terça-feira, 6 de setembro de 2011

Partido da Veja prega voto distrital

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A revista Veja, como se sabe, não faz jornalismo.

Semana passada, dedicou-se ao exercício da espionagem e ao da infâmia.

Como não “colou” a jogada e ainda está às voltas com a possibilidade de que se descubra quem plantou a câmara de espionagem da qual tirou as fotos que jornalista Alberto Dines disse que “não renderiam sequer uma nota numa coluna de fofocas políticas”, esta semana a revista veio “light”.

Mas continuou a não fazer jornalismo.


A revista dedica-se a fazer a campanha pelo voto distrital, não a abrir um debate sobre o tema.

É militância, mesmo, por uma esperança de, mudando as regras, aumentar a representação da direita sem aumentar seus votos. Chega até a convidar os seus leitores, expressamente, para subscreverem um abaixo-assinado pela mudança. Claro, em nome do “combate à corrupção”.

Quem é do Rio e anda pelos 50 anos ou mais lembra que já tivemos aqui um “voto distrital”. Era o chaguismo e sua “política da bica d´água”. Chagas Freitas nomeava os administradores regionais, eles faziam clientelismo político e saíam eleitos dos “distritos”. Um esquema corruptíssimo para angariar votos, sobretudo dos mais pobres.

Os méritos que a ideia do voto distrital possa ter vão se perdendo a medida em que se revelam seus apoiadores: José Serra, Veja, etc. Aliás, a Veja publica um gráfico que mostra como ficaria o Congresso com o voto distrital. A esquerda perde e o centro-direita ganha, exceto pelo DEM, que hoje perde corrida até se disputar sozinho. A projeção, porém, não deve ser vista senão como uma besteira, porque chega a “eleger” candidatos com 1% dos votos no suposto distrito.

Mas vale tudo para despolitizar as eleições, não é?

2 comentários:

  1. Tive a oportunidade de participar do que chamaram de debate sobre reforma política/eleitoral. Mas ninguém debateu nada, quem falou, estava ali para defender sua opinião e ponto... Tinha até torcida organizada dos que defendem voto em lista, voto distrital, voto blábláblá.... Todos os lados, sem exceção, se comportam da mesma forma.

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  2. Paz e bem!

    Sabe por que estou tranquilo neste tema?

    Porque qualquer mudança drática na forma de eleição não passa no congresso.

    Seja distrital, seja distritão
    ou outra maluquice
    sempre ocorrerá o seguinte:
    > 10% dos deputados
    terão certeza
    de sua reeleição.
    > 20% saberão que
    têm grandes chances.
    > 70% estará em
    grandes dúvidas.

    Por isto não passa nada radical.

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