Por Raoni Scandiuzzi, na Rede Brasil Atual:
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta quinta-feira (18), uma avaliação sobre a situação do Brasil frente à crise econômica externa. Entre os temas abordados, o coordenador de finanças públicas da instituição, Claudio Hamilton, alerta que a elevação na taxa de juros não é uma boa opção para combater a inflação. Ele também assegura que os indicativos mostram o Brasil bastante bem posicionado para enfrentar a crise externa.
Desde o início do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou por cinco vezes a taxa básica de juros – a Selic –, que passou de 10,75% ao ano para 12,50%. A justificativa para a elevação era o risco de alta de preços. Desde o início do Plano Real, a taxa de juros é usado como instrumento para frear a inflação, travando também o crescimento econômico.
Segundo Hamilton, a redução na taxa de juros, além de trazer benefícios para a população, seria excelente também para o governo. “Com a redução, seria facilitado o crédito e diminuiria a pressão sobre as contas públicas”, garante o coordenador. Parte da dívida pública (pelo menos 35%) é corrigida pela Selic, de modo que quanto mais altos os juros, mais o poder público precisa economizar.
Mais sólido
Traçando um paralelo entre momentos distintos da economia nacional, Hamilton explicou os motivos pelos quais o país combate com mais solidez as crises internacionais atualmente. “A dívida líquida do setor público vem caindo desde 2004 e tem uma tendência de queda explícita para os próximos anos. No passado tínhamos uma divida atrelada ao dólar. A partir de 2004, a dívida não está mais baseada no dólar, nós agora devemos em real, portanto não sofremos tanto com as variações abruptas no câmbio”, explicou.
A situação confortável do Brasil e o acúmulo de um valor equivalente a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) em reservas foram comemorados pelo Ipea. No entanto, Hamilton apontou algumas fragilidades na economia do país, embora deixe claro que elas não abalam a solidez do país frente aos temores das economias dos países desenvolvidos. "A principal fragilidade é a deterioração das contas externas", adianta.
Com o real valorizado, bens produzidos fora do país ficam proporcionalmente mais baratos. Além disso, o tipo de produto brasileiro vendido a outras nações também é motivo de inquietação. "Há uma precarização das exportações brasileiras, que está cada vez mais acumulada em bens primários (matérias primas de origem agrícola e mineral, como soja, açúcar, minério de ferro etc.). Isso é ruim, pois provoca um déficit (na balança comercial) de bens manufaturados”, analisa Hamilton.
Para o coordenador do instituto, o principal desafio brasileiro consiste em “aumentar as taxas de investimento, para a produção nacional ficar mais competitiva no exterior”, diminuindo o risco de a produção manufaturada nacional entrar em estagnação. Empresários e sindicalistas veem usando o conceito de "desindustrialização" para discutir a ameaça de retrocesso no setor frente ao avanço de produtos asiáticos, especialmente da China.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta quinta-feira (18), uma avaliação sobre a situação do Brasil frente à crise econômica externa. Entre os temas abordados, o coordenador de finanças públicas da instituição, Claudio Hamilton, alerta que a elevação na taxa de juros não é uma boa opção para combater a inflação. Ele também assegura que os indicativos mostram o Brasil bastante bem posicionado para enfrentar a crise externa.
Desde o início do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou por cinco vezes a taxa básica de juros – a Selic –, que passou de 10,75% ao ano para 12,50%. A justificativa para a elevação era o risco de alta de preços. Desde o início do Plano Real, a taxa de juros é usado como instrumento para frear a inflação, travando também o crescimento econômico.
Segundo Hamilton, a redução na taxa de juros, além de trazer benefícios para a população, seria excelente também para o governo. “Com a redução, seria facilitado o crédito e diminuiria a pressão sobre as contas públicas”, garante o coordenador. Parte da dívida pública (pelo menos 35%) é corrigida pela Selic, de modo que quanto mais altos os juros, mais o poder público precisa economizar.
Mais sólido
Traçando um paralelo entre momentos distintos da economia nacional, Hamilton explicou os motivos pelos quais o país combate com mais solidez as crises internacionais atualmente. “A dívida líquida do setor público vem caindo desde 2004 e tem uma tendência de queda explícita para os próximos anos. No passado tínhamos uma divida atrelada ao dólar. A partir de 2004, a dívida não está mais baseada no dólar, nós agora devemos em real, portanto não sofremos tanto com as variações abruptas no câmbio”, explicou.
A situação confortável do Brasil e o acúmulo de um valor equivalente a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) em reservas foram comemorados pelo Ipea. No entanto, Hamilton apontou algumas fragilidades na economia do país, embora deixe claro que elas não abalam a solidez do país frente aos temores das economias dos países desenvolvidos. "A principal fragilidade é a deterioração das contas externas", adianta.
Com o real valorizado, bens produzidos fora do país ficam proporcionalmente mais baratos. Além disso, o tipo de produto brasileiro vendido a outras nações também é motivo de inquietação. "Há uma precarização das exportações brasileiras, que está cada vez mais acumulada em bens primários (matérias primas de origem agrícola e mineral, como soja, açúcar, minério de ferro etc.). Isso é ruim, pois provoca um déficit (na balança comercial) de bens manufaturados”, analisa Hamilton.
Para o coordenador do instituto, o principal desafio brasileiro consiste em “aumentar as taxas de investimento, para a produção nacional ficar mais competitiva no exterior”, diminuindo o risco de a produção manufaturada nacional entrar em estagnação. Empresários e sindicalistas veem usando o conceito de "desindustrialização" para discutir a ameaça de retrocesso no setor frente ao avanço de produtos asiáticos, especialmente da China.
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