Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
A presidente Dilma Rousseff perdeu a paciência com o ministro Antonio Palocci na quinta-feira e deu um prazo para ele falar e se explicar sobre a espantosa evolução do seu patrimônio. Esse prazo termina hoje, sexta-feira, dia 3 de junho, à meia-noite.
O governo não poderia continuar sangrando por mais um fim de semana, depois de ficar 18 dias paralisado pela crise na Casa Civil.
A partir daí, começaram intermináveis reuniões de Palocci com a sua asssessoria direta, outra assessoria contratada da agência FSB, especializada em gerenciamento de crises, advogados criminalistas e com outros ministros do Palácio do Planalto.
O grande problema não era só decidir o que falar sobre os R$ 20 milhões que a consultoria do ministro faturou no ano eleitoral de 2010, mas como, onde e quando dar à sociedade brasileira as satisfações que a presidente cobrou dele.
Desde o começo, um ponto era inegociável para ele: Antonio Palocci não se exporia numa entrevista coletiva.
A outra opção era fazer um pronunciamento em rádio e televisão, sem direito a perguntas de jornalistas. Mas, como se trata de assunto particular, e não de governo, pegaria muito mal convocar as emissoras para a formação da rede. Restava-lhe escolher para qual veículo ou veículos daria entrevistas separadamente.
Às oito da noite de quinta-feira, recebi o retorno de uma ligação que fizera ao Palácio do Planalto, e imediatamente publiquei aqui no blog, com a informação de que o ministro Antonio Palocci falaria nesta sexta-feira por ordem da presidente Dilma.
O Balaio foi o primeiro a dar essa notícia, a seguir também veiculada no Jornal da Record e no Jornal da Record News, onde eu trabalho.
Naquele momento, ainda não haviam decidido de que forma isso aconteceria. Às dez da noite, outro ministro com gabinete no Palácio do Planalto me confirmou que Palocci falaria hoje e estava ainda estudando a forma de atender à ordem da presidente Dilma.
Entre as alternativas apresentadas pelos estrategistas de Palocci, estava conceder entrevistas para a Folha de S.Paulo, exatamente o jornal que o denunciou há quase três semanas, e a William Bonner e Fátima Bernardes, da TV Globo, na bancada do Jornal Nacional.
Parecia-me um suicídio, mas eles seguiram em frente: às quatro da tarde de hoje, foi confirmada a entrevista exclusiva ao JN, mas não mais ao vivo para Bonner e Fátima.
A última informação do bunker palocciano dava conta de que o ministro daria uma entrevista gravada para Júlio Mosquera, repórter da Rede Globo em Brasília. Não se falou mais da entrevista à Folha.
Os leitores podem até não acreditar no que escrevi acima, como eu também duvidei que pudesse ser verdade. Depois de ser rifado pelo PT e enquadrado pela presidente Dilma, parece que o todo-poderoso Palocci perdeu o rumo e resolveu antecipar um desfecho para a novela da sua queda anunciada.
Qualquer coisa que ele diga agora à TV Globo não lhe devolverá o mais importante para exercer a função de ministro-chefe da Casa Civil: o respeito.
Na encruzilhada, podendo escolher entre vários caminhos, meu amigo e ex-colega de governo Lula escolheu o pior. Depois do longo silêncio, Palocci escolheu a guilhotina.
A presidente Dilma Rousseff perdeu a paciência com o ministro Antonio Palocci na quinta-feira e deu um prazo para ele falar e se explicar sobre a espantosa evolução do seu patrimônio. Esse prazo termina hoje, sexta-feira, dia 3 de junho, à meia-noite.
O governo não poderia continuar sangrando por mais um fim de semana, depois de ficar 18 dias paralisado pela crise na Casa Civil.
A partir daí, começaram intermináveis reuniões de Palocci com a sua asssessoria direta, outra assessoria contratada da agência FSB, especializada em gerenciamento de crises, advogados criminalistas e com outros ministros do Palácio do Planalto.
O grande problema não era só decidir o que falar sobre os R$ 20 milhões que a consultoria do ministro faturou no ano eleitoral de 2010, mas como, onde e quando dar à sociedade brasileira as satisfações que a presidente cobrou dele.
Desde o começo, um ponto era inegociável para ele: Antonio Palocci não se exporia numa entrevista coletiva.
A outra opção era fazer um pronunciamento em rádio e televisão, sem direito a perguntas de jornalistas. Mas, como se trata de assunto particular, e não de governo, pegaria muito mal convocar as emissoras para a formação da rede. Restava-lhe escolher para qual veículo ou veículos daria entrevistas separadamente.
Às oito da noite de quinta-feira, recebi o retorno de uma ligação que fizera ao Palácio do Planalto, e imediatamente publiquei aqui no blog, com a informação de que o ministro Antonio Palocci falaria nesta sexta-feira por ordem da presidente Dilma.
O Balaio foi o primeiro a dar essa notícia, a seguir também veiculada no Jornal da Record e no Jornal da Record News, onde eu trabalho.
Naquele momento, ainda não haviam decidido de que forma isso aconteceria. Às dez da noite, outro ministro com gabinete no Palácio do Planalto me confirmou que Palocci falaria hoje e estava ainda estudando a forma de atender à ordem da presidente Dilma.
Entre as alternativas apresentadas pelos estrategistas de Palocci, estava conceder entrevistas para a Folha de S.Paulo, exatamente o jornal que o denunciou há quase três semanas, e a William Bonner e Fátima Bernardes, da TV Globo, na bancada do Jornal Nacional.
Parecia-me um suicídio, mas eles seguiram em frente: às quatro da tarde de hoje, foi confirmada a entrevista exclusiva ao JN, mas não mais ao vivo para Bonner e Fátima.
A última informação do bunker palocciano dava conta de que o ministro daria uma entrevista gravada para Júlio Mosquera, repórter da Rede Globo em Brasília. Não se falou mais da entrevista à Folha.
Os leitores podem até não acreditar no que escrevi acima, como eu também duvidei que pudesse ser verdade. Depois de ser rifado pelo PT e enquadrado pela presidente Dilma, parece que o todo-poderoso Palocci perdeu o rumo e resolveu antecipar um desfecho para a novela da sua queda anunciada.
Qualquer coisa que ele diga agora à TV Globo não lhe devolverá o mais importante para exercer a função de ministro-chefe da Casa Civil: o respeito.
Na encruzilhada, podendo escolher entre vários caminhos, meu amigo e ex-colega de governo Lula escolheu o pior. Depois do longo silêncio, Palocci escolheu a guilhotina.
Enquanto não for fato, não acredito que a Dilma irá satisfazer a sanha do PIG. Se o fizer, irá trilhar a mesma via crucis que Lula teve que aturar com o bem inventado mensalão.
ResponderExcluirA jogada é retirar do governo os ministros mais competentes para mais facilmente atingir a chefa.