terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sobre a resposta de Verônica Serra

Por Luis Nassif, em seu blog:

Em sua "Resposta", Verônica Serra sustenta que deixou a Decidir.com em 2001.

De acordo com o livro de Amaury Ribeiro Jr., Verônica Serra contou apenas parte da história. Seria importante - para esclarecimento final da questão - que apresentasse explicações para os pontos efetivamente centrais do livro e não apenas para o que parece ser a parte mais desimportante da história.



Até 2001 existia, de fato, uma Decidir.com registrada no Departamento de Comércio da Flórida (p. 186). Nesse ano, essa Decidir.com fecha o registro. Essa é a parte que Verônica conta. O que não conta, segundo o que está no livro:

Simultaneamente, foi aberta uma nova Decidir.com, desta vez em Ilhas Virgens, no escritório da Citco (que abriga contas de várias pessoas do esquema Ricardo Sérgio-Serra). Nesse mesmo ano de 2001, Verônica adquire a casa em que José Serra vive desde os tempos em que era Secretário do Planejamento de Montoro.

Em 2006 a Decidir.com das Ilhas Virgens injeta R$ 10 milhões na Decidir do Brasil, uma empresa que tem como sede o escritório de Verônica Serra na rua Renato Paes de Barros. Além do escritório, a própria Verônica aparece como vice-presidente da Decidir brasileira. Depois de receber o dinheiro, já no primeiro ano a empresa registra um prejuízo de R$ 1 milhão.

A chave da questão é a entrada da Equifax - empresa de análise de crédito - no capital da Decidir brasileira.

Esse mesmo esquema, segundo o livro, foi adotado pelo marido de Verônica, Alexandre Burgeois, para trazer R$ 7 milhões do Caribe entre 2000 e 2002 através de transações entre a iConexa das Ilhas Virgens e a iConexa do Brasil – que também funciona no mesmo escritório de Verônica Serra. Burgeois sai de cena depois de alvo de uma ação da Secretaria da Receita Federal por não pagamento de impostos.

Na página 189, o livro mostra que, às vésperas de Serra se candidatar a presidente, Burgeois monta o Fundo de Investimento Orb, com sede em Trancoso e no Rio de Janeiro – a administração é do fundo Mellon Brascan DTVM. Logo em seguida o fundo é transferido para o controle da João Fortes Engenharia – cujo herdeiro Márcio Fortes foi Secretário do governo Serra e um dos levantadores de fundo para sua campanha.

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