Por Altamiro Borges
A atriz global Débora Falabella, que já protagonizou belos filmes, como "Lisbela e o Prisioneiro" (2003) e "Primo Basílio" (2007), acaba de entrar numa fria. Ela estrelou o comercial de tevê do governo Antonio Anastasia (PSDB) sobre a educação em Minas Gerais. A peça publicitária é uma farsa grotesca. Apresenta o ensino mineiro como se fosse um paraíso para professores, pais e estudantes.
O filme promocional, pago com dinheiro público e exibido em horário nobre na televisão, gerou revolta entre os docentes, que no ano passado foram vítimas da truculência e descaso do governo tucano durante uma prolongada greve. Nas redes sociais, a atriz da TV Globo sofreu uma bateria de críticas através da campanha “Cala a boca, Débora”. Alguns, mais afoitos, chamaram a artista de "mercenária" e "vendida".
Desgaste entre milhares de fãs
Mesmo professores que admiram o trabalho da artista nascida em Minas ironizaram o seu desconhecimento sobre a realidade do ensino no estado. Numa mensagem civilizada pela internet, uma professora publicou o seu contracheque e escreveu:
*****
Querida Débora Falabella, às vezes vale a pena recusar alguns trabalhos apenas para não queimar seu filme com milhares de fãs. Às vezes vale a pena procurar mais informações sobre o personagem que você vai representar. Milhares de professores, alunos e comunidades foram extremamente prejudicados pelo governante ditador e arbitrário que atualmente governa Minas Gerais.
Segue abaixo o meu contracheque de setembro para demonstrar um pouco do que estou falando (este foi apenas um mês, se quiser posso te mandar os outros).
O mesmo que aconteceu comigo, aconteceu com centenas de milhares de outros professores, pais de família que não tiveram como colocar comida na mesa porque o governador acreditou que podia cortar cada centavo do nosso salário e o fez. Então, querida, não me venha falar de coisas que não sabe, demonstrando um conhecimento de causa que, na verdade, dinheiro nenhum jamais te dará.
*****
Já o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais divulgou uma “carta à atriz Débora Falabella”, onde demonstra, com dados e fatos, que ela realmente "queimou seu filme".
*****
Prezada Débora Falabella,
Às vezes vale a pena recusar alguns trabalhos apenas para não decepcionar milhares de fãs.
Às vezes vale a pena procurar mais informações sobre o personagem que você irá representar.
Milhares de professores, alunos e comunidades foram extremamente prejudicados pelo governo de Minas Gerais em 2011 e o que você afirma através das peças publicitárias não corresponde à realidade.
No sentido de informá-la da real situação da educação mineira, apresentamos informações:
– O Governo mineiro investe apenas 60% do total dos recursos que deveria investir em educação. O restante vai para fins previdenciários;
– Desde 2008, há uma diminuição do investimento do governo estadual em educação;
– No que se refere à qualidade da educação, o Estado de Minas Gerais tem resultado abaixo da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE);
– Apenas 35% das crianças mineiras até cinco anos frequentam estabelecimentos de ensino em Minas Gerais. Onde está o direito à educação de 65% destas crianças?
A realidade do Ensino médio é igualmente vergonhosa:
– nos últimos 6 anos houve uma redução de matrículas no Ensino Médio de 14,18%;
– O passivo de atendimento acumulado no ensino médio regular entre 2003 e 2011, seria de 9,2 milhões de atendimentos. Isso quer dizer que nem todos os adolescentes tiveram o direito de estudar garantido;
– Minas Gerais, comparativamente à média nacional, tem a pior colocação em qualidade da escola: 96% das escolas não têm sala de leitura, 49% não têm quadra de esportes e 64% não têm laboratório de ciências
Os projetos e programas na área da educação são marcados pela descontinuidade e por beneficiar uma parcela muito pequena de alunos.
Veja:
– O Projeto Escola de Tempo Integral beneficiou 105 mil alunos, num universo de 2,5 milhões de alunos;
– O programa professor da família não atinge as famílias mineiras que necessitam de ajuda e tampouco é feito por professores, mas por pessoas sem a formação em licenciatura;
– O Estado não tem rede própria de ensino profissionalizante, repassando recursos públicos à iniciativa privada.
A respeito dos dados sobre o sistema de avaliação, é importante que saiba que são pouco transparentes, com baixa participação da comunidade escolar e ninguém tem acesso à metodologia adotada para comprovar a sua veracidade.
Quanto à valorização dos profissionais da educação relatada nas peças publicitárias, a baixa participação em inscrições para professor no concurso que a Secretaria de Estado realiza comprova que esta profissão em Minas Gerais não é valorizada.
O Governo de Minas não paga o Piso Salarial Profissional Nacional, mas subsídio. Em 2011, 153 mil trabalhadores em educação manifestaram a vontade de não receber o subsídio. Ainda assim o Governo impôs esta remuneração.
Em 2011 o governo mineiro assinou um termo de compromisso com a categoria se comprometendo a negociar o Piso Salarial na carreira. Mas o governo não cumpriu e aprovou uma lei retirando direitos, congelando a carreira dos profissionais da educação até dezembro de 2015.
Compromisso e seriedade com os mineiros são qualidades que faltam em Minas Gerais.
Todas as informações são comprovadas por dados publicados pelo próprio governo estadual e estão à sua disposição. Por fim, a convidamos para conhecer uma escola estadual mineira para comprovar que o personagem das peças publicitárias não corresponde à realidade em Minas Gerais.
A atriz global Débora Falabella, que já protagonizou belos filmes, como "Lisbela e o Prisioneiro" (2003) e "Primo Basílio" (2007), acaba de entrar numa fria. Ela estrelou o comercial de tevê do governo Antonio Anastasia (PSDB) sobre a educação em Minas Gerais. A peça publicitária é uma farsa grotesca. Apresenta o ensino mineiro como se fosse um paraíso para professores, pais e estudantes.
O filme promocional, pago com dinheiro público e exibido em horário nobre na televisão, gerou revolta entre os docentes, que no ano passado foram vítimas da truculência e descaso do governo tucano durante uma prolongada greve. Nas redes sociais, a atriz da TV Globo sofreu uma bateria de críticas através da campanha “Cala a boca, Débora”. Alguns, mais afoitos, chamaram a artista de "mercenária" e "vendida".
Desgaste entre milhares de fãs
Mesmo professores que admiram o trabalho da artista nascida em Minas ironizaram o seu desconhecimento sobre a realidade do ensino no estado. Numa mensagem civilizada pela internet, uma professora publicou o seu contracheque e escreveu:
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Querida Débora Falabella, às vezes vale a pena recusar alguns trabalhos apenas para não queimar seu filme com milhares de fãs. Às vezes vale a pena procurar mais informações sobre o personagem que você vai representar. Milhares de professores, alunos e comunidades foram extremamente prejudicados pelo governante ditador e arbitrário que atualmente governa Minas Gerais.
Segue abaixo o meu contracheque de setembro para demonstrar um pouco do que estou falando (este foi apenas um mês, se quiser posso te mandar os outros).
O mesmo que aconteceu comigo, aconteceu com centenas de milhares de outros professores, pais de família que não tiveram como colocar comida na mesa porque o governador acreditou que podia cortar cada centavo do nosso salário e o fez. Então, querida, não me venha falar de coisas que não sabe, demonstrando um conhecimento de causa que, na verdade, dinheiro nenhum jamais te dará.
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Já o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais divulgou uma “carta à atriz Débora Falabella”, onde demonstra, com dados e fatos, que ela realmente "queimou seu filme".
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Prezada Débora Falabella,
Às vezes vale a pena recusar alguns trabalhos apenas para não decepcionar milhares de fãs.
Às vezes vale a pena procurar mais informações sobre o personagem que você irá representar.
Milhares de professores, alunos e comunidades foram extremamente prejudicados pelo governo de Minas Gerais em 2011 e o que você afirma através das peças publicitárias não corresponde à realidade.
No sentido de informá-la da real situação da educação mineira, apresentamos informações:
– O Governo mineiro investe apenas 60% do total dos recursos que deveria investir em educação. O restante vai para fins previdenciários;
– Desde 2008, há uma diminuição do investimento do governo estadual em educação;
– No que se refere à qualidade da educação, o Estado de Minas Gerais tem resultado abaixo da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE);
– Apenas 35% das crianças mineiras até cinco anos frequentam estabelecimentos de ensino em Minas Gerais. Onde está o direito à educação de 65% destas crianças?
A realidade do Ensino médio é igualmente vergonhosa:
– nos últimos 6 anos houve uma redução de matrículas no Ensino Médio de 14,18%;
– O passivo de atendimento acumulado no ensino médio regular entre 2003 e 2011, seria de 9,2 milhões de atendimentos. Isso quer dizer que nem todos os adolescentes tiveram o direito de estudar garantido;
– Minas Gerais, comparativamente à média nacional, tem a pior colocação em qualidade da escola: 96% das escolas não têm sala de leitura, 49% não têm quadra de esportes e 64% não têm laboratório de ciências
Os projetos e programas na área da educação são marcados pela descontinuidade e por beneficiar uma parcela muito pequena de alunos.
Veja:
– O Projeto Escola de Tempo Integral beneficiou 105 mil alunos, num universo de 2,5 milhões de alunos;
– O programa professor da família não atinge as famílias mineiras que necessitam de ajuda e tampouco é feito por professores, mas por pessoas sem a formação em licenciatura;
– O Estado não tem rede própria de ensino profissionalizante, repassando recursos públicos à iniciativa privada.
A respeito dos dados sobre o sistema de avaliação, é importante que saiba que são pouco transparentes, com baixa participação da comunidade escolar e ninguém tem acesso à metodologia adotada para comprovar a sua veracidade.
Quanto à valorização dos profissionais da educação relatada nas peças publicitárias, a baixa participação em inscrições para professor no concurso que a Secretaria de Estado realiza comprova que esta profissão em Minas Gerais não é valorizada.
O Governo de Minas não paga o Piso Salarial Profissional Nacional, mas subsídio. Em 2011, 153 mil trabalhadores em educação manifestaram a vontade de não receber o subsídio. Ainda assim o Governo impôs esta remuneração.
Em 2011 o governo mineiro assinou um termo de compromisso com a categoria se comprometendo a negociar o Piso Salarial na carreira. Mas o governo não cumpriu e aprovou uma lei retirando direitos, congelando a carreira dos profissionais da educação até dezembro de 2015.
Compromisso e seriedade com os mineiros são qualidades que faltam em Minas Gerais.
Todas as informações são comprovadas por dados publicados pelo próprio governo estadual e estão à sua disposição. Por fim, a convidamos para conhecer uma escola estadual mineira para comprovar que o personagem das peças publicitárias não corresponde à realidade em Minas Gerais.
Os artistas global, salvo as excessões, parecem viver no mundo da lua, com certeza. Lhes são mais facil decorar um escript do comercial do que absorver a realidade em suas volta. Vivem no mundo da Disney Word.
ResponderExcluir#Cala a boca Débora Falabella. Se está tão maravilhoso o Ens. Público em MG, será que a mesma irá colocar seus futuros filhos para estudar aqui???? #truco!!
ResponderExcluirAcabaram com a carreira dos professores,tiraram todos direitos adquiridos,algumas escolas trabalhando com classes multiseriadas, inclusive no Ensino Médio....Isso é qualidade??? Só nos dados maquiados e nas mentiras postadas na mídia com dinheiro público. E Essa semana as escolas foram obrigadas a enviarem uma carta que cada aluno levou até os pais falando sobre essa "maravilha"...tentando colocar alunos e família contra os Educadores. Minas Avança na Educação...pena que de Ré....
Acordo automotivo é com México, não com os EUA
ResponderExcluirFoi preciso que uma agência de notícias estrangeira – a Reuters - viesse esclarecer as razões do governo brasileiro sobre o acordo com o México, que isenta de taxação a importação de automóveis entre os dois país.
Passamos uma semana ouvindo “sumidades” dizendo que o Brasil reclamava do acordo porque, de alguns anos para cá, a balança virou em desfavor de nosso país, quando antes nos era benéfica.
Aí vem a Reuters e explica: o problema é que, segundo uma fonte ouvida pela agência, atualmente “apenas 20 por cento das peças dos carros produzidos no México e importados para o Brasil são produzidas naquele país e o restante é proveniente dos Estados Unidos, usando acordos firmados no âmbito do Nafta”.
O Nafta, como se sabe é o North American Free Trade Agreement, Tratado de Livre Comércio da América do Norte, que isenta de impostos a importação entre México, EUA e Canadá.
Nestas condições, estamos comprando mais de US$ 2 bilhões em veículos, na prática, fabricados nos EUA, com isenção de impostos que estamos negando aos chineses e coreanos. Foram 134, 6 mil veículos em 2011, 80% a mais do que em 2010.
Mais que um contra-senso, um absurdo.
A mídia brasileira, porém, prefere tratar como se fosse um problema com o México. Não é. É com o Tio Sam de sombrero que o Nafta criou.tijolaço
A Débora pode ter cometido um grande erro, mas ela continua sendo um colírio para os olhos. Espera-se que ela tenha autocrítica e verifique a cilada em que se meteu.
ResponderExcluirEla devia ter pensado antes de ter feito o comercial do Estado de Minas. Ficou forçado e prejudicou a sua imagem, assim como o da atriz Regina Duarte. Nunca mais foi a mesma. tomara que ela arrenpenda do que fez um dia ainda.
ResponderExcluirSó pq a Débora Falabella aceitou fazer essa propaganda não significa que ela concorde com isso ,ex:juliana paes faz a propaganda de head&shoulder não que dizer que ela use o shampo , ela pode usar TRESemé ou Gold ou até Pantene u.u' primeiro vão cuidar da vida de vcs pra depois falar da dos outros ,OK?!
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