Por Marco Aurélio Mello, no blog DoLaDoDelá:
Não espere do livro de Joe Wallach (Meu Capítulo na TV Globo) lançado hoje no Rio de Janeiro alguma grande revelação, a não ser a de que Roberto Marinho tinha duas penas de aluguel: Otto Lara Resende e Nelson Rodrigues. Mas como todos os personagens não estão vivos para dar suas versões, jamais saberemos se, de fato, teriam feito algum servicinho sujo a mando do patrão.
O que fica claro (apesar de não explicito) é que Wallach e Marinho se uniram para tirar o grupo Time-Life do negócio, tão logo o parceiro decidiu cobrar resultados pelo enorme investimento à época. O americano era o "cara da grana", que veio para o Brasil representar os interesses estrangeiros na televisão. Mas foi seduzido pela versão brasileira de Rupert Murdoch.
Foi o "ouro dos tolos" que deu o primeiro fôlego ao negócio e desencadeou uma onda de protestos, porque as leis de radiodifusão não permitiam participação estrangeira deste tipo. O caso virou CPI e, apesar do relatório apontar pela inconstitucionalidade, os negócios seguiram adiante e como se sabe, serviram bem aos interesses nacionais do regime à época.
Marinho teria modificado sua assinatura para invalidar notas promissórias, revela o autor, o que teria enfurecido seus sócios. Mas a jogada de mestre que o dono das Organizações nunca se esqueceu foi planejada por Wallach: comprar a dívida dos gringos, com generoso abatimento de quase vinte e cinco por cento três anos depois. Quando deixou o Brasil, em 1980, o salário de Wallach era algo em torno de um milhão de dólares/ano. Um mimo, não é mesmo?
Em 1965, conta o autor, Marinho andava de fusca com um revólver na cintura. Este é o perfil do hipnotizador responsável por transformar os sonhos dos brasileiros numa programação com 24h de alienação, consumismo e pitadas generosas de manipulação. Um bom velhinho, com me disse um veterano jornalista certa vez nos corredores da emissora. E eu pensei: bom para quem, cara pálida?
Não espere do livro de Joe Wallach (Meu Capítulo na TV Globo) lançado hoje no Rio de Janeiro alguma grande revelação, a não ser a de que Roberto Marinho tinha duas penas de aluguel: Otto Lara Resende e Nelson Rodrigues. Mas como todos os personagens não estão vivos para dar suas versões, jamais saberemos se, de fato, teriam feito algum servicinho sujo a mando do patrão.
O que fica claro (apesar de não explicito) é que Wallach e Marinho se uniram para tirar o grupo Time-Life do negócio, tão logo o parceiro decidiu cobrar resultados pelo enorme investimento à época. O americano era o "cara da grana", que veio para o Brasil representar os interesses estrangeiros na televisão. Mas foi seduzido pela versão brasileira de Rupert Murdoch.
Foi o "ouro dos tolos" que deu o primeiro fôlego ao negócio e desencadeou uma onda de protestos, porque as leis de radiodifusão não permitiam participação estrangeira deste tipo. O caso virou CPI e, apesar do relatório apontar pela inconstitucionalidade, os negócios seguiram adiante e como se sabe, serviram bem aos interesses nacionais do regime à época.
Marinho teria modificado sua assinatura para invalidar notas promissórias, revela o autor, o que teria enfurecido seus sócios. Mas a jogada de mestre que o dono das Organizações nunca se esqueceu foi planejada por Wallach: comprar a dívida dos gringos, com generoso abatimento de quase vinte e cinco por cento três anos depois. Quando deixou o Brasil, em 1980, o salário de Wallach era algo em torno de um milhão de dólares/ano. Um mimo, não é mesmo?
Em 1965, conta o autor, Marinho andava de fusca com um revólver na cintura. Este é o perfil do hipnotizador responsável por transformar os sonhos dos brasileiros numa programação com 24h de alienação, consumismo e pitadas generosas de manipulação. Um bom velhinho, com me disse um veterano jornalista certa vez nos corredores da emissora. E eu pensei: bom para quem, cara pálida?
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