Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Nos últimos dias, o deputado Candido Vaccareza, líder do governo na Câmara dos Deputados, o presidente daquela Casa, deputado Marco Maia, e a própria presidente Dilma Rousseff deram declarações contrárias à instalação da CPI da Privataria, proposta pelo deputado comunista Protógenes Queiroz, que já contabiliza mais assinaturas do que as 171 necessárias.
Que a grande mídia e o PSDB agora minimizem as denúncias contidas no livro A Privataria Tucana depois de tentarem (sem sucesso) escondê-las, é compreensível. Ambos estão envolvidos nas denúncias – os tucanos por terem conduzido o processo e a mídia por ter feito grandes negócios com o que foi privatizado. O que não se entende são as posturas da cúpula do PT e da presidente Dilma.
Mesmo que cerca de 30% dos deputados do PT, até agora, tenham aposto suas firmas no requerimento da Comissão Parlamentar de Inquérito, é inadmissível que as mais altas instâncias do partido que mais denunciou as privatizações da era Fernando Henrique Cardoso agora ajam dessa forma, com esse discurso dúbio que sugere medo ou até culpa no cartório.
Se essas autoridades não querem se envolver politicamente, apesar de ocuparem cargos políticos, que dissessem que esse é um assunto que o conjunto do Poder Legislativo terá que decidir. Seria uma forma menos afrontosa de se omitirem do dever que têm de investigar denúncias tão graves de tamanha quantidade de dinheiro público que dizem ter sido afanado por membros do governo federal no fim da década retrasada.
É bem provável que metade dos deputados federais brasileiros assine o requerimento dessa CPI, mas mesmo se ela não tivesse uma só assinatura a mais do que o mínimo necessário deveria ser aberta porque não se imagina que quase duas centenas de deputados estejam vendo coisas ao acharem que há o que investigar.
Uma das frases de autoridades filiadas ao Partido dos Trabalhadores que mais causou espécie ao ir de encontro à instalação da CPI da Privataria foi proferida na televisão pelo deputado Candido Vaccareza. Ele disse que não apoia a instalação da investigação porque não há que ficar “olhando no retrovisor como a oposição”.
Em primeiro lugar, a oposição não olha no retrovisor. Essa alusão ao equipamento obrigatório em veículos automotores surgiu no Brasil já na campanha eleitoral de 2002, quando tucanos diziam que o povo não deveria escolher o próximo presidente da República olhando no retrovisor. Depois, a tese se repetiu nas eleições presidenciais de 2006 e de 2010.
O uso da figura de linguagem tucana pelo deputado petista também é injusta com o PSDB. O que esse partido mais tem feito foi se esquivar do passado. As denúncias que faz são para investigar o presente enquanto prega o esquecimento de possíveis crimes do passado. Acusar a oposição de olhar pelo retrovisor, portanto, não faz sentido.
Alguns aludem a uma suposta “estratégia” da presidente Dilma e da cúpula do PT ou à tese de que não lhes caberia iniciativa de investigar roubo de dinheiro público, o que não é verdade. Pelo contrário: tendo notícia de casos de corrupção, o dever da autoridade constituída é o de investigar ou dizer por que não cabe fazê-lo.
Nos últimos anos, foram feitas CPIs para investigar compra de tapiocas por ministros e grampos telefônicos de autoridades cujos áudios jamais apareceram. Durante o governo Lula, a oposição obteve praticamente todas as investigações que pediu. Neste governo, que ninguém duvide que irá obter muitas mais.
Preocupa, no entanto, a tese de que o tempo justifica e absolve crimes da magnitude dos que são denunciados pelo livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., pois sugere que se houver corrupção e ela tardar a ser descoberta, corruptos e corruptores estarão livres.
De repente, o rigor com a corrupção que a tantos encantou durante os últimos nove anos, sumiu. E o governo e a cúpula do PT parecem achar, no mínimo, que se forem condescendentes com os adversários serão poupados mais adiante, quando surgirem denúncias contra esse governo.
Resumindo: a impressão que se tem, quando as autoridades supracitadas se manifestam contrariamente à investigação da privataria, é a de que têm o rabo preso de alguma forma, ainda que não se saiba qual. Aliás, a honestidade intelectual obriga a considerar a acusação do PSDB quando diz que tudo foi armação de novos “aloprados”.
Cidadãos de verdade não podem aceitar nem que supostos crimes de tucanos deixem de ser investigados, nem que petistas forjem acusações contra os adversários. Aqui se trata de uma questão de justiça. A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a privataria precisa ser instalada para que se saiba qual dos lados agiu criminosamente.
Pelas razões expostas, este blog e seu signatário exigem a instalação da CPI da Privataria. E você, leitor?
Nos últimos dias, o deputado Candido Vaccareza, líder do governo na Câmara dos Deputados, o presidente daquela Casa, deputado Marco Maia, e a própria presidente Dilma Rousseff deram declarações contrárias à instalação da CPI da Privataria, proposta pelo deputado comunista Protógenes Queiroz, que já contabiliza mais assinaturas do que as 171 necessárias.
Que a grande mídia e o PSDB agora minimizem as denúncias contidas no livro A Privataria Tucana depois de tentarem (sem sucesso) escondê-las, é compreensível. Ambos estão envolvidos nas denúncias – os tucanos por terem conduzido o processo e a mídia por ter feito grandes negócios com o que foi privatizado. O que não se entende são as posturas da cúpula do PT e da presidente Dilma.
Mesmo que cerca de 30% dos deputados do PT, até agora, tenham aposto suas firmas no requerimento da Comissão Parlamentar de Inquérito, é inadmissível que as mais altas instâncias do partido que mais denunciou as privatizações da era Fernando Henrique Cardoso agora ajam dessa forma, com esse discurso dúbio que sugere medo ou até culpa no cartório.
Se essas autoridades não querem se envolver politicamente, apesar de ocuparem cargos políticos, que dissessem que esse é um assunto que o conjunto do Poder Legislativo terá que decidir. Seria uma forma menos afrontosa de se omitirem do dever que têm de investigar denúncias tão graves de tamanha quantidade de dinheiro público que dizem ter sido afanado por membros do governo federal no fim da década retrasada.
É bem provável que metade dos deputados federais brasileiros assine o requerimento dessa CPI, mas mesmo se ela não tivesse uma só assinatura a mais do que o mínimo necessário deveria ser aberta porque não se imagina que quase duas centenas de deputados estejam vendo coisas ao acharem que há o que investigar.
Uma das frases de autoridades filiadas ao Partido dos Trabalhadores que mais causou espécie ao ir de encontro à instalação da CPI da Privataria foi proferida na televisão pelo deputado Candido Vaccareza. Ele disse que não apoia a instalação da investigação porque não há que ficar “olhando no retrovisor como a oposição”.
Em primeiro lugar, a oposição não olha no retrovisor. Essa alusão ao equipamento obrigatório em veículos automotores surgiu no Brasil já na campanha eleitoral de 2002, quando tucanos diziam que o povo não deveria escolher o próximo presidente da República olhando no retrovisor. Depois, a tese se repetiu nas eleições presidenciais de 2006 e de 2010.
O uso da figura de linguagem tucana pelo deputado petista também é injusta com o PSDB. O que esse partido mais tem feito foi se esquivar do passado. As denúncias que faz são para investigar o presente enquanto prega o esquecimento de possíveis crimes do passado. Acusar a oposição de olhar pelo retrovisor, portanto, não faz sentido.
Alguns aludem a uma suposta “estratégia” da presidente Dilma e da cúpula do PT ou à tese de que não lhes caberia iniciativa de investigar roubo de dinheiro público, o que não é verdade. Pelo contrário: tendo notícia de casos de corrupção, o dever da autoridade constituída é o de investigar ou dizer por que não cabe fazê-lo.
Nos últimos anos, foram feitas CPIs para investigar compra de tapiocas por ministros e grampos telefônicos de autoridades cujos áudios jamais apareceram. Durante o governo Lula, a oposição obteve praticamente todas as investigações que pediu. Neste governo, que ninguém duvide que irá obter muitas mais.
Preocupa, no entanto, a tese de que o tempo justifica e absolve crimes da magnitude dos que são denunciados pelo livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., pois sugere que se houver corrupção e ela tardar a ser descoberta, corruptos e corruptores estarão livres.
De repente, o rigor com a corrupção que a tantos encantou durante os últimos nove anos, sumiu. E o governo e a cúpula do PT parecem achar, no mínimo, que se forem condescendentes com os adversários serão poupados mais adiante, quando surgirem denúncias contra esse governo.
Resumindo: a impressão que se tem, quando as autoridades supracitadas se manifestam contrariamente à investigação da privataria, é a de que têm o rabo preso de alguma forma, ainda que não se saiba qual. Aliás, a honestidade intelectual obriga a considerar a acusação do PSDB quando diz que tudo foi armação de novos “aloprados”.
Cidadãos de verdade não podem aceitar nem que supostos crimes de tucanos deixem de ser investigados, nem que petistas forjem acusações contra os adversários. Aqui se trata de uma questão de justiça. A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a privataria precisa ser instalada para que se saiba qual dos lados agiu criminosamente.
Pelas razões expostas, este blog e seu signatário exigem a instalação da CPI da Privataria. E você, leitor?
Pelo sim, pelo não, o deputado Protógenes pede que todos nós mandemos e-mails ao dep. Marco Maia - pres. da Câmara - para, digamos, estimulá-lo a aprovar a abertura da CPI.
ResponderExcluirSem dúvida, Edú, esta CPI é o resultado automático depois das denúncias contidas no livro de Amaury. Tornou-se hábito em Brasília dizer que "CPI é como a guerra: todos sabem como começa, mas ninguém sabe como vai acabar". Ou seja: uma CPI contra um adversário pode virar contra o propositor.
ResponderExcluirMas é um instrumento de esclarecimento do povo, e dá oportunidade ao contraditório. Mais que os relatórios finais (alguns deles sem consequência jurídica e penal), o simples debate já constitui uma janela para que o cidadão comum (o dono da grana, afinal) descubra quem está do seu lado e quem o está roubando.
Obviamente devemos todos pressionar pela instalação, pelo bom andamento e pelas punições aos eventuais culpados pelos crimes denunciados. Se houver gente do PT ou deste governo enrolada nas privatizações, donos de jornais ou jornalistas, azar deles. O Brasil é grande demais para ficar refém de quadrilheiros da direita ou "soi-disant" da esquerda.
Eu confio mesmo é na decisão do TCU, do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas sobre as Privatizações ( claro que sempre há aqueles muito jovens que não sabem que uma linha telefônica doméstica custava U$ 2.500, isso no Nordeste ). Seria essa a primeira vez que se debate o assunto? Qual foi o resultado do processo iniciado pelo Mercadante e finalmente encerrado este ano? Não, este não foi o primeiro, e pelo ver, não será o último, porque o que importa mesmo é o boato, a fofoca. E ainda se perguntam como a "grande media " fica calada sobre o assunto? Nem todo mundo tem vocação para a fofoqueira do bairro. Resumindo, abram mesmo uma CPI. Gostaria muitíssimo de ver uma CPI deste porte. Quem sabe outras não seria instaladas, a começar para explicar melhor como a empresa Gamocop do Ronaldo do Lula conseguiu aquele maravilhoso negócio de 15 milhões de reais. Quem sabe não está mais que na hora das CPI começarem a funcionar pra valer? Em tempo, o estelinatário que foi pago inclusive com dinheiro da CEF e do BNDES disse qye a Lista de Furnas foi feita para slavar a pele do Lula. Salvá-lo de que ?
ResponderExcluirCreio que a Dilma vem seguindo a postura que o Lula tinha de lider do Executivo sabendo que quem deve fazer justiça não é o executivo nem o legislativo e sim o poder Judiciario.. Essas ''CPIs de guerrinha politica'' vem atrasando as reformas de que o BR tanto precisa, tributaria, politica ... Acho que o Protógenes deveria entrar com uma ação no STF contra essa quadrilha tucana ...
ResponderExcluirGrande Miro. È preciso ter coragem para fazer e assumir publicamente tudo que está contido no livro A Privataria Tucana é o autor teve e tem. o Amaury Ribeiro Jr é um brasileiro valoroso. O Deputado Federal Protógenes Queiroz tb teve e tem muita coragem por requerer a CPI e assumir junto com o Brizola Neto a coleta de assinaturas e já conseguiram para instalar a CPI.Qto ao Vacareza só aplico por ora o termo infeliz e medroso pq crime de lesa Pátria não tem passado está sempre no modo presente de conjugação pq é dinheiro do povão que tanto sofreu na pele no governo de fhc além da opressão e repressão policial gigantesca pra garantir os leilões da privataria do psdb. queriam tb a Petrobras para Petrobrax. CPI já tucanos fdp a maior corrupção da história do Brasil e a maior lavanderia mundial de dinheiro sujo e saqueado. tucanos SIFUUUUUUUU
ResponderExcluirO PT da legitimidade automatica ao PIG de tratar o fato como coisa despossuida de relevancia, ainda mais após ataques diarios ferrenhos e contundentes a ministros até os destituir de seus cargos, sem mesmo ser preciso fazer uso de CPI, pois a prova dos crimes estarem para quem quizesse ver nas bancas de jornais, um politico ao se manifestar a nação dizer que como lider politico enxergar nas denuncias, mais uma entre muitas denuncias que surgem, e é só mais um dos inumeros entraves na vida do cidadão, ofende muito quem escuta e felicita os conspiradores de plantão; o PT sabe que mentira e verdade nas bancas de jornal tem o peso do dono da balança, sendo assim, ele mesmo não pode fornecer maneiras de fraudar tambem essa balança, achando que se combinar com o PIG, vai levar mais, diferente dos demais brasileiros pois é fregues, o povo não é burro de tudo e ta vendo as sujeiras dos politicos, no DEM esta foi a escola o fim da estoria todos sabemos.
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