Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
A foto está na página A-7, na edição impressa do Estadão. Dilma surge levemente arqueada, e a espada de um cadete parece trespassar o corpo da presidenta. Abaixo da foto, o título “Honras Militares” – e um texto anódino, sobre a participação de Dilma numa cerimônia militar.
Faço a descrição minuciosa da foto porque a princípio só contava com uma reprodução de má qualidade (tive que fotografar a página do jornal com uma máquina amadora). Mas um amigo acaba de me mandar a imagem por email – e essa está um pouco mais nítida. Estranhamente, não encontro a foto no site do Estadão. Talvez apareça naquela versão digital para assinantes…
O editor deve ter achado genial mostrar a presidenta como se estivese sendo golpeada pelas costas. É a chamada metáfora de imagem. Mas, expliquem-me: qual a metáfora nesse caso? O que a foto tinha a ver com a solenidade de que fala o jornal? Há, no meio militar, quem queira golpear Dilma pelas costas? O jornal sabe e não vai dizer?
Ou, quem sabe, a turma do “Estadão” tenha achado graça em “brincar” com a imagem. No mínimo, um tremendo mau gosto com uma mulher que já passou por tortura na mão de militares, e hoje é a presidenta de todos os brasileiros.
Sintomático que a foto não apareça ao lado da mesma notícia na edição digital. Alguém deve ter pensado melhor e concluído: não vai pegar bem.
Por isso tudo, sou levado a pensar que Freud talvez explique a escolha da foto: a mão militar, na imagem, cumpre a função de eliminar a presidenta. E, com isso, talvez agrade a certa parcela dos leitores do jornal. Passeando pelo site do Estadão, é comum ver a presidenta chamada de “terrorista”. Exemplo, aqui:
*****
Walter BenedetteComentado em: Dilma participa de solenidade em escola de oficiais
20 de Agosto de 2011 | 20h52
A Dilminha tá fazendo certinho, adulando um pouco os milicos, ai eles se derretem todos e se dobram ficando de quatro para a ex-terrorista.
*****
Volto eu. Para essa gente, terroristas não foram os que mataram, torturaram e impediram o país de viver em regime democrático. Não. Para eles, “terroristas” são os que lutaram contra a ditadura.
A foto da página A-7 cumpre o papel de agradar essa gente.
A foto está na página A-7, na edição impressa do Estadão. Dilma surge levemente arqueada, e a espada de um cadete parece trespassar o corpo da presidenta. Abaixo da foto, o título “Honras Militares” – e um texto anódino, sobre a participação de Dilma numa cerimônia militar.
Faço a descrição minuciosa da foto porque a princípio só contava com uma reprodução de má qualidade (tive que fotografar a página do jornal com uma máquina amadora). Mas um amigo acaba de me mandar a imagem por email – e essa está um pouco mais nítida. Estranhamente, não encontro a foto no site do Estadão. Talvez apareça naquela versão digital para assinantes…
O editor deve ter achado genial mostrar a presidenta como se estivese sendo golpeada pelas costas. É a chamada metáfora de imagem. Mas, expliquem-me: qual a metáfora nesse caso? O que a foto tinha a ver com a solenidade de que fala o jornal? Há, no meio militar, quem queira golpear Dilma pelas costas? O jornal sabe e não vai dizer?
Ou, quem sabe, a turma do “Estadão” tenha achado graça em “brincar” com a imagem. No mínimo, um tremendo mau gosto com uma mulher que já passou por tortura na mão de militares, e hoje é a presidenta de todos os brasileiros.
Sintomático que a foto não apareça ao lado da mesma notícia na edição digital. Alguém deve ter pensado melhor e concluído: não vai pegar bem.
Por isso tudo, sou levado a pensar que Freud talvez explique a escolha da foto: a mão militar, na imagem, cumpre a função de eliminar a presidenta. E, com isso, talvez agrade a certa parcela dos leitores do jornal. Passeando pelo site do Estadão, é comum ver a presidenta chamada de “terrorista”. Exemplo, aqui:
*****
Walter BenedetteComentado em: Dilma participa de solenidade em escola de oficiais
20 de Agosto de 2011 | 20h52
A Dilminha tá fazendo certinho, adulando um pouco os milicos, ai eles se derretem todos e se dobram ficando de quatro para a ex-terrorista.
*****
Volto eu. Para essa gente, terroristas não foram os que mataram, torturaram e impediram o país de viver em regime democrático. Não. Para eles, “terroristas” são os que lutaram contra a ditadura.
A foto da página A-7 cumpre o papel de agradar essa gente.
Acima de tudo, uma falta de respeito.
ResponderExcluirIsso já basta para desqualificar este jornal decadente.
Ridículo e doentio.
ResponderExcluirConcordo que foi uma "alfinetada" do Estadão, sem dúvida. Mas e quanto ao fotógrafo? Podemos condená-lo pela foto? Afinal, um dos atributos de um bom fotógrafo é o senso de oportunidade. Há milhares de exemplos de outras personalidades flagradas em fotos, digamos, incômodas. Outra coisa: e se a foto tivesse sido publicada pela primeira vez num "blog sujo", faríamos a mesma interpretação? Ou diríamos que era uma foto simbolizando a hostilidade dos militares para com Dilma?
ResponderExcluirResumindo: uma imagem vale por mil palavras, e mil palavras possibilitam "n" interpretações.
Um bosta de um (J)Porcalista numa BOSTA de um jornaleco, para uma bosta de uma classe de leitores que nunca lerão Wilde, Machado de Assis, ouvirÃO Letras de assis Valente, ou seja, umas antas!
ResponderExcluirRuy Barbosa Maciel- Governador valadares MG