segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

TV Globo pode dar adeus ao Brasileirão

Reproduzo matéria publicada no sítio Vermelho:

Pela primeira vez, a TV Globo admite abrir mão do Campeonato Brasileiro de Futebol. Uma reunião de cúpula na quarta-feira passada definiu a posição da Globo na mais importante concorrência entre as TVs neste ano: a que decidirá em março quem transmitirá os Brasileirões de 2012, 2013 e 2014.
Hoje, a emissora da família Marinho paga R$ 250 milhões por temporada pelos direitos de transmissão para a TV aberta — e cerca de 600 milhões, quando se incluem a TV por assinatura, pay-per-view, etc. O Clube dos 13 já disse às emissoras que pretende, no mínimo, dobrar essa quantia.

A Globo está fazendo contas realistas. A emissora vai procurar o Clube dos 13 nos próximos dias para dizer que, por esse valor, está fora da disputa. Avalia que a partir de determinado montante não há retorno financeiro.

Foi somente neste ano que o Clube dos 13 resolveu mudar regras que vigem há anos. Hoje, a emissora que detém os direitos (a Globo) pode sub-licenciar as partidas para quem quiser (a Band no caso específico). O Clube dos 13 resolveu acabar com isso: o sub-licenciamento terá que ser aprovado pelos clubes — que, além disso, receberão ainda um percentual sobre esse repasse de direitos de transmissão.

De quebra, a venda dos direitos de transmissão do Brasileirão para a TV aberta será apenas para uma emissora. Havia uma possibilidade de se negociarem os jogos de quarta-feira e sábado para uma rede e os de quinta-feira e domingo para outra. Não há mais. Numa palavra, ou é Globo ou é Record. E quem ganhar a concorrência escolherá o horário em que os jogos ocorrerão.

Cade

A maior derrota sofrida pela Globo ocorreu em maio passado. Numa reunião histórica em Brasília, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) propôs um acordo entre clubes e emissoras de TV que acabaria com o monopólio da Globo nas transmissões de futebol. Para encerrar um processo que tramita desde 1997, o Cade sugeriu a extinção de uma cláusula que dá preferência à Globo nas renovações de contratos.

O Cade é um órgão vinculado ao Ministério da Justiça que regula a concorrência econômica no país. Funciona como um tribunal. Suas decisões têm ser cumpridas pelas partes envolvidas. O processo, que está em análise pelo conselheiro Cesar Mattos, teve início há 13 anos. Nele, o Clube dos 13 e a Globo são acusados de prática de cartelização.

Tudo porque a cláusula que dá preferência à Globo funciona como uma ferramenta de monopólio para a emissora. Na prática, a Globo pode cobrir a proposta de uma outra rede TV, ficando sempre com os direitos de exibição do Brasileirão. Nunca outra rede consegue tirar os direitos dela.

Pelo acordo proposto agora pelo Cade, o processo seria encerrado e o Clube dos 13 e a Globo, inocentados. Mas teriam de abrir mão da cláusula de preferência, permitindo que a Record (ou o SBT ou a Band) dispute os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, ou parte deles. O atual contrato da Globo com o Clube dos 13 vence no final de 2011.

Racha

Enquanto as emissoras se digladiam, o Clube dos 13 "rachou". Um documento em poder dos grandes clubes — uma espécie de "diagnóstico" da situação sob as novas regras das vendas dos direitos — mostra que há "racha" entre os dirigentes dos clubes e revela preocupação com o rumo do futebol na TV aberta nos próximos anos.

De um lado está o grupo que defende que a venda dos direitos do Brasileiro de 2012 e 2013 deverá ser feita à TV que fizer a maior proposta em termos financeiros. Esse grupo estaria mais alinhado com a Record, que, nos bastidores, fará oferta insuperável ao Clube dos 13. Especula-se que a Record possa oferecer de R$ 750 milhões a R$ 1 bilhão pelos direitos do Brasileiro 2012 e 2013. A emissora já tem a exclusividade sobre o próximo Pan-Americano e a próxima Olimpíada de 2012, em Londres.

Do outro lado estão clubes mais alinhados com a Globo (e Band), que acreditam que há um risco muito grande de se tirar o futebol da Globo pura e simplesmente. Para esse grupo, a troca poderia afetar negativamente não só a audiência dos jogos — mas também a publicidade em estádios e a venda de produtos ligados ao futebol. Segundo esse grupo, a Record não teria condições de, em um ano, obter os mesmos índices de audiência que a Globo no horário dos jogos.

Representantes das emissoras e dos clubes vêm se reunindo com frequência, no intuito de criar "parcerias" estratégicas. A Record estaria em contato com emissários da Rede TV!, Band e SBT, com intuitos "estratégicos" contra a Globo. Os times, por sua vez, estão divididos e não chegam a um acordo sobre qual a melhor e mais lucrativa fórmula ou proposta das TV’s para o futebol.

4 comentários:

  1. Neymário

    Faz tempo que torço pelo fracasso absoluto de (quase) todas as seleções brasileiras de futebol masculino. A repugnância tem diversos motivos. Um deles, talvez menos grave que o resto, é o tratamento conferido pela crônica esportiva a certos jogadores de atitudes questionáveis. Sob o pretexto de louvar suas eventuais habilidades técnicas, ela finge não ver a falta de caráter e de profissionalismo, a arrogância, o mau exemplo, etc, amiúde exagerando aquelas para compensar os defeitos. Romário é o melhor exemplo recente de tais distorções.
    Neymar trilha o mesmo caminho. O triunfo do time brasileiro no sul-americano sub-20 não conseguirá ofuscar a lamentável exibição de firulas, encenações, indisciplinas e provocações perpetradas pelo jogador santista. Usando o jargão do regulamento, é um atleta que se aproveita de “atitudes antidesportivas” para superar os adversários. Há quem chame isso de genial.
    Pouco importa, nesta análise, se Neymar é o Garrincha (ou o Romário) que julga ser. Ele está se transformando num jogador manjado. Os árbitros por enquanto apenas ignoram seus malabarismos, tolerando acintosas reclamações que não engoliriam em outros atletas. Mas em breve começarão a puni-lo. E o moço, que já mostrou possuir miolos mal cozidos, pode entrar num círculo vicioso de imbecilidades que termine por desmoralizá-lo. A imprensa que o glorifica ajudará a destruí-lo. Sinceramente, não consigo lamentar.

    http://www.guilherme.scalzilli.nom.br/

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  2. Eu quero ver a Globo se f...

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  3. O Lauro Jardim,da inVeja,também parece ter jogado a toalha,pois a Globo parece não concordar com a concorrência.

    O negócio é que o povo vai assistir o futebol de qualquer jeito,seja na Globo,seja na Record.

    Claro que a Record - se ganhar a disputa - vai precisar investir em qualidade,e variar as transmissões,que com a Globo entope o sul com futebol paulista,e satura o norte-noreste com o futebol carioca.

    Vai ser legal ver,finalmente,um concorrência bacana contra a poderosa Globo.Quem sabe a emissora carioca reveja e analise o cenário para mehorar sua programação e respeitar mais as vontades do Povo brasileiro.

    Carlos Rico

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  4. Olá,estou começando um trabalho e gostaria que você mim seguisse também no blog do Walney Batista,sua presença só vem enriquecer ainda mais minha página.Um abraço e obrigado.

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