A farsa montada contra Agnelo Queiroz

Por José Dirceu, em seu blog:

Reportagem publicada hoje pelo Correio Braziliense sob o título "Irmão de Eliana Pedrosa estaria por trás de vídeo incriminando Agnelo" desmonta as acusações de que o governador de Brasília, Agnelo Queiroz (PT) teria recebido propina quando era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).



A matéria reproduz parte da entrevista de Daniel Tavares - que, inicialmente, acusou Agnelo de ter recebido dinheiro - à TV Record, na qual ele diz: "Falei tudo aqulo para prejudicar o governador".

Segundo o material publicado pelo Correio, o articulador da gravação do vídeo no qual Tavares envolveu o governador em denúncia de pagamentos de propina é o empresário Eduardo Pedrosa, que há anos atua nos bastidores da política do DF e é imão da deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD).

Deputadas movem campanha de acusações contra governador

Eduardo Pedrosa, lembra o jornal, foi preso em 2004, durante a Operação Vampiro, sob a acusação de participar de um esquema de fraudes em licitações para compra de hemoderivados no Ministério da Saúde. Ele nega participação nos crimes.

Eliana, junto com a colega Celina Leão (PSD), move a campanha contra o chefe do governo de Brasília. De acordo com o jornal, Celina teria, inclusive, conduzido a gravação de Tavares que ela entregou à Polícia Federal (PF).

"Chegou até mim o senhor Eduardo Pedrosa, irmão da deputada Eliana Pedrosa, e me levou até a casa dele, à beira da terceira ponte, e me fez essa proposta", contou Daniel Tavares em entrevista à TV Record, parcialmente reproduzida pela matéria do Correio Braziliense hoje.

"Eu falei tudo aquilo que eles queriam ouvir e todos os pontos que foram colocados foram pontos plantados pelo senhor Eduardo e a senhora Celina Leão para prejudicar o governador", diz Tavares na entrevista à TV.

Farsa desmascarada

Ele conta à emissora que Eduardo Pedrosa ofereceu-lhe R$ 400 mil, além de mesada durante um ano, para ele fazer a acusação ao governador. Assim, em 33 minutos de depoimento, Tavares criou com detalhes a história de que fez em 2008 uma transferência eletrônica para a conta-corrente de Agnelo quanto este era diretor da ANVISA, a título de retribuição por atestado assinado pelo hoje governador, em benefício da empresa União Química.

As deputadas distritais Eliana e Celina negam pagamento a Tavares. Segundo as duas deputadas, ele pediu dinheiro, mas não foi pago pelo depoimento contra Agnelo. Em depoimento apresentado pelo líder do PT na Câmara Legislativa, Chico Vigilante, Tavares confirmou a versão do governador de que o depósito de R$ 5 mil em sua conta refere-se ao pagamento de um empréstimo.

Nesse depoimento apresentado por Chico Vigilante, Tavares completa: "Várias pessoas de Brasília, de fora de Brasília, me ofereceram para falar contra o governador Agnelo. Eu não fiz isso, eu não fiz isso. Tenho um apreço muito grande pelo governador, foi uma pessoa que me ajudou no passado."