Reproduzo matéria de Leonardo Severo e Tatiana Melim, publicado no sítio da CUT:
"É preciso levantar a voz para servir à verdade”. A síntese da declaração enviada pelo escritor amazonense Thiago de Melo aos participantes do debate “O cerco midiático contra Cuba”, faz um contraponto às “notícias” paridas nos antros das agências internacionais de desinformação sobre a Ilha caribenha ou qualquer país que trilhe um caminho independente.
Realizado na noite de terça-feira no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, o debate reuniu os escritores Fernando Morais e Mário Augusto Jakobskind; o cônsul geral de Cuba no Brasil, Lázaro Mendes; o presidente do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, Altamiro Borges, e o presidente do Sindicato, Guto Camargo, que abordaram os diferentes padrões de manipulação utilizados pela mídia para tentar impor seus mesquinhos interesses como verdade.
Como alertou o jornalista Mário Jakobskind, que lançou no evento a segunda edição do seu livro “Cuba, apesar do bloqueio”, as fontes noticiosas estadunidenses sobre a Ilha nada mais são do que “sucursais rastaqüeras do império”. “A partir do momento em que Cuba opta pelo seu sistema ela passa a ser bloqueada não só pelos Estados Unidos, mas também pela mídia. É o bloqueio da desinformação”, explicou.
Conforme Jakobskind, os meios de comunicação apresentam Cuba como uma ditadura, como se Fidel e Raul Castro fossem donos da ilha, tentando passar uma visão unilateral e preconceituosa sobre o país. Caindo no ridículo, a revista Forbes chegou a publicar que o então presidente Fidel era um dos homens mais ricos do mundo.
Entre as mentiras mais propaladas, a de que há “presos políticos” em Cuba, desconhecendo – sempre - a longa lista de crimes e sabotagens de elementos marginais a que a mídia qualifica apenas como “oposicionistas”, a fim de ludibriar incautos.
Na imprensa brasileira, este comportamento mentiroso e irresponsável acontece, principalmente, porque a mídia comercial repete ideias pregadas pelos veículos norte-americanos. “Nós apenas reproduzimos as suas mentiras. Até mesmo parte da esquerda brasileira desconhece a sociedade cubana, seja pelas informações falsas da imprensa ou por má formação”, disse Jakobskind.
“No Brasil, há um bloqueio interno da informação dentro das redações, um cerco midiático que precisamos romper para fazer com que o jornalismo seja uma função séria”, acrescentou Guto Camargo.
Citando artigo do sociólogo e jornalista Laurindo Lalo Leal Filho, Altamiro Borges alertou que as agências internacionais têm pauta única, distorcendo a realidade conforme as conveniências do momento. Conforme o presidente do Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, promotor do evento em parceira com o sítio Opera Mundi, o Comitê dos Cinco Patriotas Cubanos e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), há uma crescente tomada de consciência da população sobre a ação deletéria dos monopólios de imprensa.
Patriotas cubanos
Jakobskind advertiu ainda para a necessidade de dar visibilidade à prisão dos cinco cubanos (Fernando González, Ramón Labañino, Gerardo Hernández e René González, Antonio Guerrero) “absurdamente acusados de espiões” e que encontram-se encarcerados há 13 anos nos Estados Unidos em condições precárias, sem que nem os familiares possam visitá-los. De acordo com Jakobskind, é preciso lembrar o presidente Obama, que estará no Brasil durante o próximo final de semana, “que direitos humanos são necessários”.
“Sou testemunha do cerco e da brutalidade da mídia com a revolução cubana, que se expressa claramente em relação à desinformação quanto aos cinco cubanos presos acusados de espionagem nos EUA”, declarou Fernando Morais. Na tentativa de romper o bloqueio midiático a respeito da saga dos cinco heróis cubanos, Morais escreveu o livro “Os últimos soldados da Guerra Fria”, que será lançado em maio pela Companhia das Letras.
Autor de clássicos como A Ilha e Olga, Morais recorda que quando do desaparecimento da União Soviética, com quem Cuba mantinha sólidas e solidárias relações econômicas, “houve um baque brutal da noite para o dia”, e o governo revolucionário teve de recorrer ao turismo, “para ter dinheiro vivo, na mão”. Foram os tempos dificílimos do “período especial”, em que o povo cubano deu “exemplo de tenacidade e convicção” e o governo provou que tem o apoio da população.
Diante dos resultados positivos obtidos, recordou, a extrema direita radicada em Miami, reunida no restaurante chamado “Pentagonito”, aumentou a agressividade e resolveu multiplicar as sabotagens com bombas e “desenvolver uma política de atentados contra hotéis, aviões, bancos e operadoras de turismo”, o governo cubano decidiu enviar agentes para que se infiltrassem nas redes criminosas, a fim de desbaratar tais ações e proteger a população e os turistas.
“Com patriotismo, todos eles viviam modestamente em Miami, em quitinetes, e tinham de lutar por sua sobrevivência”, ressaltou. Uma de suas ações impediu a entrada de farta quantidade de explosivo C4, utilizado para derrubar prédios e aviões. Após o fracasso de inúmeras ações, visivelmente inviabilizadas pela ação dos agentes da inteligência cubana, houve uma mobilização da extrema direita e o Departamento de Estado dos EUA saiu à caça dos cubanos. Presos, os cinco se mantiveram altivos e pagam, desde 1998, pelo crime de lutaram contra criminosos.
Representação cubana
Romper o bloqueio midiático a Cuba seria falar a verdade sobre o país, apresentar à sociedade os fatos. No entanto, segundo Lázaro Mendes, cônsul geral de Cuba, os norte-americanos não querem que todos saibam a verdade sobre Cuba e o seu processo revolucionário. “Os imperialistas escondem a nossa história de um país que sofria com a ditadura de Fulgêncio Batista e com a pobreza extrema, pois se beneficiavam dela. Hoje somos um país com a taxa de mortalidade infantil quase zero, temos 76 mil médicos formados em Cuba para atuar de maneira solidária em todo o mundo, ensinamos o nosso povo a ler para poder questionar, e acreditamos na revolução”, explica Mendes em referência às conquistas e avanços do processo revolucionário cubano.
A recente condenação a 15 anos de prisão do agente do Departamento de Estado dos EUA, Alan Gross, flagrado enquanto montava uma sofisticada rede de aparelhos de espionagem dentro de Cuba, foi abordada como uma resposta soberana do país, em defesa da independência e da integridade territorial. As alegações de Gross de que estaria colocando os equipamentos para estruturar uma rede de internet para a comunidade judaica foi desmentida pelos dois líderes da comunidade na Ilha.
Para José Reinaldo Carvalho, diretor do Cebrapaz, Cuba cumpre um “papel internacional de bastião da resistência” contra os ataques imperialistas e dá exemplo de desprendimento e determinação. “Os países que se insurgem, que lutam contra o imperialismo têm sido alvo do terrorismo das bombas ou do terrorismo midiático”, enfatizou.
Entre outros jornalistas, participaram do evento Sérgio Gomes, da Oboré; João Franzin, da Agência Sindical e Paulo Donizetti, da Rede Brasil Atual.
"É preciso levantar a voz para servir à verdade”. A síntese da declaração enviada pelo escritor amazonense Thiago de Melo aos participantes do debate “O cerco midiático contra Cuba”, faz um contraponto às “notícias” paridas nos antros das agências internacionais de desinformação sobre a Ilha caribenha ou qualquer país que trilhe um caminho independente.
Realizado na noite de terça-feira no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, o debate reuniu os escritores Fernando Morais e Mário Augusto Jakobskind; o cônsul geral de Cuba no Brasil, Lázaro Mendes; o presidente do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, Altamiro Borges, e o presidente do Sindicato, Guto Camargo, que abordaram os diferentes padrões de manipulação utilizados pela mídia para tentar impor seus mesquinhos interesses como verdade.
Como alertou o jornalista Mário Jakobskind, que lançou no evento a segunda edição do seu livro “Cuba, apesar do bloqueio”, as fontes noticiosas estadunidenses sobre a Ilha nada mais são do que “sucursais rastaqüeras do império”. “A partir do momento em que Cuba opta pelo seu sistema ela passa a ser bloqueada não só pelos Estados Unidos, mas também pela mídia. É o bloqueio da desinformação”, explicou.
Conforme Jakobskind, os meios de comunicação apresentam Cuba como uma ditadura, como se Fidel e Raul Castro fossem donos da ilha, tentando passar uma visão unilateral e preconceituosa sobre o país. Caindo no ridículo, a revista Forbes chegou a publicar que o então presidente Fidel era um dos homens mais ricos do mundo.
Entre as mentiras mais propaladas, a de que há “presos políticos” em Cuba, desconhecendo – sempre - a longa lista de crimes e sabotagens de elementos marginais a que a mídia qualifica apenas como “oposicionistas”, a fim de ludibriar incautos.
Na imprensa brasileira, este comportamento mentiroso e irresponsável acontece, principalmente, porque a mídia comercial repete ideias pregadas pelos veículos norte-americanos. “Nós apenas reproduzimos as suas mentiras. Até mesmo parte da esquerda brasileira desconhece a sociedade cubana, seja pelas informações falsas da imprensa ou por má formação”, disse Jakobskind.
“No Brasil, há um bloqueio interno da informação dentro das redações, um cerco midiático que precisamos romper para fazer com que o jornalismo seja uma função séria”, acrescentou Guto Camargo.
Citando artigo do sociólogo e jornalista Laurindo Lalo Leal Filho, Altamiro Borges alertou que as agências internacionais têm pauta única, distorcendo a realidade conforme as conveniências do momento. Conforme o presidente do Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, promotor do evento em parceira com o sítio Opera Mundi, o Comitê dos Cinco Patriotas Cubanos e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), há uma crescente tomada de consciência da população sobre a ação deletéria dos monopólios de imprensa.
Patriotas cubanos
Jakobskind advertiu ainda para a necessidade de dar visibilidade à prisão dos cinco cubanos (Fernando González, Ramón Labañino, Gerardo Hernández e René González, Antonio Guerrero) “absurdamente acusados de espiões” e que encontram-se encarcerados há 13 anos nos Estados Unidos em condições precárias, sem que nem os familiares possam visitá-los. De acordo com Jakobskind, é preciso lembrar o presidente Obama, que estará no Brasil durante o próximo final de semana, “que direitos humanos são necessários”.
“Sou testemunha do cerco e da brutalidade da mídia com a revolução cubana, que se expressa claramente em relação à desinformação quanto aos cinco cubanos presos acusados de espionagem nos EUA”, declarou Fernando Morais. Na tentativa de romper o bloqueio midiático a respeito da saga dos cinco heróis cubanos, Morais escreveu o livro “Os últimos soldados da Guerra Fria”, que será lançado em maio pela Companhia das Letras.
Autor de clássicos como A Ilha e Olga, Morais recorda que quando do desaparecimento da União Soviética, com quem Cuba mantinha sólidas e solidárias relações econômicas, “houve um baque brutal da noite para o dia”, e o governo revolucionário teve de recorrer ao turismo, “para ter dinheiro vivo, na mão”. Foram os tempos dificílimos do “período especial”, em que o povo cubano deu “exemplo de tenacidade e convicção” e o governo provou que tem o apoio da população.
Diante dos resultados positivos obtidos, recordou, a extrema direita radicada em Miami, reunida no restaurante chamado “Pentagonito”, aumentou a agressividade e resolveu multiplicar as sabotagens com bombas e “desenvolver uma política de atentados contra hotéis, aviões, bancos e operadoras de turismo”, o governo cubano decidiu enviar agentes para que se infiltrassem nas redes criminosas, a fim de desbaratar tais ações e proteger a população e os turistas.
“Com patriotismo, todos eles viviam modestamente em Miami, em quitinetes, e tinham de lutar por sua sobrevivência”, ressaltou. Uma de suas ações impediu a entrada de farta quantidade de explosivo C4, utilizado para derrubar prédios e aviões. Após o fracasso de inúmeras ações, visivelmente inviabilizadas pela ação dos agentes da inteligência cubana, houve uma mobilização da extrema direita e o Departamento de Estado dos EUA saiu à caça dos cubanos. Presos, os cinco se mantiveram altivos e pagam, desde 1998, pelo crime de lutaram contra criminosos.
Representação cubana
Romper o bloqueio midiático a Cuba seria falar a verdade sobre o país, apresentar à sociedade os fatos. No entanto, segundo Lázaro Mendes, cônsul geral de Cuba, os norte-americanos não querem que todos saibam a verdade sobre Cuba e o seu processo revolucionário. “Os imperialistas escondem a nossa história de um país que sofria com a ditadura de Fulgêncio Batista e com a pobreza extrema, pois se beneficiavam dela. Hoje somos um país com a taxa de mortalidade infantil quase zero, temos 76 mil médicos formados em Cuba para atuar de maneira solidária em todo o mundo, ensinamos o nosso povo a ler para poder questionar, e acreditamos na revolução”, explica Mendes em referência às conquistas e avanços do processo revolucionário cubano.
A recente condenação a 15 anos de prisão do agente do Departamento de Estado dos EUA, Alan Gross, flagrado enquanto montava uma sofisticada rede de aparelhos de espionagem dentro de Cuba, foi abordada como uma resposta soberana do país, em defesa da independência e da integridade territorial. As alegações de Gross de que estaria colocando os equipamentos para estruturar uma rede de internet para a comunidade judaica foi desmentida pelos dois líderes da comunidade na Ilha.
Para José Reinaldo Carvalho, diretor do Cebrapaz, Cuba cumpre um “papel internacional de bastião da resistência” contra os ataques imperialistas e dá exemplo de desprendimento e determinação. “Os países que se insurgem, que lutam contra o imperialismo têm sido alvo do terrorismo das bombas ou do terrorismo midiático”, enfatizou.
Entre outros jornalistas, participaram do evento Sérgio Gomes, da Oboré; João Franzin, da Agência Sindical e Paulo Donizetti, da Rede Brasil Atual.
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