Por Altamiro Borges
O jornal Valor Econômico, menos sensacionalista e mais voltado às elites empresariais, decretou no seu editorial: “Zona do euro caminha em linha reta para a implosão”. Na sua avaliação, a grave crise econômica já deixou a periferia do capitalismo na Europa e agora atinge o coração do sistema, o que confirmaria os péssimos presságios sobre sua dinâmica destrutiva e prolongada.
“A pequena Grécia não teria potencial para causar muita devastação... Os líderes europeus deixaram os gregos serem fritos pelo mercado, até que um dia acordaram com Portugal e Irlanda à beira da bancarrota e, depois, com a instabilidade batendo às portas da Itália e Espanha. A crise continuou sem solução e se a Itália finalmente cair, dificilmente o euro sobrevive”.
"Uma mistura já explosiva"
Para piorar o quadro, afirma o Valor, “a cada dia a onda de desconfiança se amplia” e agora a crise chega a países mais “sólidos” – com a fuga em massa dos títulos da dívida pública na Áustria, Holanda, Bélgica e Finlândia. “Essa deterioração das expectativas é acompanhada de um progressivo estrangulamento dos grandes bancos europeus e, em primeiro lugar, dos franceses”.
Após historiar a evolução da tragédia, o jornal dos executivos é apocalíptico: “Os riscos para o sistema financeiro estão crescendo exponencialmente e a perspectiva de uma recessão já no fim do ano na união monetária só acrescenta mais um ingrediente ruim em uma mistura já explosiva”. A mesma mídia hegemônica que negava a gravidade da crise mundial, agora está apavorada!
O mesmo receituário destrutivo
Mas a burguesia e sua mídia não vão entregar a rapadura. Mesmo reconhecendo o “colapso” do sistema, elas insistem no mesmo receituário neoliberal – com redução dos gastos públicos, privatizações e cortes de direitos trabalhistas. Tudo para manter os altos lucros dos capitalistas e, principalmente, para socorrer os rentistas. Com esta opção, as elites negam a própria democracia liberal!
O remédio aplicado não dá resultados. As operações de salvamento dos banqueiros jogam os países na recessão. Até a poderosa Alemanha já prevê que o seu crescimento não ultrapassará os 0,7% em 2012. O desemprego cresce vertiginosamente em toda a velha Europa. Mas, danem-se os trabalhadores, danem-se os que padecem na miséria e no desespero. Dane-se a democracia!
Quem manda são os banqueiros
Os últimos fatos políticos confirmam que o agravamento da crise resultou numa guinada à direita na Europa, hoje totalmente sob o comando da ditadura do capital financeiro. Como afirma James Kenneth Galbraith, filho do célebre economista John Galbraith, a “democracia está acabada” no continente europeu. O voto popular não vale mais nada. Quem manda são os especuladores!
Mario Draghi, o novo presidente do Banco Central da Europa, foi vice-presidente regional do Goldman Sachs. Mario Monti, o novo primeiro-ministro da Itália, foi conselheiro da mesma corporação. Lucas Papademos, novo premiê da Grécia, também trabalhou nesta agência de rentistas. Que manda é “um grupo de pessoas, todas graduadas pelo MIT e com ligações com o Goldman Sachs”, afirma Galbraith.
"Novo tipo de Estado de exceção"
O temido “deus-mercado” é quem governa a Europa. Ele “elege” e derruba governantes. “É uma máquina de triturar governos”, reconhece o próprio Clóvis Rossi. Ou, como alerta o sociólogo português Boaventura de Souza Santos, há uma perigosa regressão no mundo capitalista. “A democracia pode desaparecer gradualmente e sem ser por golpe de Estado. Vários países da Europa vivem uma situação de suspensão constitucional, um novo tipo de Estado de exceção”.
O jornal Valor Econômico, menos sensacionalista e mais voltado às elites empresariais, decretou no seu editorial: “Zona do euro caminha em linha reta para a implosão”. Na sua avaliação, a grave crise econômica já deixou a periferia do capitalismo na Europa e agora atinge o coração do sistema, o que confirmaria os péssimos presságios sobre sua dinâmica destrutiva e prolongada.
“A pequena Grécia não teria potencial para causar muita devastação... Os líderes europeus deixaram os gregos serem fritos pelo mercado, até que um dia acordaram com Portugal e Irlanda à beira da bancarrota e, depois, com a instabilidade batendo às portas da Itália e Espanha. A crise continuou sem solução e se a Itália finalmente cair, dificilmente o euro sobrevive”.
"Uma mistura já explosiva"
Para piorar o quadro, afirma o Valor, “a cada dia a onda de desconfiança se amplia” e agora a crise chega a países mais “sólidos” – com a fuga em massa dos títulos da dívida pública na Áustria, Holanda, Bélgica e Finlândia. “Essa deterioração das expectativas é acompanhada de um progressivo estrangulamento dos grandes bancos europeus e, em primeiro lugar, dos franceses”.
Após historiar a evolução da tragédia, o jornal dos executivos é apocalíptico: “Os riscos para o sistema financeiro estão crescendo exponencialmente e a perspectiva de uma recessão já no fim do ano na união monetária só acrescenta mais um ingrediente ruim em uma mistura já explosiva”. A mesma mídia hegemônica que negava a gravidade da crise mundial, agora está apavorada!
O mesmo receituário destrutivo
Mas a burguesia e sua mídia não vão entregar a rapadura. Mesmo reconhecendo o “colapso” do sistema, elas insistem no mesmo receituário neoliberal – com redução dos gastos públicos, privatizações e cortes de direitos trabalhistas. Tudo para manter os altos lucros dos capitalistas e, principalmente, para socorrer os rentistas. Com esta opção, as elites negam a própria democracia liberal!
O remédio aplicado não dá resultados. As operações de salvamento dos banqueiros jogam os países na recessão. Até a poderosa Alemanha já prevê que o seu crescimento não ultrapassará os 0,7% em 2012. O desemprego cresce vertiginosamente em toda a velha Europa. Mas, danem-se os trabalhadores, danem-se os que padecem na miséria e no desespero. Dane-se a democracia!
Quem manda são os banqueiros
Os últimos fatos políticos confirmam que o agravamento da crise resultou numa guinada à direita na Europa, hoje totalmente sob o comando da ditadura do capital financeiro. Como afirma James Kenneth Galbraith, filho do célebre economista John Galbraith, a “democracia está acabada” no continente europeu. O voto popular não vale mais nada. Quem manda são os especuladores!
Mario Draghi, o novo presidente do Banco Central da Europa, foi vice-presidente regional do Goldman Sachs. Mario Monti, o novo primeiro-ministro da Itália, foi conselheiro da mesma corporação. Lucas Papademos, novo premiê da Grécia, também trabalhou nesta agência de rentistas. Que manda é “um grupo de pessoas, todas graduadas pelo MIT e com ligações com o Goldman Sachs”, afirma Galbraith.
"Novo tipo de Estado de exceção"
O temido “deus-mercado” é quem governa a Europa. Ele “elege” e derruba governantes. “É uma máquina de triturar governos”, reconhece o próprio Clóvis Rossi. Ou, como alerta o sociólogo português Boaventura de Souza Santos, há uma perigosa regressão no mundo capitalista. “A democracia pode desaparecer gradualmente e sem ser por golpe de Estado. Vários países da Europa vivem uma situação de suspensão constitucional, um novo tipo de Estado de exceção”.
É o egoismo, os banqueiros botaram a isca ( a ganância) e todo mundo apostou. Estão comendo o pão que o diabo amassou, cuidado, que a gente (América latina) é a bola da vez....
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