quinta-feira, 14 de julho de 2011

Liberdade de imprensa ou do Murdoch?

Por Pedro Pablo Gómez, no blog cubano La Pupila Insomne:

Acabou de estourar um escândalo de grande magnitude na Grã-Bretanha, quando foram descobertos os métodos de gravações ilegais e os subornos a policiais realizados pelos executivos do jornal The News of the World, propriedade do magnata australiano-estadunidense Keith Rupert Murdoch – muito conhecido por suas posições ultra direitistas e um contribuinte ativo das campanhas eleitorais dos presidentes norte-americanos.



Imediatamente, Murdock viajou a Londres para fechar a tormenta da publicação imersa em escândalo. Andy Coulson, um dos assessores do ex-primeiro ministro britânico David Cameron, responsabilizou-se dos métodos ilegais das informações.

Murdoch, peça-chave do sistema capitalista, que defendeu com capa e espada o governo de George W.Bush, incluindo a invasão dos Estados Unidos no Iraque, é proprietário de uma das maiores cadeias de comunicação do mundo, principalmente na Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Nos EUA estão TV Fox, Twenty Century Fox, a cadeia de satélites Sky, National Geographic, Harper-Collins Publishers, The Wall Street Journal e Dow Jones, entre outros.

No Reino Unido possui as publicações The Times, The Sunday Times, Today, The Sun, Daily Mirror e o fechado The News of the World. Além disso, tem grandes ações do grupo econômico Pearsons, The Financial Times, The Economist – vendeu suas ações da agência Reuters. Também está em transição para fundir-se com a British Satelite Broadcasting e criar a BSkyB, que até o momento não está aprovada.

Todos estes acontecimentos foram preocupantes para Murdoch, principalmente porque poderia prejudicar seus interesses nos Estados Unidos. Vários especialistas chamaram a atenção das autoridades norte-americanas para saber se as técnicas ilegais utilizadas por Murdoch foram aplicadas aos cidadãos deste país, o que seria inconstitucional.

A pergunta que fazemos, já que de uma forma ou de outra estamos vinculados às informações do mundo da comunicação, é: se o sistema será capaz de investigar até as últimas conseqüências; ou se o escândalo penalizará um empregado, que concordará com a culpa enquanto recebe um cheque embaixo da mesa e Murdoch continuará com seus “negócios”?

Dentro das estruturas do capitalismo mundial não é pequeno o controle dos meios de comunicação para defesa e manipulação da chamada democracia representativa – já que esta participa de forma contundente aos ataques às idéias socialistas e contra tudo o que ameaça seus valores.

Deles somos vítimas permanentes quando defendemos nossa liberdade e soberania. Quanto ao escândalo: já sabemos de antemão quem ganhará a não ser que interesses maiores se contraponham.

De qualquer maneira, vamos esperar o final do filme “A lei e Murdoch”.

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