Por Altamiro Borges
O seleto clube do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central parece que é mais realista do que o rei. Antonio Palocci, o homem de confiança do “deus-mercado”, já dançou, mas mesmo assim o BC se curvou às pressões da oligarquia financeira e voltou a elevar os juros em 0,25%– o quarto aumento consecutivo no governo Dilma Rousseff. Na reunião de ontem, o Copom fixou a Selic em 12,25%, resultando na maior taxa de juro real do planeta.
Queda a inflação e freada na economia
De nada adiantou a queda da inflação nas últimas seis semanas. Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta dos preços refluiu em velocidade e atingiu em maio o menor nível desde outubro de 2010. A inflação do mês passado, de 0,47%, foi bem menor do que em abril (0,77%), graças à queda do preço da gasolina e do álcool forçada por medidas do governo e à redução dos valores das commodities internacionais.
De nada adiantaram também os dados preocupantes de retração da economia, decorrentes da manutenção do tripé neoliberal de juros altos, superávit primário e libertinagem cambial. A produção da indústria paulista, por exemplo, teve queda de 3,8% no último período – no país inteiro, a retração foi de 2,1% entre março e abril. A expectativa de geração de novos empregos também diminuiu em vários ramos de atividade e os empresários já endurecem nas negociações de aumentos salariais.
A violenta pressão do “deus-mercado”
Apesar da queda da inflação e dos sinais de freada na economia, o seleto clube do Copom preferiu ouvir os banqueiros. Antes da reunião, o tal “mercado”, expressão sacana que esconde a gula rentista dos especuladores, já dava como certo o quarto aumento da Selic. A ditadura financeira fez o próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, engolir suas palavras. Em recente audiência no Congresso, ele já havia antecipado que a inflação “cairia bem” em maio, sinalizando que os juros não seriam novamente elevados.
A pressão do deus-mercado, no entanto, foi violenta – sempre com o bumbo barulhento da mídia rentista. A própria demissão do ministro Antonio Palocci foi utilizada como desculpa para justificar um novo aumento dos juros, como prova de que a ortodoxia macroeconômica seria mantida e que reinaria a calma no tal “mercado”. Na consulta que o BC faz semanalmente a cerca de 90 instituições privadas, a maioria delas ligadas ao sistema financeiro, a pressão foi explícita por novo um novo aumento da Selic.
Ortodoxia pode “sangrar” o governo
Com a alta dos juros e as medidas do governo de restrição ao crédito, a tendência é da diminuição do consumo interno – como consequência, de retração da produção e queda na expectativa de geração de emprego e renda. Além disso, o aumento dos juros eleva a dívida pública, forçando o Estado a manter ou enrijecer os cortes nos investimentos públicos. Os juros elevados também atraem mais capital especulativo, valorizando artificialmente o real – o que prejudica as exportações e incentiva as importações.
Em síntese, a decisão de ontem do Copom é um completo desastre. Serve unicamente aos interesses dos banqueiros, penalizando a produção, o emprego e a renda. A exemplo da crise política gerada pelo ex-ministro Palocci, ela também “sangra” do governo da presidenta Dilma Rousseff, que durante a campanha eleitoral se comprometeu com a queda dos juros e com o desenvolvimento econômico do país. Sendo que, em caso de retração da economia, o "sangramento" pode ser bem pior.
O seleto clube do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central parece que é mais realista do que o rei. Antonio Palocci, o homem de confiança do “deus-mercado”, já dançou, mas mesmo assim o BC se curvou às pressões da oligarquia financeira e voltou a elevar os juros em 0,25%– o quarto aumento consecutivo no governo Dilma Rousseff. Na reunião de ontem, o Copom fixou a Selic em 12,25%, resultando na maior taxa de juro real do planeta.
Queda a inflação e freada na economia
De nada adiantou a queda da inflação nas últimas seis semanas. Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta dos preços refluiu em velocidade e atingiu em maio o menor nível desde outubro de 2010. A inflação do mês passado, de 0,47%, foi bem menor do que em abril (0,77%), graças à queda do preço da gasolina e do álcool forçada por medidas do governo e à redução dos valores das commodities internacionais.
De nada adiantaram também os dados preocupantes de retração da economia, decorrentes da manutenção do tripé neoliberal de juros altos, superávit primário e libertinagem cambial. A produção da indústria paulista, por exemplo, teve queda de 3,8% no último período – no país inteiro, a retração foi de 2,1% entre março e abril. A expectativa de geração de novos empregos também diminuiu em vários ramos de atividade e os empresários já endurecem nas negociações de aumentos salariais.
A violenta pressão do “deus-mercado”
Apesar da queda da inflação e dos sinais de freada na economia, o seleto clube do Copom preferiu ouvir os banqueiros. Antes da reunião, o tal “mercado”, expressão sacana que esconde a gula rentista dos especuladores, já dava como certo o quarto aumento da Selic. A ditadura financeira fez o próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, engolir suas palavras. Em recente audiência no Congresso, ele já havia antecipado que a inflação “cairia bem” em maio, sinalizando que os juros não seriam novamente elevados.
A pressão do deus-mercado, no entanto, foi violenta – sempre com o bumbo barulhento da mídia rentista. A própria demissão do ministro Antonio Palocci foi utilizada como desculpa para justificar um novo aumento dos juros, como prova de que a ortodoxia macroeconômica seria mantida e que reinaria a calma no tal “mercado”. Na consulta que o BC faz semanalmente a cerca de 90 instituições privadas, a maioria delas ligadas ao sistema financeiro, a pressão foi explícita por novo um novo aumento da Selic.
Ortodoxia pode “sangrar” o governo
Com a alta dos juros e as medidas do governo de restrição ao crédito, a tendência é da diminuição do consumo interno – como consequência, de retração da produção e queda na expectativa de geração de emprego e renda. Além disso, o aumento dos juros eleva a dívida pública, forçando o Estado a manter ou enrijecer os cortes nos investimentos públicos. Os juros elevados também atraem mais capital especulativo, valorizando artificialmente o real – o que prejudica as exportações e incentiva as importações.
Em síntese, a decisão de ontem do Copom é um completo desastre. Serve unicamente aos interesses dos banqueiros, penalizando a produção, o emprego e a renda. A exemplo da crise política gerada pelo ex-ministro Palocci, ela também “sangra” do governo da presidenta Dilma Rousseff, que durante a campanha eleitoral se comprometeu com a queda dos juros e com o desenvolvimento econômico do país. Sendo que, em caso de retração da economia, o "sangramento" pode ser bem pior.
Não entendo donde se tirou a hipotese de que a saida do Palocci poderia significar uma redução ou
ResponderExcluirestablização das taxas de juros,
se a maioria das instituições privadas consultadas pronunciou-se
pela elevação da Selic, segundo o
texto acima.
Afinal, quem dita mesmo as regras do jogo em nosso país?
Domde saiu a hipotese de que a queda do Palocci poderia ensejar
ResponderExcluiruma redução ou estabilização da taxa de juros, se segundo o texto
acima a maioria das instituições do
setor privado consultadas foram pela elevação da Selic?
Afinal, quem dita as regras do jogo
de fato?
Os partidos de oposição,na eleição avisaram que o mafioso Palocci voltaria, ninguém deu ouvidos, menos mal que tenham conceguido tira-lo!!!
ResponderExcluirA Máfia petista tem que ter fim!!!