Por José Dirceu, em seu blog:
A mídia argentina continua inconformada com a vitória esmagadora, no 1º turno, da presidenta Cristina Kirchner em sua reeleição no último domingo. A de lá e a daqui, tão conservadora quanto, ampliam o som de suas trombetas contra a vitória popular, nas urnas, da presidenta. O coro dos inconformados cresce ainda mais e se torna ensurdecedor, porque concluída a apuração, confirmou-se que a chefe do governo venceu de ponta a ponta, obtendo, inclusive, a maioria de que não dispunha no Congresso Nacional - nas duas Casas.
Assim, a presidenta reelegeu-se domingo, ainda nem assumiu o seu 2º mandato, e lá - como aqui contra o ex-presidente Lula - já começou a grita dizendo que ela vai mudar a Constituição para obter um 3º mandato. Cristina Kirchner, como frisei, nem assumiu o 2º! E nunca disse que vai mudar a Constituição de seu país nesse ponto. Prepare-se sra. Kirchner! Aqui, enquanto Lula presidente, nós lemos, vimos, ouvimos e vivemos essa grita durante quase oito anos...
Aproveitam a campanha de desqualificação da presidenta e de sua vitória para ir embutindo no noticiário suas posições contrárias a decisões que serão tomadas pela mandatária argentina e que fira seus interesses econômicos. A última destas é que o governo da sra. Kirchner deve enviar nos próximos dias ao Congresso uma proposta para considerar "de interesse nacional" a produção de papel imprensa.
Mídia só teme sobrevivência em governo de esquerda, da direita, não
A iniciativa, protestam os grupos midiáticos conservadores da oposição, "Clarín" e "La Nación", coloca em risco os principais jornais oposicionistas - leia-se, eles. Mas, atualmente, eles já dividem com o próprio governo a propriedade da única produtora do material no país, a Papel Prensa.
Prestem atenção: ter uma associação com o governo numa empresa para produzir papel não limita a liberdade da imprensa, tão ao gosto do discurso permanente dessa mídia? E o que explica, então, essa associação dos grandes jornalões com o governo já existente na Papel Prensa? É porque o governo era de direita quando a aliança, a sociedade Estado-empresarial foi feita?
Associação com um governo de direita numa fábrica de papel para produzir jornais pode? Com um governo de centro-esquerda, como o da presidenta Cristina, não, é ameaça a liberdade de imprensa? Então, aliança da mídia com governo de direita não ameaça a liberdade de imprensa, só com governo de esquerda, ou de centro-esquerda?
A mídia argentina continua inconformada com a vitória esmagadora, no 1º turno, da presidenta Cristina Kirchner em sua reeleição no último domingo. A de lá e a daqui, tão conservadora quanto, ampliam o som de suas trombetas contra a vitória popular, nas urnas, da presidenta. O coro dos inconformados cresce ainda mais e se torna ensurdecedor, porque concluída a apuração, confirmou-se que a chefe do governo venceu de ponta a ponta, obtendo, inclusive, a maioria de que não dispunha no Congresso Nacional - nas duas Casas.
Assim, a presidenta reelegeu-se domingo, ainda nem assumiu o seu 2º mandato, e lá - como aqui contra o ex-presidente Lula - já começou a grita dizendo que ela vai mudar a Constituição para obter um 3º mandato. Cristina Kirchner, como frisei, nem assumiu o 2º! E nunca disse que vai mudar a Constituição de seu país nesse ponto. Prepare-se sra. Kirchner! Aqui, enquanto Lula presidente, nós lemos, vimos, ouvimos e vivemos essa grita durante quase oito anos...
Aproveitam a campanha de desqualificação da presidenta e de sua vitória para ir embutindo no noticiário suas posições contrárias a decisões que serão tomadas pela mandatária argentina e que fira seus interesses econômicos. A última destas é que o governo da sra. Kirchner deve enviar nos próximos dias ao Congresso uma proposta para considerar "de interesse nacional" a produção de papel imprensa.
Mídia só teme sobrevivência em governo de esquerda, da direita, não
A iniciativa, protestam os grupos midiáticos conservadores da oposição, "Clarín" e "La Nación", coloca em risco os principais jornais oposicionistas - leia-se, eles. Mas, atualmente, eles já dividem com o próprio governo a propriedade da única produtora do material no país, a Papel Prensa.
Prestem atenção: ter uma associação com o governo numa empresa para produzir papel não limita a liberdade da imprensa, tão ao gosto do discurso permanente dessa mídia? E o que explica, então, essa associação dos grandes jornalões com o governo já existente na Papel Prensa? É porque o governo era de direita quando a aliança, a sociedade Estado-empresarial foi feita?
Associação com um governo de direita numa fábrica de papel para produzir jornais pode? Com um governo de centro-esquerda, como o da presidenta Cristina, não, é ameaça a liberdade de imprensa? Então, aliança da mídia com governo de direita não ameaça a liberdade de imprensa, só com governo de esquerda, ou de centro-esquerda?
Dirceu, observo que à diferença, Cristina vai a tv com salamaleques de omeletes e nem comparecendo a coquetéis de aniversário como os nossos Lula e Dilma o fazem, ao contrário, a líder argentina criou a Ley dos Medios e não está nem aí para os jornais reacionários, o que esperamos se encaminhe por aqui para ontem, assim como noutras questões sobre os Direitos Humanos. Vc sabe muito bem quem vai para a cadeia na Argentina, do general ao torturador. Borges, já falava em seus escritos sobre as diferenças da coragem entre gaúchos e argentinos dos Pampas.
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