sábado, 22 de outubro de 2011

JN distorce contra Orlando Silva

Por José Dirceu, em seu blog:

Não tem jeito, não adianta esperar mudança, nem jornalismo no Jornal Nacional da Rede Globo. A edição de ontem noticiou como lhe convinha o caso do ministro do Esporte, Orlando Silva. Para tanto editou fala da presidenta Dilma Rousseff de uma forma que deixou dúbia sua posição e a do governo em relação ao episódio.

Mas, a gente ainda tem de se conformar, porque o jornal de maior audiência no país deu voz às razões do ministro Orlando Silva e, num ponto, foi muito claro: afirmou, textualmente, que João Dias, o soldado ongueiro (suas ONGs têm de devolver R$ 3 milhões aos cofres públicos) de Brasília, não apresentou até agora as provas que diz ter contra o titular da Pasta do Esporte. Nenhuma prova, de nada. E ainda disse que não presenciou nunca a suposta entrega de dinheiro.

"Nós temos de apurar os fatos, investigar. Se apurada a culpa das pessoas, puni-las. Isso não significa demonizar quem quer que seja, muito menos partidos que lutaram no Brasil pela democracia. Dizer que o governo está fazendo julgamento de um partido é uma tolice. O meu governo respeita o Partido Comunista do Brasil e acha que [o partido] tem quadros absolutamente importantes para o país. Nós não vamos entrar nesse processo que é absolutamente irracional".

A fala real não é a do JN

O trecho acima é a fala real - não a editada no JN - da presidenta sobre o caso do ministro. Respondia sobre as denúncias contra o titular do Esporte e até no que foram mais longe: a essa história de que o governo descartou o PC do B da base aliada que o partido integra há nove anos.

A presidenta queixou-se, ainda - e é óbvio que também essa parte a Globo não deu -, de notícias publicadas na imprensa sobre observações que ela teria feito relativas à situação do ministro Orlando Silva.

"Eu li com muita preocupação as notícias do Brasil. Primeiro, pelo grau de imprecisão nas observações a respeito do governo. O governo não fez, não fará nenhuma avaliação e julgamento precipitado de quem quer que seja. Eu não falei com ninguém e vazam aspas minhas. A gente tem que ter um processo sistemático de investigação e apuração de todos os malfeitos. É preciso sempre se supor a presunção da inocência das pessoas", afirmou.

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