Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Cheguei atrasado ao auditório da CNTC, em Brasília, na noite de ontem – o vôo atrasou quase 3 horas. Lula acabara de fazer seu pronunciamento no II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas e ia deixando o local. Ainda pude acompanhar, de fora da multidão de repórteres da grande imprensa e blogueiros, quando ele entrava no carro.
Uma vez dentro do auditório, chego no meio da exposição do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para uma platéia de meio milhar de pessoas. Após tratar de assuntos variados, sobretudo no que diz respeito ao Plano Nacional de Banda Larga, o ministro se dispôs a responder a perguntas dos presentes.
Inscrevi-me entre os perguntadores e levei ao ministro a questão que há dias este blog propôs como sendo crucial em qualquer pretenso projeto de realmente democratizar a comunicação no Brasil, a questão da concentração de propriedade de meios de comunicação.
Para não cansar o leitor com detalhes, perguntei ao ministro se efetivamente o governo tinha ou não intenção de propor ao Congresso Nacional um projeto de lei em que figurasse a proibição da “propriedade cruzada” de meios de comunicação tal qual fizeram países como Argentina, Bolívia, Equador ou Venezuela.
Considero que o ministro Paulo Bernardo não respondeu minha questão. Deixou uma interrogação no ar. Fez um gracejo sobre não ter como enveredar mais a fundo sobre o assunto e deixou o tema de lado. Apesar disso, posso garantir que grande parte daquelas centenas de pessoas que o ouviam pensa exatamente como eu.
O presidente Lula, em sua brilhante exposição, destacou o papel dos blogueiros progressistas durante o processo eleitoral do ano passado. E agradeceu o apoio.
Apesar de ser um fã incondicional do eterno presidente Lula, devo ser franco e dizer que ele não precisaria nos agradecer pois não fizemos por ele e, sim, para evitar que o país caísse nas mãos não só dessa direita que se uniu em torno de Serra, mas para evitar que caísse nas mãos de um homem que, particularmente, julgo que perdeu o contato com a realidade…
Penso que o governo Dilma, o PT, a classe política e a grande imprensa ainda não entenderam bem o que é o movimento em que se constituiu a blogosfera dita progressista. O público dessa blogosfera, os movimentos sociais e, sobretudo, o cidadão comum, os leitores dos blogs, não se satisfazem com o que se está propondo como avanço nas comunicações.
A concentração na comunicação brasileira é inaceitável e incompatível com um país que almeja se tornar o que o Brasil almeja. Do poder, espera-se propostas muito mais claras e muito mais ousadas para que blogueiros possam fazer a parte deles no projeto de país em curso. Posso garantir que é esse o sentimento majoritário desse movimento.
Ninguém quer cargos ou sinecuras de qualquer espécie. Não se pede nada, nada, absolutamente nada que não seja de interesse público.
Até o próximo domingo, os debates prosseguem no II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. Participarei de uma mesa sobre militância digital e quero avançar nas questões elencadas neste texto. E faço votos de que o Encontro, como um todo, estabeleça quais são, afinal, os seus objetivos centrais.
Cheguei atrasado ao auditório da CNTC, em Brasília, na noite de ontem – o vôo atrasou quase 3 horas. Lula acabara de fazer seu pronunciamento no II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas e ia deixando o local. Ainda pude acompanhar, de fora da multidão de repórteres da grande imprensa e blogueiros, quando ele entrava no carro.
Uma vez dentro do auditório, chego no meio da exposição do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para uma platéia de meio milhar de pessoas. Após tratar de assuntos variados, sobretudo no que diz respeito ao Plano Nacional de Banda Larga, o ministro se dispôs a responder a perguntas dos presentes.
Inscrevi-me entre os perguntadores e levei ao ministro a questão que há dias este blog propôs como sendo crucial em qualquer pretenso projeto de realmente democratizar a comunicação no Brasil, a questão da concentração de propriedade de meios de comunicação.
Para não cansar o leitor com detalhes, perguntei ao ministro se efetivamente o governo tinha ou não intenção de propor ao Congresso Nacional um projeto de lei em que figurasse a proibição da “propriedade cruzada” de meios de comunicação tal qual fizeram países como Argentina, Bolívia, Equador ou Venezuela.
Considero que o ministro Paulo Bernardo não respondeu minha questão. Deixou uma interrogação no ar. Fez um gracejo sobre não ter como enveredar mais a fundo sobre o assunto e deixou o tema de lado. Apesar disso, posso garantir que grande parte daquelas centenas de pessoas que o ouviam pensa exatamente como eu.
O presidente Lula, em sua brilhante exposição, destacou o papel dos blogueiros progressistas durante o processo eleitoral do ano passado. E agradeceu o apoio.
Apesar de ser um fã incondicional do eterno presidente Lula, devo ser franco e dizer que ele não precisaria nos agradecer pois não fizemos por ele e, sim, para evitar que o país caísse nas mãos não só dessa direita que se uniu em torno de Serra, mas para evitar que caísse nas mãos de um homem que, particularmente, julgo que perdeu o contato com a realidade…
Penso que o governo Dilma, o PT, a classe política e a grande imprensa ainda não entenderam bem o que é o movimento em que se constituiu a blogosfera dita progressista. O público dessa blogosfera, os movimentos sociais e, sobretudo, o cidadão comum, os leitores dos blogs, não se satisfazem com o que se está propondo como avanço nas comunicações.
A concentração na comunicação brasileira é inaceitável e incompatível com um país que almeja se tornar o que o Brasil almeja. Do poder, espera-se propostas muito mais claras e muito mais ousadas para que blogueiros possam fazer a parte deles no projeto de país em curso. Posso garantir que é esse o sentimento majoritário desse movimento.
Ninguém quer cargos ou sinecuras de qualquer espécie. Não se pede nada, nada, absolutamente nada que não seja de interesse público.
Até o próximo domingo, os debates prosseguem no II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. Participarei de uma mesa sobre militância digital e quero avançar nas questões elencadas neste texto. E faço votos de que o Encontro, como um todo, estabeleça quais são, afinal, os seus objetivos centrais.
Bom dia Miro, muito pertinente suas colocações, certamente representará esta classe na mesa em que se fará presente. Parabéns!
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