaria fechada. Disse também que se eu tratava a Band daquela maneira, não deveria querer dar entrevistas a eles.
O que esse veto representa?
Considero isso um atentado à democracia. Eles falam tanto em liberdade de expressão e coíbem uma representante do povo e uma parlamentar que tem a responsabilidade de zelar pelo interesse público, como tratava meu Projeto de Lei.
Tudo aquilo que o mandato me permitir encaminhar para tentar criar um mecanismo de consulta à sociedade sobre a renovação de uma concessão pública eu farei. Não faço mais que minha obrigação.
Como você enxerga a relação do veto com o papel público da emissora?
Nada é mais do interesse público do que acompanhar o serviço concedido pelo Estado em nome do povo. Os grandes meios de comunicação no Brasil não admitem qualquer intromissão no seu oligopólio, o que contraria a discussão sobre o marco legal das comunicações no Brasil, tema que já está na agenda da sociedade. Mesmo assim, esse setor não conta com nenhuma participação da sociedade civil.
O caso ganhou muita repercussão nos últimos dias...
Repercutiu muito nas mídias virtuais e redes sociais. Foi uma questão muito importante, pois tratava de um referendo para reajustes de subsídios de parlamentares e membros do governo. Esse tema, ainda mais com esse veto, implodiu esse debate na sociedade.
Na quarta-feira da última semana, dia 9, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) foi impedida de conceder uma entrevista à Rádio Bandeirantes, para o programa Manhã Bandeirantes, de José Luiz Datena, por ordens superiores da direção da rádio e emissora de televisão.
Segundo a deputada, a solicitação de entrevista foi encaminhada pela produção do programa, que momentos antes da hora marcada para a conversa por telefone ligou para sua assessoria cancelando o combinado. Erundina falaria na ocasião sobre o Projeto de Lei n° 55/2011, que institui referendo popular para aprovar ou não reajustes nos vencimentos de parlamentares e presidente da República.
Ao procurar saber o motivo pelo qual a entrevista havia sido cancelada, a assessoria da deputada procurou a direção da Bandeirantes e ouviu diretamente do presidente João Carlos Saad que o veto era “uma resposta aos ataques que a deputada vinha fazendo à Rede Bandeirantes”.
A reportagem de Fórum entrou em contato com a parlamentar para saber sobre o caso. Entenda:
Em contato com o presidente da emissora, quais justificativas foram passadas para o veto da entrevista?
Acredito que essa medida foi inferida por conta da minha iniciativa em 2010 quando apresentei um requerimento junto à Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara, para a realização de audiências públicas com o objetivo de debater a renovação de concessões públicas de rádio e TV. Ele me acusou de perseguir a Bandeirantes e disse que, por mim, a rede já estaria fechada. Disse também que se eu tratava a Band daquela maneira, não deveria querer dar entrevistas a eles.
O que esse veto representa?
Considero isso um atentado à democracia. Eles falam tanto em liberdade de expressão e coíbem uma representante do povo e uma parlamentar que tem a responsabilidade de zelar pelo interesse público, como tratava meu Projeto de Lei.
Tudo aquilo que o mandato me permitir encaminhar para tentar criar um mecanismo de consulta à sociedade sobre a renovação de uma concessão pública eu farei. Não faço mais que minha obrigação.
Como você enxerga a relação do veto com o papel público da emissora?
Nada é mais do interesse público do que acompanhar o serviço concedido pelo Estado em nome do povo. Os grandes meios de comunicação no Brasil não admitem qualquer intromissão no seu oligopólio, o que contraria a discussão sobre o marco legal das comunicações no Brasil, tema que já está na agenda da sociedade. Mesmo assim, esse setor não conta com nenhuma participação da sociedade civil.
O caso ganhou muita repercussão nos últimos dias...
Repercutiu muito nas mídias virtuais e redes sociais. Foi uma questão muito importante, pois tratava de um referendo para reajustes de subsídios de parlamentares e membros do governo. Esse tema, ainda mais com esse veto, implodiu esse debate na sociedade.
Se alguém tinha um fiapo de dúvida sobre a necessidade de uma “Ley de Medios”, não tem mais. Essa gente nos dá, a todo instante, motivos para tal. Reforçam nossos argumentos. Os patrões se acham donos do patrimônio público. É ótimo que esses fatos venham à tona.
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