Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Luiz Antônio Venker Menezes, mais conhecido como Mano Menezes, assumiu o comando da Seleção Brasileira em 23 de julho do ano passado. Substituiu o técnico Dunga após a derrota do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul. Desde então, a equipe que treinou não logrou vencer um só adversário de peso.
A primeira partida da Seleção sob o comando de Menezes foi contra os Estados Unidos, equipe reconhecidamente fraca que vencemos por 2 a 0. Para aquela partida, convocou-se os tão pedidos Neymar e Paulo Henrique Ganso, que não foram para a Copa do Mundo e provocaram verdadeira crucificação de Dunga pela mídia, muito mais por sua briga com a Globo durante o Mundial de 2010.
O segundo jogo da Seleção foi contra a equipe reserva do Barcelona, que o Brasil venceu por 3 a 0. Depois venceu o Irã por 3 a 0 e a Ucrânia por 2 a 0.
Apesar dos adversários, a mídia passou a exaltar Menezes pelo “feito” de ter conseguido três vitórias em suas três primeiras partidas, dizendo que isso não acontecia desde Carlos Alberto Parreira na década de 90. A exaltação não levou em conta que os jogos foram contra adversários para lá de pífios.
A quarta partida da seleção sob o comando de Mano Menezes foi contra a Argentina, em novembro do ano passado. O Brasil perdeu por 1 a 0. Neste ano, em fevereiro, voltamos a perder da França, desta vez por 1 a 0 em um jogo amistoso.
Em março, o Brasil voltou a vencer outro adversário pífio, a Escócia, por 2 a 0. A seleção ainda jogou os amistosos preparatórios para a Copa América, empatando contra os Países Baixos (0 a 0) e vencendo a Romênia (1 a 0).
No primeiro torneio do novo técnico, a Copa América de 2011, os resultados foram medíocres. Empatamos contra a Venezuela (0 a 0) e contra o Paraguai (2 a 2). E foi só vencermos a pífia seleção do Equador (4 a 2) para a mídia voltar a exaltar o técnico que as más línguas dizem que a Globo impôs a Ricardo Teixeira.
Apesar do linchamento da mídia contra Dunga, a Seleção treinada por ele venceu 21 dos 26 jogos amistosos que disputou, conquistou a Copa América de 2007, a Copa das Confederações de 2009 e foi a primeira colocada nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. E a Seleção Olímpica, que Dunga também treinou, venceu oito dos nove jogos que disputou.
A mera comparação das críticas da mídia contra Dunga com o tratamento dispensado a Menezes, que não conseguiu vencer um só jogo contra um adversário de peso, diz tudo sobre a derrota vergonhosa sofrida pela Seleção neste domingo diante do Paraguai, quando o Brasil perdeu nada mais, nada menos do que QUATRO pênaltis consecutivos.
Quem acha que a mídia – sobretudo a Globo – só prejudica o Brasil no que diz respeito ao seu partidarismo político, agora pode ver que, ao fazer de Ricardo Teixeira o dirigente eterno da Seleção, prejudica este país em muitas outras áreas. Política e futebol são apenas duas delas.
Não entendi bem o que tem a ver a Seleção com a Globo, se passasse em outro canal seria a mesma coisa, o Paraguai não jogou nada, mas levou a melhor nos pênaltis, isso não pode ser culpa da Globo, o que eu acho é que os brasilerios comemoram por antecipação, aí vem a decepção.
ResponderExcluirEu já tinha dito, em casa que apostava no Paraguai, e mesmo que fosse o Dunga seria a mesma coisa,
Abraços, eu sou Mery...gosto do seu blog e já sigo há algum tempo, me visite também, obrigada.
Ambos,Dunga e Mano não são muito diferentes, embora o primeiro tenha dado "sorte" em muitos jogos, inclusive nas copas que venceu; agora dizer que Teixeira prejudica o país por dirigir uma entidade privada, num negócio chamado futebol é de uma bobagem sem precedentes, seria compreensível se quem fizesse essa "defesa" de Dunga fosse um simples torcedor, mas alguém que escreve um blog, é lamentável!
ResponderExcluirAtualmente o futebol brasileiro tem produzido e exportado excelentes jogadores. O mesmo não podemos falar, com relação aos treinadores. Alguns até tentam enganar os gringos por algum tempo, mas logo são descartados. O único erro do Dunga, foi não colocar um capitão competente como ele próprio o foi quando atuava na seleção. Já estes outros treinadores, coitados, só sabem falar bonito para a imprensa, conceder entrevistas exclusivas e fazer o seu marketing pessoal. O maior exemplo desta distância entre o treinador e a equipe, é o fato de o treinador ir ao estádio vestido de terno de grife, colarinho e gravata como se fosse a um concerto. Que tipo de liderança um treinador vestido desta forma pode ter com seus comandados, todos vestidos com camisa e calções, todos suados?
ResponderExcluirJá diziam os antigos, Há mais coisas entre o ceu e a terra que sonha nossa vã filosofia!
ResponderExcluir1 - A CBF é uma instituição privada
2 - Futebol é bobagem
Os antigos também instituiram a política do Pannis et Circensis, o que vemos atualmente é isso. Acontece com o futebol, com a novela, com os programas de fim de semana tipo Faustão, Gugu, Melhor do Brasil e etc.
Se o futebol não tem nada a ver com o governo, porque há tanto investimento de dinheiro público nessa "bobagem"?
A CBF é privada sim, mas isso é só uma artimanha para não haver uma devassa pública em suas contas e negociatas.
Aqui mesmo no Distrito Federal há uma investigação sobre um fato que a população tem conhecimento, mesmo que ínfimo e quase que meramente uma suposição que houve sim fraude no jogo de inauguração do estádio Bezerrão no Gama (cidade satélite de Brasília, onde por um acaso eu moro), contra Brasil e Portugal!
Enquanto continuarmos a deixar que dinheiro público seja investido em negócios escusos de instituições das quais não temos sequer uma fiscalização ou controle do destino dos recursos públicos.
Há sim, no mínimo uma dúvida do destino desse dinheiro investido. Temos um legado de corrupção histórico. O Brasil é o único país do mundo onde a conquista de sua independência não foi conseguida pela força da luta, mas sim de uma negociata entre pais e filhos.
Esses mesmos preceitos estão até hoje arraigados em tudo quanto é transação que se faça entre governo e ditas instituições privadas.
O que tem a ver? Precisamos ter uma consciência política crítica. Precisamos ter mais malícia para analisarmos as intenções por trás de sorrisos largos, tapinhas nas costas e palavras de lisonja. Malícia para perguntarmos o que estamos não nó ganhando com uma Copa do Mundo no Brasil, mas termos a coragem de perguntar o que estamos perdendo. Sim, porque não existem almoços grátis meus caros.
Os recursos públicos investidos em estádios poderiam ser dirigidos à Saúde, com a construção de Hospitais de ponta que são bem mais baratos que qualquer dessas arenas.
Ainda sobrariam recursos para a implementação de políticas que realmente atendessem às necessidades da população, e não essas políticas assistencialistas baratas que visam prender o voto das classes mais carentes da sociedade.
Não quero ser uma voz de pessimismo, mas porque não questionar, porque falar essas coisas parece tão antipático e pessimista?