Por Alexandre Haubrich, no blog Jornalismo B:
Nesta semana o jornalista Luiz Carlos Azenha publicou em seu blog, o Viomundo, um texto apresentado em um seminário em São Paulo. A tese de Azenha, que parte da recuperação da história da mídia brasileira, é de que não existem “novas mídias” no Brasil, que os blogs e as redes sociais são apenas “a velha mídia que trocou de roupa”, já que seus espaços têm sido ocupados pelos mesmos grupos que já dominam a comunicação brasileira.
A análise de Azenha é, além de importante em si mesma, ainda mais interessante em um momento em que o otimismo com relação às “novas mídias” é a regra quase obrigatória da esquerda brasileira, e não apenas a esquerda ligada diretamente à mídia. As mudanças no Norte da África e as manifestações em alguns lugares da Europa, como a Espanha e a Grécia, todas elas impulsionadas, em medidas diferentes, pelas redes sociais, trouxeram uma grande carga de otimismo para o que pode ser feito com os mesmos fundamentos no Brasil. Mas não se pode exportar – ou importar – revoluções.
O contexto brasileiro, como bem lembra Azenha, é de domínio completo de uma mídia diretamente ligada ao poder político, que se adaptou às mudanças tecnológicas e conseguiu manter seu controle sobre toda a informação em circulação no Brasil. Porém, se não compartilho do otimismo exacerbado – às vezes fingido, talvez – de quem vê no Brasil a possibilidade de reproduzir, em qualquer medida que seja, as mudanças que vêm acontecendo pelo mundo, também não compartilho do pessimismo do blogueiro do Viomundo.
Concordo com Azenha quando se pergunta, retoricamente: “Quem terá mais “likes” no Facebook, uma emissora de TV que é vista por milhões ou eu? Quem terá mais seguidores no Twitter, a Patrícia Poeta, que aparece na Globo, ou o Leandro Fortes?”. Mas entendo que a questão ultrapassa a disputa entre a Globo e o blogueiro, entre a Patrícia Poeta e o Leandro Fortes. Há, sim, uma forma de disputar esse espaço de forma efetiva.
Quem é a Patrícia Poeta contra centenas, talvez milhares de blogueiros, twitteiros e militantes da web? Esse é o ponto fundamental que distingue as possibilidades da internet das possibilidades já abertas por todas as outras formas de comunicação. A possibilidade do trabalho cooperativo como forma de disputa concreta contra os personagens que migram das mídias tradicionais. Ainda é um processo muito experimental, em início de gestação, mas as possibilidades se apresentam, sim.
A essa enorme porta aberta pela comunicação colaborativa soma-se o baixo custo econômico de se produzir conteúdo a ser veiculado na internet. Com esses dois elementos, é possível competir de forma contra-hegemônica real. E, a partir dessa competição nascida na internet, pressionar por uma mudança profunda no paradigma comunicacional brasileiro, com alterações legais que derrubem o monopólio midiático.
Nesta semana o jornalista Luiz Carlos Azenha publicou em seu blog, o Viomundo, um texto apresentado em um seminário em São Paulo. A tese de Azenha, que parte da recuperação da história da mídia brasileira, é de que não existem “novas mídias” no Brasil, que os blogs e as redes sociais são apenas “a velha mídia que trocou de roupa”, já que seus espaços têm sido ocupados pelos mesmos grupos que já dominam a comunicação brasileira.
A análise de Azenha é, além de importante em si mesma, ainda mais interessante em um momento em que o otimismo com relação às “novas mídias” é a regra quase obrigatória da esquerda brasileira, e não apenas a esquerda ligada diretamente à mídia. As mudanças no Norte da África e as manifestações em alguns lugares da Europa, como a Espanha e a Grécia, todas elas impulsionadas, em medidas diferentes, pelas redes sociais, trouxeram uma grande carga de otimismo para o que pode ser feito com os mesmos fundamentos no Brasil. Mas não se pode exportar – ou importar – revoluções.
O contexto brasileiro, como bem lembra Azenha, é de domínio completo de uma mídia diretamente ligada ao poder político, que se adaptou às mudanças tecnológicas e conseguiu manter seu controle sobre toda a informação em circulação no Brasil. Porém, se não compartilho do otimismo exacerbado – às vezes fingido, talvez – de quem vê no Brasil a possibilidade de reproduzir, em qualquer medida que seja, as mudanças que vêm acontecendo pelo mundo, também não compartilho do pessimismo do blogueiro do Viomundo.
Concordo com Azenha quando se pergunta, retoricamente: “Quem terá mais “likes” no Facebook, uma emissora de TV que é vista por milhões ou eu? Quem terá mais seguidores no Twitter, a Patrícia Poeta, que aparece na Globo, ou o Leandro Fortes?”. Mas entendo que a questão ultrapassa a disputa entre a Globo e o blogueiro, entre a Patrícia Poeta e o Leandro Fortes. Há, sim, uma forma de disputar esse espaço de forma efetiva.
Quem é a Patrícia Poeta contra centenas, talvez milhares de blogueiros, twitteiros e militantes da web? Esse é o ponto fundamental que distingue as possibilidades da internet das possibilidades já abertas por todas as outras formas de comunicação. A possibilidade do trabalho cooperativo como forma de disputa concreta contra os personagens que migram das mídias tradicionais. Ainda é um processo muito experimental, em início de gestação, mas as possibilidades se apresentam, sim.
A essa enorme porta aberta pela comunicação colaborativa soma-se o baixo custo econômico de se produzir conteúdo a ser veiculado na internet. Com esses dois elementos, é possível competir de forma contra-hegemônica real. E, a partir dessa competição nascida na internet, pressionar por uma mudança profunda no paradigma comunicacional brasileiro, com alterações legais que derrubem o monopólio midiático.
... esses meios são a única forma de "termos" acesso à outros olhares sobre as informações, portanto penso que devemos sim, estarmos eufóricos e espalhar e utilizarmos cada vez mais esses meios...
ResponderExcluir