Por Altamiro Borges
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, está cada vez mais isolado. Alguns analistas chegam a prever a sua queda para breve. As escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, que investiga os casos de corrupção e as orgias do seu reinado, têm ridicularizado o bufão fascista. Berlusconi só conta com a cumplicidade de parte da imprensa, já que é o principal imperador midiático do país.
Novos trechos das escutas telefônicas foram divulgados na semana passada. Em uma das transcrições, o premiê afirma a uma das jovens convidadas para as suas festanças que ele é “presidente do governo em seus momentos livres”. Noutro trecho, ele chama a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, de “bunduda incomível”. As transcrições causaram alvoroço em toda a Europa.
Aumento da pressão pela renúncia
A Itália, governada nos “tempos livres” por Berlusconi, afunda na crise econômica, que aumenta o desemprego e a miséria social. Diante do colapso, Berlusconi impôs um projeto de “austeridade fiscal” que penaliza ainda mais os trabalhadores e visa salvar os agiotas financeiros e as mega-corporações. A sua popularidade, já maculada pela corrupção e orgias, despencou mais ainda!
No início de setembro, a principal central sindical do país, Cgil, promoveu uma greve geral que paralisou os transportes e órgãos públicos. Com o agravamento da crise econômica e as novas revelações sobre as lambanças do primeiro-ministro, agora as três principais centrais do país discutem a convocação de uma greve geral unitária. Elas exigem a demissão de Berlusconi, “o merda”.
“Vou embora deste país de merda”
Dias antes do protesto da Cgil, outra transcrição de escutas telefônicas havia mostrado a falta de caráter do direitista. “Dentro de alguns meses vou embora deste país de merda”, disse Berlusconi numa conversa com seu amigo Valter Lavitola, diretor e editor do jornal Avanti. O bate-papo entre os dois barões da mídia foi grampeado com autorização da Procuradoria de Nápoles.
Agora, com as novas transcrições, até os partidos centristas da Itália exigem a sua renúncia. “A Itália, com seus graves problemas, não pode permitir um Executivo que governa em seus 'momentos livres'. Berlusconi tem que apresentar sua demissão”, defende Davide Zoggia, do Partido Democrata.
Já o secretário da União da Democracia Cristã e de Centro (UDC), Lorenzo Cesa, afirma que o primeiro-ministro “tem que mostrar um gesto de generosidade e renunciar de seu cargo”. Gianfranco Fini, ex-aliado de Berlusconi e líder da sigla Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), também engrossou o caldo. “O bom senso tem que prevalecer na maioria governista. Não se pode seguir assim, por isso é preciso tomar a decisão de criar um novo governo”. A situação do bravateiro midiático é tenebrosa.
*****
Leia mais:
- Greve geral peita Berlusconi, "o merda"
- Itália é a "bola da vez" da crise mundial?
- Berlusconi, o patético, ataca o Brasil
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, está cada vez mais isolado. Alguns analistas chegam a prever a sua queda para breve. As escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, que investiga os casos de corrupção e as orgias do seu reinado, têm ridicularizado o bufão fascista. Berlusconi só conta com a cumplicidade de parte da imprensa, já que é o principal imperador midiático do país.
Novos trechos das escutas telefônicas foram divulgados na semana passada. Em uma das transcrições, o premiê afirma a uma das jovens convidadas para as suas festanças que ele é “presidente do governo em seus momentos livres”. Noutro trecho, ele chama a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, de “bunduda incomível”. As transcrições causaram alvoroço em toda a Europa.
Aumento da pressão pela renúncia
A Itália, governada nos “tempos livres” por Berlusconi, afunda na crise econômica, que aumenta o desemprego e a miséria social. Diante do colapso, Berlusconi impôs um projeto de “austeridade fiscal” que penaliza ainda mais os trabalhadores e visa salvar os agiotas financeiros e as mega-corporações. A sua popularidade, já maculada pela corrupção e orgias, despencou mais ainda!
No início de setembro, a principal central sindical do país, Cgil, promoveu uma greve geral que paralisou os transportes e órgãos públicos. Com o agravamento da crise econômica e as novas revelações sobre as lambanças do primeiro-ministro, agora as três principais centrais do país discutem a convocação de uma greve geral unitária. Elas exigem a demissão de Berlusconi, “o merda”.
“Vou embora deste país de merda”
Dias antes do protesto da Cgil, outra transcrição de escutas telefônicas havia mostrado a falta de caráter do direitista. “Dentro de alguns meses vou embora deste país de merda”, disse Berlusconi numa conversa com seu amigo Valter Lavitola, diretor e editor do jornal Avanti. O bate-papo entre os dois barões da mídia foi grampeado com autorização da Procuradoria de Nápoles.
Agora, com as novas transcrições, até os partidos centristas da Itália exigem a sua renúncia. “A Itália, com seus graves problemas, não pode permitir um Executivo que governa em seus 'momentos livres'. Berlusconi tem que apresentar sua demissão”, defende Davide Zoggia, do Partido Democrata.
Já o secretário da União da Democracia Cristã e de Centro (UDC), Lorenzo Cesa, afirma que o primeiro-ministro “tem que mostrar um gesto de generosidade e renunciar de seu cargo”. Gianfranco Fini, ex-aliado de Berlusconi e líder da sigla Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), também engrossou o caldo. “O bom senso tem que prevalecer na maioria governista. Não se pode seguir assim, por isso é preciso tomar a decisão de criar um novo governo”. A situação do bravateiro midiático é tenebrosa.
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Engraçado, Mussolini também achava os italianos (e, não, a "sua Itália imperial") um povo de merda, que tinha de "ser batido em bigorna com a mão de ferro do totalitarismo fascista" (*). Foi, também, diretor do Avanti, à época, quotidiano socialista. Já Berlusconi ilustra bem a tese do 18 brumário de Luís Bonaparte, a da repetição da história sob a forma de farsa. Tudo nele é farsa. Il Duce, ao menos, não (re)negava seus defeitos e era predestinado a fim trágico; o Cavaliere de hoje não passa de protagonista de um neo-capitalismo acintoso, num país que se deixou apodrecer, desde o desaparecimento de De Gasperi, Togliatti e Nenni. Por ser bilionário, não será fuzilado com nenhuma amante. O seu potencial é o de fim de era.
ResponderExcluirAbraços
Engraçado, Mussolini também achava os italianos (e, não, a "sua Itália imperial") um povo de merda, que tinha de "ser batido em bigorna com a mão de ferro do totalitarismo fascista" (*). Foi, também, diretor do Avanti, à época, quotidiano socialista. Já Berlusconi ilustra bem a tese do 18 brumário de Luís Bonaparte, a da repetição da história sob a forma de farsa. Tudo nele é farsa. Il Duce, ao menos, não (re)negava seus defeitos e era predestinado a fim trágico; o Cavaliere de hoje não passa de protagonista de um neo-capitalismo acintoso, num país que se deixou apodrecer, desde o desaparecimento de De Gasperi, Togliatti e Nenni. Por ser bilionário, não será fuzilado com nenhuma amante. O seu potencial é o de fim de era.
ResponderExcluirAbraços
(*) A expressão "Estado totalitário" foi cunhada por Benito, sob a influência do irmão, Arnaldo Mussolini.
O que ele, Zé Dirceu, Jesus Cristo, aquela cantora drogada que morreu, Serra, Dilma, Lula, FHC, eu, você, etc. dizem na reserva de seu recolhimento me parece não ter importância alguma e qualquer julgamento que ele faça nessa situação ou expressão que use não pode ser de interesse público.
ResponderExcluirSuas palavras podem ser quaisquer, mas o que importa são seus gestos, atos, decisões, essas, sim, feitas no claro (e mesmo no escuro) com relação ao país, o benefício aos amigos ricos, lesa-pátria, sim. Essas são de interesse público.
Também estranho que uma escuta autorizada pela Justiça se torne pública dessa forma.