Por Antônio Mello, em seu blog:
Misturar saúde e McDonald’s numa mesma frase é uma contradição em termos. Uma coisa anula a outra. No entanto, não é de hoje (é bom que se diga), existe uma parceria entre o Ministério da Saúde e o McDonald’s. Para promover a saúde.
Li no Viomundo uma carta indignada de professores doutores reclamando da parceria.
*****
É ocioso notar que o objetivo dessa campanha da rede McDonald’s é associar o consumo dos produtos que ela comercializa a comportamentos saudáveis e a induzir o consumidor a pensar que esses produtos deveriam ou poderiam ser consumidos frequentemente (‘alimentos do dia a dia’) e a negar que eles pudessem ser menos saudáveis do que alimentos tradicionais da dieta brasileira.
Ainda mais ociosa é a constatação de que a inscrição dos símbolos do Ministério da Saúde no material publicitário da empresa legitima a campanha e aumenta em muito sua eficácia.
Senhor Ministro, a própria composição nutricional do cardápio da rede Mcdonald’s, descrita nas toalhas, revela quão enganosa é esta campanha publicitária. Por exemplo, a ingestão de um Big Mac (que não é o maior dos sanduíches oferecidos no cardápio) acompanhada de uma porção média de batatas fritas, de um copo médio de refrigerante e de uma porção pequena do sorvete com calda da rede fornece dois terços do total de calorias que um adulto poderia consumir ao longo de todo o dia e praticamente todas as calorias diárias necessárias para uma criança.
*****
A única parceria possível entre Ministério da Saúde e Mcdonald’s tem que ser semelhante à que existe com a indústria do fumo. Exemplo. No sanduíche Big Tasty da rede deveria vir escrito:
"O Ministério da Saúde adverte: O consumo de um único Big Tasty corresponde a 63% de todo o sódio que o indivíduo poderia ingerir por dia e a 109% da ingestão diária máxima de gorduras saturadas".
Assim em todos os demais itens. E não apenas do Mcdonald’s, mas em todas as lojas de fast food.
E mais - importantíssimo - a proibição da venda casada de sanduíches com brinquedos e demais brindes, a associação do produto com imagens positivas do universo infantil - como o palhaço Ronald McDonald, por exemplo. Sobre este assunto, sugiro a leitura de Médicos dos Estados Unidos pedem a aposentadoria do palhaço Ronald McDonald. Peça você também.
Para que você tenha uma ideia de como isso está disseminado no mundo, veja o que aparece quando pesquiso por Mcdonald’s no Google imagens (clique na imagem para ampliá-la):
O Ministério da Saúde postou nota no Facebook sobre o assunto. Trecho:
"O Ministério da Saúde mantém parceria com 384 empresas brasileiras, de diversos setores, que nos apoiam em iniciativas de promoção da saúde e prevenção de doenças. A participação destes parceiros nos ajuda a ampliar o alcance e a visibilidade de nossas campanhas informativas, mas sem implicar endosso irrestrito do ministério às práticas e condutas das empresas".
Agora, como seria a mesma nota, do ponto de vista do McDonald's (aviso: a nota a seguir não existe, foi criada por mim a título de exemplo):
"O McDonald's mantém parceria com o Ministério da Saúde, que nos apoia em iniciativas de promoção de venda e aumento de market share e de lucros. A participação deste parceiro nos ajuda a ampliar o alcance e a visibilidade de nossa propaganda, mas sem implicar endosso irrestrito do McDonald's às práticas e condutas potencialmente saudáveis do Ministério".
Misturar saúde e McDonald’s numa mesma frase é uma contradição em termos. Uma coisa anula a outra. No entanto, não é de hoje (é bom que se diga), existe uma parceria entre o Ministério da Saúde e o McDonald’s. Para promover a saúde.
Li no Viomundo uma carta indignada de professores doutores reclamando da parceria.
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É ocioso notar que o objetivo dessa campanha da rede McDonald’s é associar o consumo dos produtos que ela comercializa a comportamentos saudáveis e a induzir o consumidor a pensar que esses produtos deveriam ou poderiam ser consumidos frequentemente (‘alimentos do dia a dia’) e a negar que eles pudessem ser menos saudáveis do que alimentos tradicionais da dieta brasileira.
Ainda mais ociosa é a constatação de que a inscrição dos símbolos do Ministério da Saúde no material publicitário da empresa legitima a campanha e aumenta em muito sua eficácia.
Senhor Ministro, a própria composição nutricional do cardápio da rede Mcdonald’s, descrita nas toalhas, revela quão enganosa é esta campanha publicitária. Por exemplo, a ingestão de um Big Mac (que não é o maior dos sanduíches oferecidos no cardápio) acompanhada de uma porção média de batatas fritas, de um copo médio de refrigerante e de uma porção pequena do sorvete com calda da rede fornece dois terços do total de calorias que um adulto poderia consumir ao longo de todo o dia e praticamente todas as calorias diárias necessárias para uma criança.
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A única parceria possível entre Ministério da Saúde e Mcdonald’s tem que ser semelhante à que existe com a indústria do fumo. Exemplo. No sanduíche Big Tasty da rede deveria vir escrito:
"O Ministério da Saúde adverte: O consumo de um único Big Tasty corresponde a 63% de todo o sódio que o indivíduo poderia ingerir por dia e a 109% da ingestão diária máxima de gorduras saturadas".
Assim em todos os demais itens. E não apenas do Mcdonald’s, mas em todas as lojas de fast food.
E mais - importantíssimo - a proibição da venda casada de sanduíches com brinquedos e demais brindes, a associação do produto com imagens positivas do universo infantil - como o palhaço Ronald McDonald, por exemplo. Sobre este assunto, sugiro a leitura de Médicos dos Estados Unidos pedem a aposentadoria do palhaço Ronald McDonald. Peça você também.
Para que você tenha uma ideia de como isso está disseminado no mundo, veja o que aparece quando pesquiso por Mcdonald’s no Google imagens (clique na imagem para ampliá-la):
O Ministério da Saúde postou nota no Facebook sobre o assunto. Trecho:
"O Ministério da Saúde mantém parceria com 384 empresas brasileiras, de diversos setores, que nos apoiam em iniciativas de promoção da saúde e prevenção de doenças. A participação destes parceiros nos ajuda a ampliar o alcance e a visibilidade de nossas campanhas informativas, mas sem implicar endosso irrestrito do ministério às práticas e condutas das empresas".
Agora, como seria a mesma nota, do ponto de vista do McDonald's (aviso: a nota a seguir não existe, foi criada por mim a título de exemplo):
"O McDonald's mantém parceria com o Ministério da Saúde, que nos apoia em iniciativas de promoção de venda e aumento de market share e de lucros. A participação deste parceiro nos ajuda a ampliar o alcance e a visibilidade de nossa propaganda, mas sem implicar endosso irrestrito do McDonald's às práticas e condutas potencialmente saudáveis do Ministério".
Esse é um comportamento comum dessas grandes vendedoras de veneno como o McDonald's e a Coca-cola, também fiz um artigo sobre o assunto, confere lá no vigia da tv
ResponderExcluirhttp://vigiadatv.blogspot.com