Por Altamiro Borges
Paparicado pela mídia, com destaque pela católica fervorosa TV Globo, o padre Marcelo Rossi deve ter cometido alguma heresia diante da Folha. Em menos de uma semana, ela publicou dois petardos contra o religioso. No primeiro, intitulado “Padre Marcelo S.A.”, o jornal informa, em tom jocoso, que “o sacerdote é seu próprio empresário e adota jargão executivo”.
“De R$ 12 a R$ 18 milhões”
O mote da crítica é o livro “Ágape”, que em 13 meses vendeu 6 milhões de cópias. Segundo relata o jornalista Morris Kachani, “ele é uma espécie de diário escrito em dois meses”, vendido a R$ 19,90, e que já rendeu milhões de reais à Editora Globo. “Editores de best-sellers ouvidos pela Folha acreditam que nenhum livro lançado no país atingiu esse número em um período tão curto”.
Ainda segundo o repórter, “o padre usa o livro na missa dominical transmitida ao vivo pela TV Globo e no programa matinal diário que mantém na rádio Globo AM... O valor dos royalties ele não divulga – diz que ganhou ‘milhões e milhões’. Mas é consenso no mercado de que menos do que 10% a 15% do valor de capa – ou seja, de R$ 12 milhões a R$ 18 milhões – certamente não foi”.
“Eu me dou bem com o Opus Dei”
Num outro trecho da reportagem, bastante elucidativa, Padre Marcelo revela suas predileções religiosas e políticas. Expoente da chamada Renovação Carismática, ele confessa: “Eu me dou bem com o Opus Dei, mas com a Teologia da Libertação não muito – eles acham que sou midiático. Ficam no debate teórico sobre ricos e pobres. É uma teologia que, com todo respeito, é pobre”.
Vale lembrar que o Opus Dei é uma seita de ultra-direita, nascida durante a sanguinária ditadura do general Francisco Franco na Espanha (1939-1976). Ela tem outros famosos seguidores no Brasil, como vários colunistas da mídia e o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, de quem o Padre Marcelo é um grande amigo e aliado.
O milagre da Bienal do Livro
O segundo petardo contra o Padre Marcelo foi desferido hoje pelo cronista Ruy Castro, no artigo intitulado “Milagre na Bienal”. O texto é corrosivo, irônico. Reproduzo alguns trechos do artigo:
*****
Segundo os jornais, das 11h20 às 17h30 de quarta-feira passada, padre Marcelo autografou 1.200 livros no estande de sua editora. De tanto assinar e cumprimentar leitores, sua mão inchou de tal forma que teve de ser enfaixada por paramédicos e a sessão, encerrada. Mas, como a multidão não arredasse pé, padre Marcelo convenceu seu público a trocar o autógrafo e o aperto de mão por uma bênção individual, donde distribuiu 6.000 bênçãos entre 17h30 e 19h40. Não é invejável?
Vejamos agora. Das 11h20 às 17h30, são 370 minutos. Significa que, durante seis horas e dez minutos, padre Marcelo autografou 3,2 livros por minuto – sem parar. Equivale a um livro autografado (e uma mão apertada) a cada 18,7 segundos. É digno de The Flash. Já as bênçãos, só com ajuda da velocidade divina. Das 17h30 às 19h40, são 130 minutos. Significa que, com mão enfaixada e tudo, padre Marcelo distribuiu 46 bênçãos individuais por minuto. Uma bênção a cada 1,3 segundo! Milagre?
Os números são da editora de padre Marcelo. E depois tem gente que não acredita no sobrenatural.
Paparicado pela mídia, com destaque pela católica fervorosa TV Globo, o padre Marcelo Rossi deve ter cometido alguma heresia diante da Folha. Em menos de uma semana, ela publicou dois petardos contra o religioso. No primeiro, intitulado “Padre Marcelo S.A.”, o jornal informa, em tom jocoso, que “o sacerdote é seu próprio empresário e adota jargão executivo”.
“De R$ 12 a R$ 18 milhões”
O mote da crítica é o livro “Ágape”, que em 13 meses vendeu 6 milhões de cópias. Segundo relata o jornalista Morris Kachani, “ele é uma espécie de diário escrito em dois meses”, vendido a R$ 19,90, e que já rendeu milhões de reais à Editora Globo. “Editores de best-sellers ouvidos pela Folha acreditam que nenhum livro lançado no país atingiu esse número em um período tão curto”.
Ainda segundo o repórter, “o padre usa o livro na missa dominical transmitida ao vivo pela TV Globo e no programa matinal diário que mantém na rádio Globo AM... O valor dos royalties ele não divulga – diz que ganhou ‘milhões e milhões’. Mas é consenso no mercado de que menos do que 10% a 15% do valor de capa – ou seja, de R$ 12 milhões a R$ 18 milhões – certamente não foi”.
“Eu me dou bem com o Opus Dei”
Num outro trecho da reportagem, bastante elucidativa, Padre Marcelo revela suas predileções religiosas e políticas. Expoente da chamada Renovação Carismática, ele confessa: “Eu me dou bem com o Opus Dei, mas com a Teologia da Libertação não muito – eles acham que sou midiático. Ficam no debate teórico sobre ricos e pobres. É uma teologia que, com todo respeito, é pobre”.
Vale lembrar que o Opus Dei é uma seita de ultra-direita, nascida durante a sanguinária ditadura do general Francisco Franco na Espanha (1939-1976). Ela tem outros famosos seguidores no Brasil, como vários colunistas da mídia e o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, de quem o Padre Marcelo é um grande amigo e aliado.
O milagre da Bienal do Livro
O segundo petardo contra o Padre Marcelo foi desferido hoje pelo cronista Ruy Castro, no artigo intitulado “Milagre na Bienal”. O texto é corrosivo, irônico. Reproduzo alguns trechos do artigo:
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Segundo os jornais, das 11h20 às 17h30 de quarta-feira passada, padre Marcelo autografou 1.200 livros no estande de sua editora. De tanto assinar e cumprimentar leitores, sua mão inchou de tal forma que teve de ser enfaixada por paramédicos e a sessão, encerrada. Mas, como a multidão não arredasse pé, padre Marcelo convenceu seu público a trocar o autógrafo e o aperto de mão por uma bênção individual, donde distribuiu 6.000 bênçãos entre 17h30 e 19h40. Não é invejável?
Vejamos agora. Das 11h20 às 17h30, são 370 minutos. Significa que, durante seis horas e dez minutos, padre Marcelo autografou 3,2 livros por minuto – sem parar. Equivale a um livro autografado (e uma mão apertada) a cada 18,7 segundos. É digno de The Flash. Já as bênçãos, só com ajuda da velocidade divina. Das 17h30 às 19h40, são 130 minutos. Significa que, com mão enfaixada e tudo, padre Marcelo distribuiu 46 bênçãos individuais por minuto. Uma bênção a cada 1,3 segundo! Milagre?
Os números são da editora de padre Marcelo. E depois tem gente que não acredita no sobrenatural.
"o padre Marcelo Rossi deve ter cometido alguma heresia diante da Folha."
ResponderExcluirEle criticou os "superiores" na hierarquia da Igreja, quando choramingou sobre não ter tido uma audiência com o Papa, ou algo do gênero, em uma entrevista.
Pelo jeito, não quiseram deixar passar.
Em nota do "Radar on-line" em 10/09, a Veja noticiou que o padre Marcelo R$25 milhões para terminar a obra do tal Santuário do Terço Bizantino e que esse valor vem das vendas dos discos e do livro ágape.
ResponderExcluirA pergunta que fica é: se o Padre Marcelo sempre afirmou que doava o dinheiro da venda de seus produtos, inclusive do livro Ágape, de onde ele tirou os 25 milhões???
Está doando tudo mesmo para a caridade ou está fazendo caixa 2?
Rio de Janeiro
ResponderExcluirAto contra a corrupção da mídia.
Sexta-feira, dia 16 de setembro, às 17 horas.
Cinelândia.
Organizado por Sergio Telles.
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São Paulo
Masp, sábado, 17 de setembro, às 14 horas –
já conseguimos um carro de som e o MSM fará algumas faixas, quem puder faça a sua e leve.
vcs querem a todo custo tentar derrubar a igreja catolica e os bons costumes neh?coitados!se querem que as pessoas aceitam a condicao homo de vcs comecem respeitando o proximo!
ResponderExcluirAltamiro,
ResponderExcluirPelo bem da verdade, gostaria de fazer alguns reparos:
1) O Opus Dei não é uma seita. O Opus Dei é uma organização da Igreja Católica, em plena comunhão com a Santa Sé, fundada em 2 de outubro de 1928 pelo sacerdote espanhol Josemaria Escrivá (1902 - 1975) com um carisma muito específico: exercer a atividade profissional com sentido cristão e, assim, santificar o trabalho. No ano de 1982, o Opus Dei foi erigido em prelazia pessoal através de lei pontifícia pelo Papa João II.
2) O Opus Dei não é de "ultra-direita". Nas palavras do próprio fundador: "O Opus Dei não intervém para nada em política; é absolutamente alheio a qualquer tendência, grupo ou regime político, econômico, cultural ou ideológico. Seus fins — repito — são exclusivamente espirituais e apostólicos. De seus sócios exige apenas que vivam cristãmente, que se esforcem por ajustar suas vidas ao ideal do Evangelho. Não se imiscui, pois, de maneira nenhuma nas questões temporais." Todos os membros da prelazia são livres para adotar qualquer tendência política que não esteja em oposição aos ensinamentos da Igreja.
3) O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não é um membro da prelazia do Opus Dei, ao contrário do que é veiculado abundantemente. Conforme declaração do próprio Alckmin, ele recebeu formação cristã em um centro do Opus Dei, mas não faz parte da prelazia.
Existem informações abundantes na internet sobre a prelazia pessoal do Opus Dei. Inclusive um site oficial: http://www.opusdei.org.br Recomendo humildemente que pesquise algumas coisas nesse site, pois isso pode ajudar muito na sua compreensão acerca da prelazia.
O Alckmin nem pode fazer parte da Opus, ele já faz parte de uma ordem que a Igreja condena. Mas está aproximação sempre é válida.
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