Por Altamiro Borges
A greve dos policiais militares da Bahia, iniciada nesta terça-feira (31), chegou ao impasse e pode descarrilar de vez, gerando mais danos à população. Os interlocutores não mostram qualquer disposição para o diálogo. O governador Jaques Wagner se recusa a negociar com os grevistas. Já o comando da paralisação parece contaminado por interesses distantes dos justos anseios da categoria.
Candidato a vereador em 2012?
O presidente da Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra), Marcos Prisco, é filiado ao PSDB e já havia manifestado a sua intenção de disputar as eleições deste ano. Em entrevista ao programa Acorda pra Vida, da Rede Tudo FM 102.5, ele negou que a greve da PM tenha motivação eleitoral. “Político eu sou, como todo cidadão, mas o movimento não tem características políticas”.
Ao mesmo tempo, ele não escondeu o seu desejo de concorrer a vereador pelo PSDB. “Se eu for pré-candidato será uma decisão da categoria”, despistou para o ouvinte. Em outras entrevistas, Marcos Prisco tem radicalizado o discurso contra o “governo petista, o pior da história da categoria” – uma baita aberração se comparado com os sombrios anos da oligarquia ACM.
Governador se mostra inflexível
Diante desta postura e das cenas de barbárie em algumas cidades baianas, inclusive em Salvador, o governador decidiu endurecer no trato da greve. Ele solicitou apoio do governo Dilma, que enviou 3,5 mil soldados do Exército e da Força Nacional de Segurança, e ordenou a prisão de 12 líderes do movimento, acusando-os de vandalismo e de roubo de patrimônio público.
A violenta reação parece que intimidou e dividiu o comando do movimento, que reduziu sua pauta de reivindicações de seis para dois itens. A principal delas, porém, a da anistia para os lideres grevistas, não sensibilizou o governador. Em entrevista ontem (4), Jaques Wagner se mostrou totalmente inflexível. “O pedido de anistia é o salvo conduto para a barbaridade que estão fazendo”.
Risco de “banho de sangue”
Enquanto o impasse prossegue, o medo toma conta da sociedade baiana e deve piorar com a retomada das aulas nesta segunda-feira. Até o final da tarde de domingo, já tinham sido registrados 83 homicídios na região metropolitana de Salvador desde o início da greve, quase o dobro da semana anterior. Há casos estranhos de saques, destruição de lojas e roubos de veículos da polícia.
Fatos mais graves também podem ocorrer nas dependências da Assembléia Legislativa da Bahia, onde cerca de 500 policiais e seus familiares estão acampados. Segundo a Folha, eles estão “armados e dizendo-se dispostos a reagir à bala em caso de invasão... ‘O governo sabe que 99% de nós estamos armados. Se tentarem invadir haverá um banho de sangue’, disse um dos grevistas”.
*****
Leia também:
- A falta de diálogo na greve da PM da Bahia
- ACM Neto faz demagogia com a greve da PM da Bahia
A greve dos policiais militares da Bahia, iniciada nesta terça-feira (31), chegou ao impasse e pode descarrilar de vez, gerando mais danos à população. Os interlocutores não mostram qualquer disposição para o diálogo. O governador Jaques Wagner se recusa a negociar com os grevistas. Já o comando da paralisação parece contaminado por interesses distantes dos justos anseios da categoria.
Candidato a vereador em 2012?
O presidente da Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra), Marcos Prisco, é filiado ao PSDB e já havia manifestado a sua intenção de disputar as eleições deste ano. Em entrevista ao programa Acorda pra Vida, da Rede Tudo FM 102.5, ele negou que a greve da PM tenha motivação eleitoral. “Político eu sou, como todo cidadão, mas o movimento não tem características políticas”.
Ao mesmo tempo, ele não escondeu o seu desejo de concorrer a vereador pelo PSDB. “Se eu for pré-candidato será uma decisão da categoria”, despistou para o ouvinte. Em outras entrevistas, Marcos Prisco tem radicalizado o discurso contra o “governo petista, o pior da história da categoria” – uma baita aberração se comparado com os sombrios anos da oligarquia ACM.
Governador se mostra inflexível
Diante desta postura e das cenas de barbárie em algumas cidades baianas, inclusive em Salvador, o governador decidiu endurecer no trato da greve. Ele solicitou apoio do governo Dilma, que enviou 3,5 mil soldados do Exército e da Força Nacional de Segurança, e ordenou a prisão de 12 líderes do movimento, acusando-os de vandalismo e de roubo de patrimônio público.
A violenta reação parece que intimidou e dividiu o comando do movimento, que reduziu sua pauta de reivindicações de seis para dois itens. A principal delas, porém, a da anistia para os lideres grevistas, não sensibilizou o governador. Em entrevista ontem (4), Jaques Wagner se mostrou totalmente inflexível. “O pedido de anistia é o salvo conduto para a barbaridade que estão fazendo”.
Risco de “banho de sangue”
Enquanto o impasse prossegue, o medo toma conta da sociedade baiana e deve piorar com a retomada das aulas nesta segunda-feira. Até o final da tarde de domingo, já tinham sido registrados 83 homicídios na região metropolitana de Salvador desde o início da greve, quase o dobro da semana anterior. Há casos estranhos de saques, destruição de lojas e roubos de veículos da polícia.
Fatos mais graves também podem ocorrer nas dependências da Assembléia Legislativa da Bahia, onde cerca de 500 policiais e seus familiares estão acampados. Segundo a Folha, eles estão “armados e dizendo-se dispostos a reagir à bala em caso de invasão... ‘O governo sabe que 99% de nós estamos armados. Se tentarem invadir haverá um banho de sangue’, disse um dos grevistas”.
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- A falta de diálogo na greve da PM da Bahia
- ACM Neto faz demagogia com a greve da PM da Bahia
Acho que aí tá faltando bom-senso de ambas as partes.
ResponderExcluirSe eles já reduziram a pauta, já é hora de caminhar para o acordo e não para o confronto. O governador deve investir no diálogo, na negociação.
Reduzir a questão a escolha partidária(suposta) do líder sindical é um desrespeito à categoria, e um desserviço ao debate.
ResponderExcluirOra, demonizar a política não é o perfil desse blog, logo, se o líder sindical simpatiza por esse ou por aquele partido e sua categoria confia nele para transpor a barreira da política sindical para outras esferas políticas e a luta partidária, não há nada demais.
Afinal, não foi isso que nós da esquerda fizemos, tanto tempo e por isso fomos acusados de "aparelhar sindicatos, associações, UNE, etc".
Se o governador foi míope e não enxergou a situação, que hoje estourou em suas mão, azar o dele.
Ou será que que foi o PSDB e a candidatura, ou o chaveirinho de acm que manteve o salário aviltado?
Compreendo que o exagero em dizer que o governo do "Alemão" é o "pior", porque a expectativa sobre nós, da esquerda é enorme, até pelo barulho que fazíamos na oposição e o que dizíamos que faríamos. Não dá para reclamar agora. É o jogo, e a oposição colherá o desgaste da crise.
Decepcionante a postura do blog.
Sei que, como em outros casos, vai censurar o comentário, é seu direito, mas sei que a intenção foi atingida, pois o editor leu e refletirá.
Douglas da Mata.
Policial civil, militante petista do RJ
Depois que a TV mostrou policiais encapuzados queimando ônibus e aterrorizando a população, não há razão alguma para "anistiar" esse pessoal. Diálogo, sim. Reivindicação, sim. Barbárie ?! Jamais! Há que punir mesmo esses sujeitos. O movimento está politizado sim, pois o próprio "líder" não sabe conviver com a democracia. Diz que vai concorrer às eleições municipais como vereador pelo PSDB. Ele é algum terrorista infiltrado infiltrado na PM? Pensa que na porrada vai destituir o governo? Esse camarada é um tele-guiado que, com poder, torna-se uma ameaça À SOCIEDADE. Não tem anistia não. Responda pelos seus atos, seu covardão! A população não pode ficar refém desse terrorista.
ResponderExcluirAbsolutamente correto, Douglas!! Quer dizer que pelo líder da categoria ser simpatizante do PSDB ou de qualquer partido político, a greve de 20.000 trabalhadores é somente eleitoreira? Quer dizer que suas reinvidicações não são justas, necessárias? Todos os grandes revolucionários da história sempre disseram que não se pode confiar na classe média, pois irão fatalmente trair os trabalhadores, mesmo que apenas por corporaivismo de classe...
ResponderExcluirCadê o Partido que apoiava greves?
ResponderExcluirE o Sr. Everton Uzeda de Lima é petista...
ResponderExcluirUma vergonha, Altamiro. O PC do B já mostrou quem é: Código Florestal, Corrupção, Netinho. Só sobrou o nome do partido.
ResponderExcluirAltamiro, é uma vergonha você atacar uma Greve. Toda Greve é política. Ou você já se esqueceu do a,e,i,o,u?
Vergonha, simplesmente, caro Altamiro.
Todo apoio à Greve da PM na Bahia. Apoio total à todas as Greves no Brasil. Fora PT, fora PC do B, fora PSDB/DEM e todos estes partido contrários à Classe Trabalhadora!
Pedro Aparecido de Souza