Por Altamiro Borges
Que o jornal O Estado de S.Paulo é oligárquico, isto é fato desde a sua origem, quando publicava anúncios da venda de escravos. Que ele é golpista, isto está registrado na história com as suas conspirações contra Getúlio e Jango. Que ele é neoliberal, isto ficou patente no destrutivo reinado de FHC. Que ele gosta dos tucanos, em especial do Serra, isto ficou explícito na campanha de 2010.
Agora, que o Estadão é um partido de direita, que funciona e age como tal, alguns ainda tinham dúvidas. No último domingo (29), porém, no editorial intitulado “Agora a capital, depois o Estado”, o jornal saiu do armário e se assumiu como ativa organização partidária. Ele conclama a sua militância – os seus fiéis leitores – a se mobilizarem para a batalha eleitoral de outubro próximo.
O medo das eleições municipais
Para o jornal/partido, as forças conservadoras correm sério risco nas eleições municipais na capital paulista, a principal cidade do país, o que torna inviável qualquer projeto de retomada do poder central em 2014. Na sua avaliação, o candidato “armado pelo lulopetismo”, o ex-ministro Fernando Haddad, será o principal adversário na contenda e precisa ser duramente combatido.
O Estadão tem visão estratégica. Teme que a derrota da direita na capital paulista seja “o trampolim [dos petistas] para conquista inédita” do governo do Estado. Neste sentido, o jornal oligárquico critica a divisão do bloco neoliberal-conservador e faz um chamamento à sua urgente unidade. Até parece um manifesto partidário (ou é?). Leia alguns trechos:
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“O maior adversário do PT em São Paulo, o PSDB, não apenas demonstra enorme dificuldade para articular uma candidatura competitiva, como enfrenta o problema adicional de permanecer numa posição ambígua, sem um discurso claro, em relação à prefeitura: não é exatamente situação nem oposição, embora tenha o rabo preso com a gestão Kassab”.
“Para embaralhar ainda mais o quadro, torna-se cada vez mais concreta a possibilidade de Gilberto Kassab fazer algum tipo de aliança do seu PSD com o PT – por paradoxal que isso seja. Segundo o prefeito tem confidenciado aos seus interlocutores, essa é uma opção a que ele está sendo praticamente impelido por aqueles que seriam seus aliados naturais”.
“O que importa é que na disputa pela Prefeitura de São Paulo está em jogo muito mais do que o poder municipal. Um dos fundamentos do regime democrático é a possibilidade de alternância no poder no âmbito federal, que está ameaçado pela perspectiva de o lulopetismo estender seus domínios ao que de mais politicamente significativo ainda lhe falta: a cidade e o Estado de São Paulo. Se existe uma oposição no País, está na hora de seus líderes pensarem seriamente nisso. E agir”.
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Estadão devia registrar o PIG
Tirando o cinismo da tese sobre “alternância no poder” – a não ser que o jornal considere os seus leitores idiotas, que não sabem que o PSDB comanda São Paulo há quase duas décadas –, o Estadão formula uma linha tática bem definida. Não é “ambíguo”. Caso os tucanos não sigam as suas orientações, a famiglia Mesquita até que podia registrar uma nova legenda – o PIG (Partido da Imprensa Golpista).
Que o jornal O Estado de S.Paulo é oligárquico, isto é fato desde a sua origem, quando publicava anúncios da venda de escravos. Que ele é golpista, isto está registrado na história com as suas conspirações contra Getúlio e Jango. Que ele é neoliberal, isto ficou patente no destrutivo reinado de FHC. Que ele gosta dos tucanos, em especial do Serra, isto ficou explícito na campanha de 2010.
Agora, que o Estadão é um partido de direita, que funciona e age como tal, alguns ainda tinham dúvidas. No último domingo (29), porém, no editorial intitulado “Agora a capital, depois o Estado”, o jornal saiu do armário e se assumiu como ativa organização partidária. Ele conclama a sua militância – os seus fiéis leitores – a se mobilizarem para a batalha eleitoral de outubro próximo.
O medo das eleições municipais
Para o jornal/partido, as forças conservadoras correm sério risco nas eleições municipais na capital paulista, a principal cidade do país, o que torna inviável qualquer projeto de retomada do poder central em 2014. Na sua avaliação, o candidato “armado pelo lulopetismo”, o ex-ministro Fernando Haddad, será o principal adversário na contenda e precisa ser duramente combatido.
O Estadão tem visão estratégica. Teme que a derrota da direita na capital paulista seja “o trampolim [dos petistas] para conquista inédita” do governo do Estado. Neste sentido, o jornal oligárquico critica a divisão do bloco neoliberal-conservador e faz um chamamento à sua urgente unidade. Até parece um manifesto partidário (ou é?). Leia alguns trechos:
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“O maior adversário do PT em São Paulo, o PSDB, não apenas demonstra enorme dificuldade para articular uma candidatura competitiva, como enfrenta o problema adicional de permanecer numa posição ambígua, sem um discurso claro, em relação à prefeitura: não é exatamente situação nem oposição, embora tenha o rabo preso com a gestão Kassab”.
“Para embaralhar ainda mais o quadro, torna-se cada vez mais concreta a possibilidade de Gilberto Kassab fazer algum tipo de aliança do seu PSD com o PT – por paradoxal que isso seja. Segundo o prefeito tem confidenciado aos seus interlocutores, essa é uma opção a que ele está sendo praticamente impelido por aqueles que seriam seus aliados naturais”.
“O que importa é que na disputa pela Prefeitura de São Paulo está em jogo muito mais do que o poder municipal. Um dos fundamentos do regime democrático é a possibilidade de alternância no poder no âmbito federal, que está ameaçado pela perspectiva de o lulopetismo estender seus domínios ao que de mais politicamente significativo ainda lhe falta: a cidade e o Estado de São Paulo. Se existe uma oposição no País, está na hora de seus líderes pensarem seriamente nisso. E agir”.
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Estadão devia registrar o PIG
Tirando o cinismo da tese sobre “alternância no poder” – a não ser que o jornal considere os seus leitores idiotas, que não sabem que o PSDB comanda São Paulo há quase duas décadas –, o Estadão formula uma linha tática bem definida. Não é “ambíguo”. Caso os tucanos não sigam as suas orientações, a famiglia Mesquita até que podia registrar uma nova legenda – o PIG (Partido da Imprensa Golpista).
É difícil crer na acrobacia verbal do autor para tentar provar que um editorial que faz uma análise pragmática da situação de SP que, provavelmente, resultará na eleição de Haddad apoiado por Kassab - é isso que se depreende do texto do editorial - seja qualquer coisa mais que isso. Entretanto, se isso serve de consolo, este leitor entendeu que o editorial do Estadão nada mais é do que um texto que transmite ao leitor que São Paulo possui um prefeito que articula livremente com a oposição a seu governo, enaquanto o PSDB assiste a tudo sem uma alternativa de poder. De resto, que isso leve essas forças ao governo do estado, como diz o título do editorial, é mera consequência de uma administração bem feita.
ResponderExcluirOs conservadores estão sem direção no Brasil. Não tem discurso e proposta consistente, vide o cínico José Nosferatu Serra, em 2010. O pior de tudo, apesar da sua hegemonia, não tem mais o monopólio da informação no Brasil, a internet timidamente arranhou a sua prerrogativa de produzir notícias sem um contraponto. Podemos ter certeza de que mais baixarias infundadas e mentiras descabidas serão produzidas para manter a sua casamata, a cidade e o estado de sp, incólume ao petismo.
ResponderExcluirSe fosse apenas por ideologia, ser um jornal conservador não teria nada demais. O problema é que há interesses financeiros, de saque do Estado, por trás do comportamento do PIG.
ResponderExcluirAs seis ou sete famiglias estão habituadas há décadas (os Mesquita há mais de um século) a defender as elites em troca de verbas e favores.
Reli o "Chatô" do Fernando Morais, e nunca vi nada mais atual: nossa mídia está cheia de Chatôs, até mais despudorados. É o mesmo anti-nacionalismo (são todos vendilhões do Brasil); a mesma ojeriza ao povo que trabalha, aos pobres, aos negros, às minorias; o mesmo apego às eleições forjadas do início da República, quando não ao voto exclusivo dos "homens bons" do Império; e a mesma censura total a qualquer idéia ou tendência alternativa.
O partido do Estadão, o PIG, jamais será conservador: será sempre de extrema-direita, predador do País e sem o menor resquício de ética ou sentimento democrático. O primeiro artigo de seu Programa será: "lutar pela recolonização desta terra de incultos, néscios, racialmente inferiores".
O pig está mandando um recado (ameaça?) para os tucanos, através do editorial alertando para o partido se unir em torno de serrágio, do picolé de xuxu ou do raio que o parta, desde que a direita e os ultra-conservadores tenham um candidato competitivo. Podendo ser inclusive um mano comunista(Netinho ou Russomano), para isso o Alkmin e Kassab devem comparecer nas prévias, lançamentos e convenções de todos os possíveis candidatos, como fizeram com o PRB de Russomano, para os demotucanos qualquee um serve, desde que não seja o PT.
ResponderExcluirDifícil é crer nas acrobacias verbais de um "anônimo". Vergonha de assumir que é conservador, que apoia o Serra e o PSDB e que tem medinho do Haddad? Imagino. Deve ser vergonhoso mesmo.
ResponderExcluirSe o tal "lulopetismo" ganhar na cidade e no estado de São Paulo, será mais uma derrota da constitucionalista e com um agravante, as fontes de propaganda tucanas que jorram por esses jornais/partidos se esgotarão, por isso o temor do antenado Estadão, depois veremos Folha e Veja conclamando os mesmos ideais partidários.
ResponderExcluirNão sou conservador, tenho votado seguidamente no PT e, eventualmente, eu seus partidos aliados e, se for conveniente a mim, posso até deixar de postar como anônimo e postar com nome próprio como agora, Joaquim. Fora isso, que chamam de "argumento ad-hominem", por se referir a mim e a quem eu teoricamente penso e sou como se isso fosse uma crítica, você tem alguma observação a respeito da minha interpretação do texto?
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