Reproduzo matéria publicada no sítio Vermelho:
Cerca de 10 milhões de pessoas participaram neste domingo (1º) das manifestações organizadas pelas centrais sindicais em 200 cidades do país (Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central e CGTB), de acordo com informações de dirigentes dessas entidades. Em São Paulo, o ato reuniu 1,5 milhão segundo os organizadores ou mais de 1 milhão de acordo com estimativas da polícia.
Temperado por sorteios de automóveis e pela apresentação de artistas populares, o evento na capital paulista, realizado na Avenida Marques de São Vicente, acabou mais cedo (por volta das 15 horas) em função da forte chuva que caiu sobre a cidade. Mas isto não prejudicou o ato político, que aconteceu antes.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, lembrou que o 1º de Maio nasceu da luta pela redução da jornada de trabalho e defendeu a redução da jornada no Brasil para 36 horas, sem redução de salários.
Elogio à unidade
O presidente nacional do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, afirmou que a unidade das centrais é um exemplo de maturidade política e enfatizou a importância do 1º de Maio. “É um dia de grande significado para a classe trabalhadora apresentar suas demandas e homenagear os mártires de Chicago”. As centrais sindicais “são aliadas das forças progressistas na luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento”, disse.
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, leu uma mensagem da presidente Dilma Rousseff, que sofreu um princípio de pneumonia e não pode comparecer. O texto ressaltou a política de reajuste do salário mínimo e o compromisso da presidente no combate à inflação.
O ministro também elogiou o caráter pluripartidário do evento e comentou a presença do governador Geraldo Alckmin e do senador Aécio Neves, ambos tucanos, para e dizer, não sem um leve toque de ironia, que é bom que tenham comparecido para “sentir o cheiro do povo”. Quem não gostou muito da presença dos cardeais do PSDB foi o povo. Alckmin recebeu vaias.
Força e garra
A manifestação foi uma demonstração da força, garra e determinação das centrais, na opinião do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia. Ele caracterizou o acontecimento como histórico e enfatizou que a Câmara Federal deve refletir e contemplar as reivindicações da classe trabalhadora. “Não há razão para a existência do Parlamento se ele não estiver ao lado da classe trabalhadora”, salientou.
O sindicalista José Ortiz, representante da Federação Sindical Mundial (FSM) para a América Latina, assegurou que a classe trabalhadora tem os mesmos interesses e anseios no Brasil e nos demais países da América Latina, comungando da luta contra o imperialismo e as consequências adversas da crise do capitalismo, que prejudica muito mais o trabalho do que o capital. “Não existe solução fora da luta de classes”, acentuou.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que o 1º de Maio é uma boa oportunidade para conscientizar empresas e trabalhadores sobre a necessidade de equipamentos de segurança no trabalho. "Perto de 4% do total de trabalhadores ativos têm problemas de acidentes no trabalho, alguns até mais graves, como casos de mutilação".
Principais reivindicações
O ato, entrecortado por shows e falas políticas, chamou a atenção do público para as principais reivindicações da classe trabalhadora: Redução da jornada sem redução de salários; fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias; igualdade entre homens e mulheres; valorização do serviço público e do servidor público; trabalho decente; reforma agrária; educação; qualificação profissional e redução da taxa de juros.
Em suas intervenções, mais uma vez, os sindicalistas reforçaram a importância da participação e mobilização da população para o país continuar avançando através da implantação de um projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho.
Hora de dividir o “bolo”
Abrindo as falas dos presidentes das centrais, Wagner Gomes, presidente da CTB, defendeu as bandeiras escolhidas para o 1º de Maio deste ano e sua importância para a melhora das condições de vida dos trabalhadores.
“Preparamos esse eventos para prestar uma grande homenagem ao trabalhador. Hoje é dia de comemorar, mas também é dia de reivindicar. De fazermos uma reflexão. Estamos aqui para fazer uma reflexão. A luta dos trabalhadores não é só pelas 40 horas semanais — mas também pela concretização de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania, fortalecimento da nação e valorização do trabalho. Esperamos o bolo crescer. Agora que ele cresceu está na hora de repartir. Não podemos ter um país rico e um povo pobre”, destacou o Gomes.
Emprego e renda
Para ele esse será um ano decisivo para a classe trabalhadora, quando, mais uma vez, entram na pauta as discussões sobre a redução da jornada, o fim do fator previdenciário, a valorização do trabalho, a criação de novos empregos, entre outras. “A cada ano entram no 1,5 milhões de novos trabalhadores no mercado. Portanto precisamos de mais empregos. O país pede a criação de novos empregos. E uma das medidas capaz de promover esse aumento da oferta é a redução da jornada de trabalho”, refletiu o presidente da CTB.
Opinião compartilhada pelos demais presidentes das centrais. “Precisamos da redução da jornada para gerar mais empregos e implantar o trabalho decente, com o combate à precarização das condições de trabalho”, destacou José Calixto, presidente da Nova Central, que lembrou também dos problemas enfrentados pelos trabalhadores rurais, que esperam há anos pela Reforma Agrária.
“Hoje é dia de protesto. Viemos aqui para dizermos que queremos mais e para mostrar que unidos somos fortes e que podemos conquistar mais emprego, salário. Aqui estão as centrais que lutam pelos trabalhadores. Por mais emprego, saúde, educação. Vamos combater essa política equivocada de juros altos que só prejudica e corrói o salário do trabalhador, privilegiando os grandes banqueiros", destacou Antonio Neto, presidente da CGTB.
Ricardo Patah, presidente da UGT, elogiou a presidente Dilma, mas criticou a distribuição de renda.
Após as falas dos presidentes das centrais, o presidente da Força Paulo Pereira, o Paulinho, enalteceu a unidade das centrais e ressaltou a importância da Agenda da Classe Trabalhadores, documento unitário das centrais aprovado por aclamação durante a 2ª Conclat.
Cerca de 10 milhões de pessoas participaram neste domingo (1º) das manifestações organizadas pelas centrais sindicais em 200 cidades do país (Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central e CGTB), de acordo com informações de dirigentes dessas entidades. Em São Paulo, o ato reuniu 1,5 milhão segundo os organizadores ou mais de 1 milhão de acordo com estimativas da polícia.
Temperado por sorteios de automóveis e pela apresentação de artistas populares, o evento na capital paulista, realizado na Avenida Marques de São Vicente, acabou mais cedo (por volta das 15 horas) em função da forte chuva que caiu sobre a cidade. Mas isto não prejudicou o ato político, que aconteceu antes.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, lembrou que o 1º de Maio nasceu da luta pela redução da jornada de trabalho e defendeu a redução da jornada no Brasil para 36 horas, sem redução de salários.
Elogio à unidade
O presidente nacional do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, afirmou que a unidade das centrais é um exemplo de maturidade política e enfatizou a importância do 1º de Maio. “É um dia de grande significado para a classe trabalhadora apresentar suas demandas e homenagear os mártires de Chicago”. As centrais sindicais “são aliadas das forças progressistas na luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento”, disse.
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, leu uma mensagem da presidente Dilma Rousseff, que sofreu um princípio de pneumonia e não pode comparecer. O texto ressaltou a política de reajuste do salário mínimo e o compromisso da presidente no combate à inflação.
O ministro também elogiou o caráter pluripartidário do evento e comentou a presença do governador Geraldo Alckmin e do senador Aécio Neves, ambos tucanos, para e dizer, não sem um leve toque de ironia, que é bom que tenham comparecido para “sentir o cheiro do povo”. Quem não gostou muito da presença dos cardeais do PSDB foi o povo. Alckmin recebeu vaias.
Força e garra
A manifestação foi uma demonstração da força, garra e determinação das centrais, na opinião do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia. Ele caracterizou o acontecimento como histórico e enfatizou que a Câmara Federal deve refletir e contemplar as reivindicações da classe trabalhadora. “Não há razão para a existência do Parlamento se ele não estiver ao lado da classe trabalhadora”, salientou.
O sindicalista José Ortiz, representante da Federação Sindical Mundial (FSM) para a América Latina, assegurou que a classe trabalhadora tem os mesmos interesses e anseios no Brasil e nos demais países da América Latina, comungando da luta contra o imperialismo e as consequências adversas da crise do capitalismo, que prejudica muito mais o trabalho do que o capital. “Não existe solução fora da luta de classes”, acentuou.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse que o 1º de Maio é uma boa oportunidade para conscientizar empresas e trabalhadores sobre a necessidade de equipamentos de segurança no trabalho. "Perto de 4% do total de trabalhadores ativos têm problemas de acidentes no trabalho, alguns até mais graves, como casos de mutilação".
Principais reivindicações
O ato, entrecortado por shows e falas políticas, chamou a atenção do público para as principais reivindicações da classe trabalhadora: Redução da jornada sem redução de salários; fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias; igualdade entre homens e mulheres; valorização do serviço público e do servidor público; trabalho decente; reforma agrária; educação; qualificação profissional e redução da taxa de juros.
Em suas intervenções, mais uma vez, os sindicalistas reforçaram a importância da participação e mobilização da população para o país continuar avançando através da implantação de um projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho.
Hora de dividir o “bolo”
Abrindo as falas dos presidentes das centrais, Wagner Gomes, presidente da CTB, defendeu as bandeiras escolhidas para o 1º de Maio deste ano e sua importância para a melhora das condições de vida dos trabalhadores.
“Preparamos esse eventos para prestar uma grande homenagem ao trabalhador. Hoje é dia de comemorar, mas também é dia de reivindicar. De fazermos uma reflexão. Estamos aqui para fazer uma reflexão. A luta dos trabalhadores não é só pelas 40 horas semanais — mas também pela concretização de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania, fortalecimento da nação e valorização do trabalho. Esperamos o bolo crescer. Agora que ele cresceu está na hora de repartir. Não podemos ter um país rico e um povo pobre”, destacou o Gomes.
Emprego e renda
Para ele esse será um ano decisivo para a classe trabalhadora, quando, mais uma vez, entram na pauta as discussões sobre a redução da jornada, o fim do fator previdenciário, a valorização do trabalho, a criação de novos empregos, entre outras. “A cada ano entram no 1,5 milhões de novos trabalhadores no mercado. Portanto precisamos de mais empregos. O país pede a criação de novos empregos. E uma das medidas capaz de promover esse aumento da oferta é a redução da jornada de trabalho”, refletiu o presidente da CTB.
Opinião compartilhada pelos demais presidentes das centrais. “Precisamos da redução da jornada para gerar mais empregos e implantar o trabalho decente, com o combate à precarização das condições de trabalho”, destacou José Calixto, presidente da Nova Central, que lembrou também dos problemas enfrentados pelos trabalhadores rurais, que esperam há anos pela Reforma Agrária.
“Hoje é dia de protesto. Viemos aqui para dizermos que queremos mais e para mostrar que unidos somos fortes e que podemos conquistar mais emprego, salário. Aqui estão as centrais que lutam pelos trabalhadores. Por mais emprego, saúde, educação. Vamos combater essa política equivocada de juros altos que só prejudica e corrói o salário do trabalhador, privilegiando os grandes banqueiros", destacou Antonio Neto, presidente da CGTB.
Ricardo Patah, presidente da UGT, elogiou a presidente Dilma, mas criticou a distribuição de renda.
Após as falas dos presidentes das centrais, o presidente da Força Paulo Pereira, o Paulinho, enalteceu a unidade das centrais e ressaltou a importância da Agenda da Classe Trabalhadores, documento unitário das centrais aprovado por aclamação durante a 2ª Conclat.
Dia do trabalhador: o tema é muito caro àqueles comprometidos com os direitos humanos dos trabalhadores: a fiscalização do cumprimento da legislagição do trabalho e das normas de SST.
ResponderExcluirEm que pese alguns comentários no sentido de que “fiscalização não serve pra nada” ou “coitado do empresário que já paga tantos impostos” ou, ainda, “pra que mais servidores?”, é fato que a fiscalização do trabalho no Brasil enfrenta hoje o que talvez seja a sua pior crise.
A crise é tão aguda que o próprio discurso oficial já começa a dar sinais do colapso. Essa semana o Ministro Lupi reconheceu publicamente na PB a insuficiência do número de auditores no estado (nos outros estados a situação é rigorosamente a mesma). Para aqueles que são contra a fiscalização do trabalho: quem paga a conta pelas mortes e acidentes incapacitantes ocorridas no trabalho somos todos nós através do INSS. Ou seja, as empresas ficam com o lucro construído com desrespeito à vida humana e nós ficamos com a conta, isso sem falar no prejuízo humano, na tragédia humana e social que representa uma morte no trabalho.
O Brasil só perde em acidentes no trabalho para a China, Índia e Indonésia! Obviamente a mídia não denuncia tal fato. Por que será? Quais os interesses em jogo? Quais são as empresas que hoje estão recebendo rios de dinheiro do PAC e a quem não interessa ser fiscalizado?
A redução à condição analoga à de escravo e o trabalho infantil ainda são realidade no Brasil. As mortes no trabalho só aumentam (40 só em obras do PAC).
O Brasil não pode prescindir de uma fiscalização do trabalho forte, eficiente.
Infelizmente, o governo ainda não deu sinais claros de que pretende cobrar a efetividade da legislação trabalhista. Pelo contrário: o MTE está cada vez mais sucateado, com reduzidíssimo número de fiscais, sem equipamentos, sem condições físicas de fuincionar (em AL o MPT pediu a interdição do prédio onde funciona a SRTE por risco de desabamento!).
Lembro: a conta pelo descumprimento das normas de SST e legislação do trabalho é paga por todos nós.
As empreiteiras contratadas para as obras do PAC agradecem.
Não consigo ver qualquer motivo razoável para estas centrais terem levado ao palanque o Alckmin e o Aécio. Faltou respeito com os direitos dos trabalhadores.
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