quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2011: um ano infernal para o DEM

Por Altamiro Borges

2011 foi um ano desastroso para a oposição de direita no Brasil. Derrotada pela terceira vez seguida nas eleições presidenciais, ela não conseguiu se recuperar do trauma. Sevada historicamente no patrimonialismo e no fisiologismo, ela sofreu deserções e crises internas. Sem programa e sem rumo, ela hoje depende basicamente da mídia direitista para sobreviver em estado vegetativo.

O caso mais emblemático é o do DEM – ex-Arena durante a ditadura militar, ex-PDS no período da redemocratização e ex-PFL nos áureos tempos do tsunami neoliberal. A decadência da legenda ultraconservadora é acelerada. Em 1998, o PFL/DEM elegeu 105 deputados federais; no ano passado, foram apenas 43. Em 2000, ele elegeu 1.026 prefeitos; em 2008, foram somente 495.

O teste derradeiro de 2012

Quantos prefeitos o DEM elegerá em 2012? Muitos apostam que a queda será ainda mais violenta, principalmente após a saída de vários caciques conservadores, que rumaram para o PSD de Gilberto Kassab. Há quem afirme que o partido não resistirá ao teste das eleições municipais do próximo ano. Muitos abandonarão o navio à deriva e a sigla fechará as suas portas!

A própria Folha serrista reconhece que a situação da legenda é delicada: “Nos últimos dois anos, o DEM perdeu suas duas maiores estrelas: José Roberto Arruda caiu do governo do Distrito Federal acusado de corrupção e o prefeito Gilberto Kassab abandonou a sigla para criar o próprio partido. Ao sair, ele arrastou consigo um de cada cinco deputados federais da oposição”.

Demos rumam para o inferno

O Estadão confirma o péssimo diagnóstico em reportagem desta terça-feira (27). “Apenas em 2011, o DEM perdeu 17 deputados federais de um total de 43, um senador de um total de seis, e um governador de um total de dois, além de prefeitos, vereadores e deputados estaduais, a maioria para o PSD”. A piada que circula é que os demos caminham para o inferno, se o diabo deixar!

Diante deste cenário calamitoso, os demos apostam todas as fichas nas eleições do próximo ano. Uma aposta de vida ou morte! O partido ainda possui alguns oligarcas locais e certo tempo para propaganda partidária na rádio e televisão. Mas estes trunfos não aliviam a barra. Alguns caciques cotados para disputar prefeituras, como ACM Neto em Salvador, já vacilam. Temem o vexame!

Extinção, fusão ou nova sigla?

“Ficaram no DEM os que têm compromisso. E as próximas eleições nos dirão se isso ainda rende votos no Brasil”, filosofa Agripino Maio, presidente nacional da sigla. Mas ele mesmo sabe que a situação é difícil. No seu próprio estado, no Rio Grande do Norte, o senador assiste desesperado o calvário da única governadora que restou no DEM, Rosalba Ciarlini, que despenca nas pesquisas.

Para Raquel Ulhôa, do jornal Valor, “se o desempenho da legenda em 2012 for pífio, há quem aposte na extinção. A tendência, dizem, é que parte dos integrantes do DEM iria para o PSDB e outra, para o PMDB”. Há também que acredite na criação de uma nova sigla, com uma roupagem mais de direita, ou na fusão com o PSDB e o PPS, outros dois partidos em grave crise. A conferir!

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