Por Altamiro Borges
O final de 2011 reservou boas e más notícias para os trabalhadores. De positivo, o governo Dilma Rousseff assinou o decreto que reajusta o salário mínimo em 14,13% - que subiu de R$ 545 para RS 622 a partir de 1º de janeiro; e o IBGE registrou o menor taxa de desemprego da história recente do país. De negativo, vários sinais de que este ano será bem mais difícil para os assalariados.
O reajuste segue a política de valorização do salário mínimo, iniciada a partir do acordo firmado entre o governo Lula e as centrais sindicais. Ele é calculado com base na combinação da inflação do ano anterior com a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Esse acordo histórico garante aumentos reais para o salário mínimo, apesar de tímidos, e está garantido até 2015.
A visão tacanha dos rentistas
Algumas entidades patronais e a boa parte da mídia burguesa investiram contra essa política. Alegaram que ela seria inflacionária e estaria na contramão da crise econômica mundial. Mas o governo Dilma não se curvou à pressão e manteve o acordo firmado pelo antecessor. Afinal, a realidade desmente o terrorismo dos empresários e da sua mídia tacanha, rentista e neoliberal.
A valorização do salário mínimo foi vital para conter o tsunami capitalista. Estudos provam que ela ajudou a dinamizar o mercado interno, estimulando o consumo e gerando empregos, o que minimizou os efeitos da crise mundial. O novo reajuste, de 14,13%, deverá injetar R$ 64 bilhões na economia, o que novamente ajudará o Brasil num período de quebradeira na Europa e nos EUA.
Geração de emprego e renda
Acompanhada de outras medidas anticíclicas e da ampliação dos programas sociais, a valorização do salário mínimo também foi responsável pela ampliação do emprego no país. Na semana passada, o IBGE anunciou a menor taxa de desemprego da história recente do Brasil. Em novembro, apenas 5,2% dos trabalhadores não conseguiram encontrar uma vaga no trabalho.
Num círculo virtuoso, a redução do desemprego diminuiu a concorrência entre os trabalhadores e elevou seu poder de barganha diante do patronato, resultando em acordos mais vantajosos. Das categorias pesquisadas pelo Dieese, 93% arrancaram aumento real de salário. O número de greves cresceu, atingindo categorias de difícil mobilização, como os operários da construção civil.
Sinais preocupantes no horizonte
A valorização do salário mínimo e a redução do desemprego foram as boas notícias do final de ano. As más é que a crise capitalista já começa a produzir seus efeitos deletérios no Brasil. A visão ortodoxa do governo Dilma, que no seu início elevou cinco vezes a taxa de juros e efetuou drásticos cortes nos investimentos públicos, tornou o país mais vulnerável ao contagio mundial.
Apesar do desemprego ter diminuído no cômputo geral, na fase recente a sua redução se deu em ritmo mais lento. Em novembro, o saldo entre admissões e demissões de trabalhadores com carteira assinada foi de apenas 42,7 mil – o pior resultado para o mês de novembro desde 2008. A taxa manteve a trajetória de desaceleração iniciada no segundo trimestre de 2011.
Impactos da crise mundial
Segundo o Ministério do Trabalho, essa queda no ritmo já se deve à piora do cenário externo. “No aspecto conjuntural, os efeitos da crise mundial parecem estar repercutindo com maior intensidade no setor da indústria de transformação, que, nesses últimos meses, demonstra sinais de perda de dinamismo”, explicou em nota. O órgão também culpou o aumento das importações.
Na relação com outubro, quando foram criadas 126 mil vagas, houve redução de 66% na geração de empregos. A queda no ritmo inclusive obrigou o governo a rever a sua meta para 2011. Dos 3 milhões de postos previstos, para 2,7 milhões. No acumulado de janeiro a novembro, o número de empregos alcançou 2,32 milhões – queda de 20,4% em relação ao mesmo período de 2010.
Terrorismo patronal se acirra
A mesma tendência negativa se manifestou na evolução dos rendimentos dos assalariados. Em novembro, a variação foi próxima de zero pelo terceiro mês consecutivo – bem abaixo do ganho real de 3,7% obtido, em média, entre janeiro e agosto. Este dado confirma que piorou o ambiente das negociações salariais. O terrorismo patronal cresceu nas últimas campanhas salariais.
Com o agravamento da crise capitalista mundial, a tendência é de retração na geração de emprego e renda. O discurso patronal contra os direitos dos trabalhadores deve se aguçar. No governo, os tecnocratas de plantão, simpáticos ao receituário neoliberal, também devem retomar o discurso do aperto fiscal e da elevação dos juros. O sindicalismo precisa entrar em estado de alerta!
2012 de intensas batalhas
Além das batalhas das categorias por aumento real de salário e outros direitos, o sindicalismo será chamado a jogar um papel mais protagonista na batalha por mudanças na política macro-econômica – contra o tripé neoliberal dos juros elevados, arrocho fiscal e libertinagem cambial que asfixiam o Brasil. 2012 promete ser um ano de grandes enfrentamentos.
O final de 2011 reservou boas e más notícias para os trabalhadores. De positivo, o governo Dilma Rousseff assinou o decreto que reajusta o salário mínimo em 14,13% - que subiu de R$ 545 para RS 622 a partir de 1º de janeiro; e o IBGE registrou o menor taxa de desemprego da história recente do país. De negativo, vários sinais de que este ano será bem mais difícil para os assalariados.
O reajuste segue a política de valorização do salário mínimo, iniciada a partir do acordo firmado entre o governo Lula e as centrais sindicais. Ele é calculado com base na combinação da inflação do ano anterior com a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Esse acordo histórico garante aumentos reais para o salário mínimo, apesar de tímidos, e está garantido até 2015.
A visão tacanha dos rentistas
Algumas entidades patronais e a boa parte da mídia burguesa investiram contra essa política. Alegaram que ela seria inflacionária e estaria na contramão da crise econômica mundial. Mas o governo Dilma não se curvou à pressão e manteve o acordo firmado pelo antecessor. Afinal, a realidade desmente o terrorismo dos empresários e da sua mídia tacanha, rentista e neoliberal.
A valorização do salário mínimo foi vital para conter o tsunami capitalista. Estudos provam que ela ajudou a dinamizar o mercado interno, estimulando o consumo e gerando empregos, o que minimizou os efeitos da crise mundial. O novo reajuste, de 14,13%, deverá injetar R$ 64 bilhões na economia, o que novamente ajudará o Brasil num período de quebradeira na Europa e nos EUA.
Geração de emprego e renda
Acompanhada de outras medidas anticíclicas e da ampliação dos programas sociais, a valorização do salário mínimo também foi responsável pela ampliação do emprego no país. Na semana passada, o IBGE anunciou a menor taxa de desemprego da história recente do Brasil. Em novembro, apenas 5,2% dos trabalhadores não conseguiram encontrar uma vaga no trabalho.
Num círculo virtuoso, a redução do desemprego diminuiu a concorrência entre os trabalhadores e elevou seu poder de barganha diante do patronato, resultando em acordos mais vantajosos. Das categorias pesquisadas pelo Dieese, 93% arrancaram aumento real de salário. O número de greves cresceu, atingindo categorias de difícil mobilização, como os operários da construção civil.
Sinais preocupantes no horizonte
A valorização do salário mínimo e a redução do desemprego foram as boas notícias do final de ano. As más é que a crise capitalista já começa a produzir seus efeitos deletérios no Brasil. A visão ortodoxa do governo Dilma, que no seu início elevou cinco vezes a taxa de juros e efetuou drásticos cortes nos investimentos públicos, tornou o país mais vulnerável ao contagio mundial.
Apesar do desemprego ter diminuído no cômputo geral, na fase recente a sua redução se deu em ritmo mais lento. Em novembro, o saldo entre admissões e demissões de trabalhadores com carteira assinada foi de apenas 42,7 mil – o pior resultado para o mês de novembro desde 2008. A taxa manteve a trajetória de desaceleração iniciada no segundo trimestre de 2011.
Impactos da crise mundial
Segundo o Ministério do Trabalho, essa queda no ritmo já se deve à piora do cenário externo. “No aspecto conjuntural, os efeitos da crise mundial parecem estar repercutindo com maior intensidade no setor da indústria de transformação, que, nesses últimos meses, demonstra sinais de perda de dinamismo”, explicou em nota. O órgão também culpou o aumento das importações.
Na relação com outubro, quando foram criadas 126 mil vagas, houve redução de 66% na geração de empregos. A queda no ritmo inclusive obrigou o governo a rever a sua meta para 2011. Dos 3 milhões de postos previstos, para 2,7 milhões. No acumulado de janeiro a novembro, o número de empregos alcançou 2,32 milhões – queda de 20,4% em relação ao mesmo período de 2010.
Terrorismo patronal se acirra
A mesma tendência negativa se manifestou na evolução dos rendimentos dos assalariados. Em novembro, a variação foi próxima de zero pelo terceiro mês consecutivo – bem abaixo do ganho real de 3,7% obtido, em média, entre janeiro e agosto. Este dado confirma que piorou o ambiente das negociações salariais. O terrorismo patronal cresceu nas últimas campanhas salariais.
Com o agravamento da crise capitalista mundial, a tendência é de retração na geração de emprego e renda. O discurso patronal contra os direitos dos trabalhadores deve se aguçar. No governo, os tecnocratas de plantão, simpáticos ao receituário neoliberal, também devem retomar o discurso do aperto fiscal e da elevação dos juros. O sindicalismo precisa entrar em estado de alerta!
2012 de intensas batalhas
Além das batalhas das categorias por aumento real de salário e outros direitos, o sindicalismo será chamado a jogar um papel mais protagonista na batalha por mudanças na política macro-econômica – contra o tripé neoliberal dos juros elevados, arrocho fiscal e libertinagem cambial que asfixiam o Brasil. 2012 promete ser um ano de grandes enfrentamentos.
Mas o ano de 2011 que foi difícil. Em 2012 será melhor.
ResponderExcluirUm texto bem esclarecedor. Obrigada, Miro!
ResponderExcluira grande mídia fez estardalhaço dizendo que os tais aumentos do salário mínimo fariam explodir a previdência,só não consigo entender porque tanto pânico se todos sabem que com o aumento do salário do trabalhador este consome mais,o que faz com que o estado arrecade mais.é uma lógica óbvia mas tão difícil de entender.......
ResponderExcluir