segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Análise econômica ou mau-agouro?


Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

“Houve pressões explícitas, e o Banco Central cedeu. Tentou convencer que a decisão (de baixar os juros) foi tomada de forma técnica. Não convenceu. A deterioração do quadro externo justificaria manter os juros para esperar para ver. Até porque, mesmo reduzindo o ritmo de crescimento do mundo, a inflação não está cedendo.”

O comentário aí, da simpática Miriam Leitão, tem apenas seis meses.

É só olhar o gráfico aí de cima e se verá que não somente a inflação cedeu como, naquele início de setembro, logo após a decisão do BC de começar a reduzir os juros, já vinha cedendo.

Hoje, se algum exagero houve, certamente não foi o de baixar os juros, mas o ter exagerado na alta que vinha desde o final de 2010.

A inflação acumulada no primeiro bimestre do ano (0,19%) – 0,25% em janeiro e – 0,06% em fevereiro – só perde, em toda a história brasileira, para a de janeiro/fevereiro de 2009, quando o Brasil vivia a ressaca da crise do final de 2008 e nossa economia, ao contrário de agora, encolhia.

As previsões de estagnação feitas para a economia brasileira este ano têm o mesmo valor que tinham as de explosão inflacionária naquele momento de 2011. Podem ser mau-agouro, análise da economia é que não são.

Mas essa gente continua pontificando, proferindo suas verdades como se não tivessem de dar conta de seus erros crassos em fazer previsões.

Hoje, em seu comentário na CBN, a mesma analista fecha seu texto com a seguinte observação:

“Será que o BC aceitará mais inflação? Isso vai bater mais no nosso bolso? É isso que nos interessa. O BC, hoje, parece mais tolerante. O IPCA em 12 meses está caindo, o que é bom. Não podemos nos preocupar com a inflação, porque esse desafio foi vencido. Temos de enfrentar os demais que existem em outras áreas.”

2 comentários:

  1. COMO ENFRENTAR A DITADURA DO PIG?


    O presidente equatoriano Rafael Correa exortou os povos latino-americanos a se rebelarem contra a ditadura exercida pelos meios de comunicação.

    O motivo foi o posicionamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no caso dos três editores e um ex-editor do jornal El Universo que a Justiça equatoriana condenou a três anos de prisão e ao pagamento de uma indenização de US$ 40 milhões a Correa.

    A CIDH solicitou ao Equador que suspenda a condenação. Correa retrucou que tal medida "envergonharia um estudante medíocre de primeiro ano de Direito".

    O pivô da disputa é aquele episódio de setembro de 2010, quando Correa foi dialogar com policiais rebelados por motivos salariais, passou mal, foi levado a um hospital policial e mantido praticamente como refém durante 10 horas, até ser resgatado pelos militares.

    O editor de Opinião do El Universo acusou Correa de haver mandado o exército disparar contra o hospital, colocando em risco a vida de civis.

    A Justiça emitiu sentença draconiana, a comissão ligada à OEA ficou contra. Se não for atendida, o problema poderá ser levado à Corte Interamericana de Direitos Humanos e, em último caso, à Assembléia Geral da OEA.

    Na minha opinião, Correa pode ter razão em termos gerais, mas exagera no episódio particular: uma mísera coluna não justifica tamanha tempestade em copo d'água.

    Ele, com certeza, obteria --amigavelmente ou pela via judicial-- idêntico espaço para retrucar nas próprias páginas do El Universo. Poderia dar coletiva refutando. Tinha a imensidão de meios de um governo para contrapor sua versão à do jornalista.


    Um ano e meio depois, ainda há sequelas do motim policial


    Foi buscar uma sentença desproporcional e se vulnerabilizou: até leigos percebem que o rigor foi excessivo. Isto facilitará o trabalho dos adversários.

    Quanto à ditadura dos meios de comunicação, ela é nossa velha conhecida. Saltou aos olhos em episódios como a cobertura do Caso Battisti, da ocupação policial da USP e da barbárie do Pinheirinho (para citar só os mais recentes). Tendenciosidade e manipulação extremas.

    No entanto, tudo que seja ou pareça cerceamento da liberdade imprensa terá sempre custo político altíssimo --até porque será exatamente a tal ditadura que vai fazer a cabeça de leitores, telespectadores e ouvintes no que tange à interpretação do episódio.

    Há uma lição esquecida do passado: a criação em 1951 de uma rede noticiosa alternativa para se contrapor à hostilidade com que a imprensa tratava o governo de Getúlio Vargas, a Última Hora do grande Samuel Wainer.

    Está mais do que na hora de a esquerda brasileira se unir em torno de projetos desse tipo, buscando caminhos para se comunicar com as grandes massas, ao invés de deixá-las entregues à lavagem cerebral de jornalões, revistonas e tevezonas.

    Enquanto cada agrupamento e tendência preferir ter seus próprios veículos, colocando-os principalmente a serviço dos seus interesses eleitoreiros, perderemos de goleada a batalha da comunicação.

    Precisamos nos ver de novo como campo da esquerda, deixando de lado tais ridículas disputas de mercado, que nos igualam a pequenos comerciantes competindo por clientela.

    Somos bem mais fracos. Temos de reaprender a nos somar, em nome de nossos ideais e valores maiores. Chega de brigarmos por boquinhas e por ninharias do sistema! Existimos para acabar com o sistema, não para nos cevarmos nele.

    Quanto às tentações autoritárias, são a pior resposta que podemos dar. O caminho continua sendo o de criarmos o poder popular, fora do estado e contra o estado; não o de pretendermos voltar o estado burguês contra a burguesia.

    Nunca dá certo. E acaba quase sempre em golpe... contra nós.

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  2. O PIG sempre estará contra o Brasil e contra o povo, a menos que o governo venha do Capital, urubologia, agouro, adivinhação fazem parte disso tudo personificado na urubóloga de plantão Myryan Leitão!

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