Por Paulo Salvador, na Rede Brasil Atual:
O jornalista e videomaker canadense Jesse Freeston protagonizou uma das apresentações mais comentadas entre os participantes do Primeiro Internacional de Blogueiros, encerrado neste sábado (29), em Foz do Iguaçu (PR). O ativista pelos direitos humanos, que nos últimos tempos vem atuando em Honduras apresentou um vídeo de sua autoria em que retrata o país depois do golpe de estado que tirou o presidente eleito Manuel Zelaya do poder e o papel desempenhado pelas elites do país, tendo como fiel parceira parte da mídia nativa.
Antes da exibição, Freeston contou que aprendeu a olhar o mundo do ponto de vista dos menos favorecidos a partir de leituras da obra do educador brasileiro Paulo Freire. "Minha palavra preferida em português é conscientização, que tirei do Paulo Freire (e que ele afirma ser se autor preferido) mas não tem tradução na língua inglesa, os tradutores precisam de duas páginas para explicá-la, mas ainda assim fica difícil de entender."
O ativista também disse que resolveu participar do Encontro de Blogueiros, apesar de não ser autor de nenhum blogue, por achar que é no hemisfério sul que encontrou ecos para o seu pensamento sobre democracia, acesso à informação e participação popular.
"Sou 'infiltrado', não sou blogueiro, faço vídeos, esta é a minha primeira viagem à América do Sul e estou muito feliz, porque os brasileiros têm sido importante para a minha ideologia pessoal. Vim de Montreal e lá temos também uma ocupação. Essa palavra também não tem tradução na língua inglesa, mas aprendemos com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O mundo hoje tem muitas ocupações. Nós, do norte, aprendemos o processo de democracia e participação com o exemplo de Porto Alegre (referindo-se ao Fórum Social Mundial) e agora estamos praticando na realidade, em assembleias. É um processo parecido com o efeito do inverno, que mata a terra e depois vem o ar fresco. Agora são milhares de pessoas que abrem os olhos e recebem o ar fresco."
Freeston ressaltou a importância da blogosfera e das novas mídias, mas lembrou que é preciso que o ativismo saia das telas dos computadores e tomem as ruas para efetivamente chegar a um resultado transformador da sociedade. "O ciberativismo se realiza no mundo real e só pode melhorar o mundo virtual. O ciberativismo não tem sentido sozinho, é como se tivéssemos ciberalimentação - não se come virtualmente. No meu país tem uma cibercomunidade de 20 milhões de pessoas, mas não serve para nada, enquanto as ocupações é que geram grandes movimentos."
O raciocínio de Freeston durante sua apresentação incluiu ainda o alerta do que, na verdade, está por trás das maquininhas com potencial para promover uma verdadeira revolução da sociedade e de que é preciso saber que a luta por um outro mundo se faz também fora das telas dos computadores."Essas máquinas funcionam como cocaína. Você encontra pessoas chapadas de cocaína e eles pensam que são os mais importantes da sala, mas a triste realidade é que se deixamos de tuitar ninguém vai sentir saudade. Hoje (em dia) dedico uma hora por dia (a atualizar posts e mensagens nas redes sociais) com controle, com alarmes (para avisar a hora de parar). Sou viciado em ar fresco".
O jornalista e videomaker canadense Jesse Freeston protagonizou uma das apresentações mais comentadas entre os participantes do Primeiro Internacional de Blogueiros, encerrado neste sábado (29), em Foz do Iguaçu (PR). O ativista pelos direitos humanos, que nos últimos tempos vem atuando em Honduras apresentou um vídeo de sua autoria em que retrata o país depois do golpe de estado que tirou o presidente eleito Manuel Zelaya do poder e o papel desempenhado pelas elites do país, tendo como fiel parceira parte da mídia nativa.
Antes da exibição, Freeston contou que aprendeu a olhar o mundo do ponto de vista dos menos favorecidos a partir de leituras da obra do educador brasileiro Paulo Freire. "Minha palavra preferida em português é conscientização, que tirei do Paulo Freire (e que ele afirma ser se autor preferido) mas não tem tradução na língua inglesa, os tradutores precisam de duas páginas para explicá-la, mas ainda assim fica difícil de entender."
O ativista também disse que resolveu participar do Encontro de Blogueiros, apesar de não ser autor de nenhum blogue, por achar que é no hemisfério sul que encontrou ecos para o seu pensamento sobre democracia, acesso à informação e participação popular.
"Sou 'infiltrado', não sou blogueiro, faço vídeos, esta é a minha primeira viagem à América do Sul e estou muito feliz, porque os brasileiros têm sido importante para a minha ideologia pessoal. Vim de Montreal e lá temos também uma ocupação. Essa palavra também não tem tradução na língua inglesa, mas aprendemos com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O mundo hoje tem muitas ocupações. Nós, do norte, aprendemos o processo de democracia e participação com o exemplo de Porto Alegre (referindo-se ao Fórum Social Mundial) e agora estamos praticando na realidade, em assembleias. É um processo parecido com o efeito do inverno, que mata a terra e depois vem o ar fresco. Agora são milhares de pessoas que abrem os olhos e recebem o ar fresco."
Freeston ressaltou a importância da blogosfera e das novas mídias, mas lembrou que é preciso que o ativismo saia das telas dos computadores e tomem as ruas para efetivamente chegar a um resultado transformador da sociedade. "O ciberativismo se realiza no mundo real e só pode melhorar o mundo virtual. O ciberativismo não tem sentido sozinho, é como se tivéssemos ciberalimentação - não se come virtualmente. No meu país tem uma cibercomunidade de 20 milhões de pessoas, mas não serve para nada, enquanto as ocupações é que geram grandes movimentos."
O raciocínio de Freeston durante sua apresentação incluiu ainda o alerta do que, na verdade, está por trás das maquininhas com potencial para promover uma verdadeira revolução da sociedade e de que é preciso saber que a luta por um outro mundo se faz também fora das telas dos computadores."Essas máquinas funcionam como cocaína. Você encontra pessoas chapadas de cocaína e eles pensam que são os mais importantes da sala, mas a triste realidade é que se deixamos de tuitar ninguém vai sentir saudade. Hoje (em dia) dedico uma hora por dia (a atualizar posts e mensagens nas redes sociais) com controle, com alarmes (para avisar a hora de parar). Sou viciado em ar fresco".
Excelente materia, parabéns pelo blog.
ResponderExcluirTorcemos para que a blogosfera cresça cada vez mais.
Equipe Tecnoinfobrasil deseja uma boa noite.