Por Maurício Dias, na CartaCapital:
A eleição municipal de 2012 tornou-se um pouco mais a preliminar da batalha eleitoral para a Presidência em 2014. Embora a escolha de prefeitos e vereadores tenha impacto reduzido na disputa presidencial, dois competidores, PT e PSDB, travam um confronto iniciado com a vitória de FHC em 1994, que completará duas décadas no fim do atual mandato de Dilma Rousseff.
Para os tucanos, na vanguarda de uma oposição debilitada eleitoralmente, o resultado da competição municipal pode ter um efeito desastroso caso o PT, ou até mesmo um aliado dos petistas, conquiste a prefeitura paulistana. Em consequência, o PSDB se enfraqueceria muito para a disputa do governo estadual e poderia, assim, perder a principal base político-eleitoral do partido, cujo poder se projeta nacionalmente. Sem ela só restará, como expressão política influente, o enclave mineiro comandado por Aécio Neves.
Lula tem trabalhado firmemente na preparação desse assalto final, em 2014, ao governo paulista. É uma “fortaleza tucana”, guarnecida por poderoso batalhão de prefeitos vitoriosos na última eleição municipal, em 2008. Dos 645 municípios paulistas, o PSDB domina mais de 31%, seguido de longe pelo DEM e pelo PMDB. E, mais distante ainda, pelo PT. Esses números ainda não refletem a revoada de tucanos para o PSD do prefeito Kassab.
Esse sólido reduto eleitoral, no entanto, possui pontos vulneráveis. O mais importante deles é o desentendimento entre o governador Geraldo Alckmin e o ex-governador José Serra. Eles têm visão diferente quanto à melhor maneira de enfrentar os petistas em 2012.
Serra tem especial preferência pelo nome de Guilherme Afif Domingos. Só que ele é vice-governador de São Paulo, foi articulador da campanha vitoriosa de Kassab à prefeitura em 2008 e, mais complicado ainda, é coautor do PSD.
Na segunda-feira 28 de novembro, Alckmin acabou com essa conversa. Reunido com os pré-candidatos tucanos à prefeitura da capital, o deputado federal Ricardo Tripoli, os secretários estaduais Andrea Matarazzo, José Anibal e Bruno Covas, ele não só reafirmou que o PSDB terá candidato próprio como marcou para março as prévias para a definição do nome.
Mas a disputa em São Paulo ainda tem algumas incógnitas: Serra não quer participar diretamente da eleição? Com que finalidade o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles se filiou ao PSD?
Ainda convalescendo do tratamento de quimioterapia para combater um tumor maligno na glote, o ex-presidente Lula deve estar inquieto para voltar à ativa e terminar a costura que começou.
Depois de incentivar a candidatura de Gabriel Chalita (PMDB), abrindo caminho para aliança no quase inescapável segundo turno, Lula afastou a desgastada candidatura de Marta Suplicy e, mais uma vez, “inventou” um candidato novo: Fernando Haddad.
Ao falar da eleição para a prefeitura paulistana, o ex-presidente mostrou o objetivo que tem com uma frase, quase uma palavra de ordem eleitoral: “Precisamos tirar mais musculatura deles”.
Para isso pretende botar o pé na estrada, em 2012, para reforçar algumas candidaturas estratégicas considerando fortalecer o PT e aliados e enfraquecer os adversários em algumas capitais e em várias cidades no ranking das que formam os maiores colégios eleitorais do País.
A eleição municipal de 2012 tornou-se um pouco mais a preliminar da batalha eleitoral para a Presidência em 2014. Embora a escolha de prefeitos e vereadores tenha impacto reduzido na disputa presidencial, dois competidores, PT e PSDB, travam um confronto iniciado com a vitória de FHC em 1994, que completará duas décadas no fim do atual mandato de Dilma Rousseff.
Para os tucanos, na vanguarda de uma oposição debilitada eleitoralmente, o resultado da competição municipal pode ter um efeito desastroso caso o PT, ou até mesmo um aliado dos petistas, conquiste a prefeitura paulistana. Em consequência, o PSDB se enfraqueceria muito para a disputa do governo estadual e poderia, assim, perder a principal base político-eleitoral do partido, cujo poder se projeta nacionalmente. Sem ela só restará, como expressão política influente, o enclave mineiro comandado por Aécio Neves.
Lula tem trabalhado firmemente na preparação desse assalto final, em 2014, ao governo paulista. É uma “fortaleza tucana”, guarnecida por poderoso batalhão de prefeitos vitoriosos na última eleição municipal, em 2008. Dos 645 municípios paulistas, o PSDB domina mais de 31%, seguido de longe pelo DEM e pelo PMDB. E, mais distante ainda, pelo PT. Esses números ainda não refletem a revoada de tucanos para o PSD do prefeito Kassab.
Esse sólido reduto eleitoral, no entanto, possui pontos vulneráveis. O mais importante deles é o desentendimento entre o governador Geraldo Alckmin e o ex-governador José Serra. Eles têm visão diferente quanto à melhor maneira de enfrentar os petistas em 2012.
Serra tem especial preferência pelo nome de Guilherme Afif Domingos. Só que ele é vice-governador de São Paulo, foi articulador da campanha vitoriosa de Kassab à prefeitura em 2008 e, mais complicado ainda, é coautor do PSD.
Na segunda-feira 28 de novembro, Alckmin acabou com essa conversa. Reunido com os pré-candidatos tucanos à prefeitura da capital, o deputado federal Ricardo Tripoli, os secretários estaduais Andrea Matarazzo, José Anibal e Bruno Covas, ele não só reafirmou que o PSDB terá candidato próprio como marcou para março as prévias para a definição do nome.
Mas a disputa em São Paulo ainda tem algumas incógnitas: Serra não quer participar diretamente da eleição? Com que finalidade o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles se filiou ao PSD?
Ainda convalescendo do tratamento de quimioterapia para combater um tumor maligno na glote, o ex-presidente Lula deve estar inquieto para voltar à ativa e terminar a costura que começou.
Depois de incentivar a candidatura de Gabriel Chalita (PMDB), abrindo caminho para aliança no quase inescapável segundo turno, Lula afastou a desgastada candidatura de Marta Suplicy e, mais uma vez, “inventou” um candidato novo: Fernando Haddad.
Ao falar da eleição para a prefeitura paulistana, o ex-presidente mostrou o objetivo que tem com uma frase, quase uma palavra de ordem eleitoral: “Precisamos tirar mais musculatura deles”.
Para isso pretende botar o pé na estrada, em 2012, para reforçar algumas candidaturas estratégicas considerando fortalecer o PT e aliados e enfraquecer os adversários em algumas capitais e em várias cidades no ranking das que formam os maiores colégios eleitorais do País.
De um jeito ou de outro, Serra & Alckmin seriam mesmo a coda final.
ResponderExcluirUm passo importante para quebrar o monopólio demotucano em São Paulo seria quebrar o monopólio da mídia. E isso nem Lula nem Dilma fizeram, até agora.
ResponderExcluirUma parte da população de São Paulo é de direita, por ser obtusa. E é obtusa, por ser de direita. Tomara que consigamos quebrar esse círculo vicioso. Infelizmente, o PT de São Paulo é apenas um departamento do PSDB, salvo honrosas exceções.
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