Por Altamiro Borges
Na madrugada desta segunda-feira, o presidente dos EUA anunciou, em tom eufórico, a morte de Osama Bin Laden, líder da rede Al Qaeda, acusada de ser a responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. “Digo às famílias que perderam seus parentes que a justiça foi feita”, afirmou Barack Obama em cadeia nacional de rádio e televisão.
Bin Laden teria sido executado por soldados estadunidenses num esconderijo em Abottabad, a 115 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão. Autoridades locais informaram à agência de notícias Reuters que a operação foi resultado “de uma parceria entre a CIA, o serviço secreto dos EUA, e as tropas paquistanesas”. O corpo do líder da Al Qaeda foi retido pelos EUA.
Euforia de Obama e da mídia colonizada
Segundo o noticiário internacional, logo após o pronunciamento milhares de pessoas foram festejar em frente à Casa Branca, aos gritos de “obrigado, Obama” e “USA”. O presidente dos EUA, vítima de uma acentuada queda de popularidade, pode respirar mais aliviado. Já os estadunidenses, vítimas da crise econômica e do desemprego, puderam externar o patriotismo do império.
Na mídia colonizada, a euforia também é enorme – como se a execução de Bin Laden superasse os traumas dos EUA, metidos em uma prolongada recessão e enfiados em desgastantes frentes de guerra. Em êxtase, muitos comentaristas deixaram, inclusive, de lembrar que Osama Bin Laden foi uma invenção do próprio império, nas suas ações imperialistas pelo mundo.
De aliado a inimigo dos EUA
Para um jornalismo mais sério e menos servil bastaria consultar até a revista “Aventuras na História”, publicada pela Editora Abril. Na reportagem intitulada “De aliado a inimigo nº 1: Bin Laden”, Carolina Pulici lembra que o “perigoso terrorista” – “um abastado jovem muçulmano, educado junto à realeza da Arábia Saudita” –, foi uma criação dos EUA no sombrio período da “guerra fria”.
A sinistra relação teve início no final dos anos 1970, no Afeganistão. Para derrubar o governo nacionalista deste país estratégico, que contava com o apoio da União Soviética, os EUA financiaram e treinaram um grupo de rebeldes. “Sob a justificativa de que era preciso conter a expansão soviética no Terceiro Mundo, o presidente Ronald Reagan propôs armar os rebeldes afegãos, que chamou de freedom fighters (ou guerreiros da liberdade)”. Bin Laden passou a ser o principal amigo dos EUA no conflito.
Feitiço contra o feiticeiro
Com a derrubada do governo afegão e a derrota dos soviéticos, porém, a sua guerra santa, “jihad”, voltou-se contra as ambições do imperialismo estadunidense na região. A invasão do Iraque em 1990 e a instalação de uma base militar na Arábia Saudita, em 1991, agravam os conflitos entre os antigos aliados. Bin Laden “passou a financiar e dar apoio logístico aos mais variados movimentos de insurgência islâmica e declarou que expulsaria os americanos com as próprias mãos do território sagrado do Islã”.
É desta fase a organização da Al Qaeda (“a base”), uma rede de seguidores espalhados pelo mundo dispostos à “guerra santa” contra os EUA. Em fevereiro de 1993, o grupo explode um carro-bomba no subsolo do World Trade Center, em Nova York, matando seis pessoas. Em outubro, ataca a embaixada ianque na Somália, matando 18. Após uma série de atentados, a Al Qaeda promove sua ação mais audaciosa, com os ataques às torres gêmeas de Nova York e ao Pentágono, em 11 de setembro de 2001.
Agente da CIA?
Estas ações terroristas nunca contaram com apoio das forças anti-imperialistas. Fidel Castro, líder da revolução cubana e crítico das políticas belicistas e expansionistas dos EUA, prestou solidariedade imediata às vítimas dos atentados de 11 de setembro. Em reportagem do jornal britânico The Guardian, em junho passado, ele chegou a dizer que Bin Laden fazia o jogo dos EUA:
“Toda vez que Bush ia agitar o medo em seus discursos, Bin Laden aparecia, ameaçando as pessoas com uma história sobre o que ia fazer... Quem mostrou que ele é, na verdade, agente da CIA, foi o Wikileaks, que provou com documentos”. Quase dez anos após os atentados de 11 de setembro, Osama Bin Laden – expressão do “feitiço que virou contra o feiticeiro” – agora é executado no Paquistão.
Na madrugada desta segunda-feira, o presidente dos EUA anunciou, em tom eufórico, a morte de Osama Bin Laden, líder da rede Al Qaeda, acusada de ser a responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. “Digo às famílias que perderam seus parentes que a justiça foi feita”, afirmou Barack Obama em cadeia nacional de rádio e televisão.
Bin Laden teria sido executado por soldados estadunidenses num esconderijo em Abottabad, a 115 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão. Autoridades locais informaram à agência de notícias Reuters que a operação foi resultado “de uma parceria entre a CIA, o serviço secreto dos EUA, e as tropas paquistanesas”. O corpo do líder da Al Qaeda foi retido pelos EUA.
Euforia de Obama e da mídia colonizada
Segundo o noticiário internacional, logo após o pronunciamento milhares de pessoas foram festejar em frente à Casa Branca, aos gritos de “obrigado, Obama” e “USA”. O presidente dos EUA, vítima de uma acentuada queda de popularidade, pode respirar mais aliviado. Já os estadunidenses, vítimas da crise econômica e do desemprego, puderam externar o patriotismo do império.
Na mídia colonizada, a euforia também é enorme – como se a execução de Bin Laden superasse os traumas dos EUA, metidos em uma prolongada recessão e enfiados em desgastantes frentes de guerra. Em êxtase, muitos comentaristas deixaram, inclusive, de lembrar que Osama Bin Laden foi uma invenção do próprio império, nas suas ações imperialistas pelo mundo.
De aliado a inimigo dos EUA
Para um jornalismo mais sério e menos servil bastaria consultar até a revista “Aventuras na História”, publicada pela Editora Abril. Na reportagem intitulada “De aliado a inimigo nº 1: Bin Laden”, Carolina Pulici lembra que o “perigoso terrorista” – “um abastado jovem muçulmano, educado junto à realeza da Arábia Saudita” –, foi uma criação dos EUA no sombrio período da “guerra fria”.
A sinistra relação teve início no final dos anos 1970, no Afeganistão. Para derrubar o governo nacionalista deste país estratégico, que contava com o apoio da União Soviética, os EUA financiaram e treinaram um grupo de rebeldes. “Sob a justificativa de que era preciso conter a expansão soviética no Terceiro Mundo, o presidente Ronald Reagan propôs armar os rebeldes afegãos, que chamou de freedom fighters (ou guerreiros da liberdade)”. Bin Laden passou a ser o principal amigo dos EUA no conflito.
Feitiço contra o feiticeiro
Com a derrubada do governo afegão e a derrota dos soviéticos, porém, a sua guerra santa, “jihad”, voltou-se contra as ambições do imperialismo estadunidense na região. A invasão do Iraque em 1990 e a instalação de uma base militar na Arábia Saudita, em 1991, agravam os conflitos entre os antigos aliados. Bin Laden “passou a financiar e dar apoio logístico aos mais variados movimentos de insurgência islâmica e declarou que expulsaria os americanos com as próprias mãos do território sagrado do Islã”.
É desta fase a organização da Al Qaeda (“a base”), uma rede de seguidores espalhados pelo mundo dispostos à “guerra santa” contra os EUA. Em fevereiro de 1993, o grupo explode um carro-bomba no subsolo do World Trade Center, em Nova York, matando seis pessoas. Em outubro, ataca a embaixada ianque na Somália, matando 18. Após uma série de atentados, a Al Qaeda promove sua ação mais audaciosa, com os ataques às torres gêmeas de Nova York e ao Pentágono, em 11 de setembro de 2001.
Agente da CIA?
Estas ações terroristas nunca contaram com apoio das forças anti-imperialistas. Fidel Castro, líder da revolução cubana e crítico das políticas belicistas e expansionistas dos EUA, prestou solidariedade imediata às vítimas dos atentados de 11 de setembro. Em reportagem do jornal britânico The Guardian, em junho passado, ele chegou a dizer que Bin Laden fazia o jogo dos EUA:
“Toda vez que Bush ia agitar o medo em seus discursos, Bin Laden aparecia, ameaçando as pessoas com uma história sobre o que ia fazer... Quem mostrou que ele é, na verdade, agente da CIA, foi o Wikileaks, que provou com documentos”. Quase dez anos após os atentados de 11 de setembro, Osama Bin Laden – expressão do “feitiço que virou contra o feiticeiro” – agora é executado no Paquistão.
Bom, agora falta caçar e eliminar os responsáveis pelo massacre de seres humanos na PALESTINA, no Iraque, Afganistão, Sudão, Costa do Marfim, Somália, Líbia, etc, etc, etc...
ResponderExcluirAfinal, são todos também Terroristas com a penas uma diferença: Têm o "verniz" de serem ocidentais.
Clap, clap, clap... Aonde eu assino?
ResponderExcluirTexto fantástico caro altamiro, Parabéns, vou tomatr a liberdade de copiar para meu blog e citar a fonte sim. Seu blog é uma fonte de sabedoria!
ResponderExcluirExcelente !!!!
ResponderExcluirSeria muito bom se a história sempre fosse vista por inteiro, em todas as suas facetas, nuances e contextos !!!
Parabéns !
E a história é cíclica mesmo, agora eles estão armando os "rebeldes" da Líbia, os novos freedom fighters... os EUA são o Ouroboros em forma de nação, morrerão comendo o próprio rabo.
ResponderExcluirExcelente texto!
ResponderExcluirE a história é cíclica mesmo, agora eles armam os "rebeldes" da Líbia, os novos freedom fighters... os EUA são o Ouroboros em forma de nação, morrerão comendo o próprio rabo.
Cara vc disse td!!!v Eh td que eu penso!!!
ResponderExcluirEu nunca acreditei em Osama e esta fato apenas comprova o que eu jah pensava.
Na vdd tb nunca acreditei que os Arabes que praticaram o 11 de SET e sim os proprios estadunidenses.
Um povo que se diz tão Cristão como os estadunidenses são os mais diabolicos que existem.