quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Torturador afronta Dilma e Amorim

Por Altamiro Borges

Mais do que nunca, a Comissão de Verdade precisa investigar, com rigor e serenidade, os crimes cometidos pela ditadura militar para que eles não se repitam no futuro. Do contrário, alguns golpistas continuarão agindo como cobras prontas para o bote. Este é o caso dos 98 oficiais da reserva que divulgaram ontem (28) um novo “manifesto” com ataques à presidenta Dilma Rousseff.

Em 16 de fevereiro passado, os presidentes dos três clubes militares postaram num sítio uma nota com críticas à presidente e as ministras Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Eleonora Menicucci (Mulheres). De imediato, eles foram repreendidos pelo comando das Forças Armadas e recuaram, retirando o texto do ar e desculpando-se pelo ato de insubordinação.

“Por aqui não passarão”

Não satisfeitos com o recuo, alguns valentões da reserva agora voltam à carga, divulgando um manifesto ainda mais provocativo, intitulado “Eles que venham. Por aqui não passarão”. Nele, os milicos de pijama, como são chamados, reafirmam os ataques feitos anteriormente à presidente Dilma e ainda dizem não reconhecer autoridade no ministro da Defesa, Celso Amorim.

“Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do manifesto do dia 16”, afirma o texto. Ele lembra que a nota anterior foi tirada da internet “por ordem do ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo”. E, num gesto de total insubordinação, o grupo esbraveja que “não se intimida e continuará atento e vigilante”.

Ustra, símbolo das torturas

O texto também critica a Comissão da Verdade, instituída no ano passado e que ainda aguarda a indicação de seus membros para começar a funcionar. “É um ato inconseqüente de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo”, afirmam os prepotentes autores, que se acham acima das leis e do Estado de Direito.

O novo documento foi postado no sítio "A verdade sufocada", mantido pela mulher de Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado do Exército, um de seus signatários. Ustra é uma das figuras mais emblemáticas do terror que imperou na ditadura. Como chefe do DOI-Codi em São Paulo, ele é acusado de comandar as seções de tortura neste aparelho de repressão do Exército.

4 comentários:

  1. A verdade não será sufocada - A minha não!
    Isso que está abaixo pertence ao ESTATUTO DO CLUBE MILITAR.
    Quem está afastado de seus compromissos?
    §6º - O Clube manter-se-á estranho à matéria de religião, de política partidária ou de discriminação de qualquer natureza, sendo vedada a cessão de suas dependências para reuniões que objetivem tratar de tais assuntos


    Art. 2º - O Clube tem como objetivos:
    I - estreitar os laços de união e de solidariedade entre os oficiais das Forças Armadas (Marinha, Exército e
    Aeronáutica);
    II - defender os legítimos interesses dos sócios e pugnar por medidas acauteladoras dos seus direitos, em
    juízo ou fora dele;
    III - criar e desenvolver atividades voltadas para o Quadro Social nas áreas social, cultural, esportiva,
    recreativa e assistencial;
    IV - promover e incentivar manifestações cívicas e patrióticas, bem como estudo e discussão de assuntos
    nacionais de alta relevância;
    V - facilitar a obtenção de moradia aos Sócios Efetivos;
    VI - incentivar o intercâmbio cultural, social, recreativo e desportivo com clubes ou entidades congêneres;
    VII - estimular a prática esportiva de caráter recreativo;
    VIII - estudar os assuntos relevantes de interesse coletivo e propor soluções que, após aprovação do
    Conselho de Administração, serão encaminhadas, pelo Presidente do Clube, às autoridades competentes;
    IX - desenvolver e estimular, em caráter federativo, os desportos militares, o xadrez, o tênis de mesa, os
    esportes aquáticos, a prática de “camping” e outros esportes de interesse da agremiação;
    X - preservar as tradições e zelar por seu prestígio no seio das Forças Armadas e da sociedade brasileira;
    XI - colaborar com as Forças Armadas na preservação da memória de seus feitos.
    XII – Colaborar na preservação do prestígio e do conceito das FFAA perante a Nação e em defesa dos
    seus associados, podendo, para tanto, promover ações nas esferas administrativa e judicial contra atos atentatórios à dignidade e à hierarquia militar, que estimulem a indisciplina no seio das mesmas.
    XIII - Defender os interesses nacionais relevantes, podendo, para tanto, promover ações nas esferas
    administrativa e judicial

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  2. Carloslustramoveisshell29 de fevereiro de 2012 às 20:00

    Acho que já taá passando da hora de se dar um chega pra lá nos milicos da reserva. O Brasil ja disse um não a esse grupelho que se arvora a dono da nação.
    Eles tem que ver que não são mais nada alem de ex militares sem absolutamente nenhum poder.

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  3. tenho nojo desses ditadores arrogantes que se acham valentes, tem de haver punição. O pior que eles ainda recebem pensões exorbitantes, bem acima da maioria dos trabalhadores brasileiros.Vergonha

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  4. Sugiro que esses milicos covardes passem uns tempos na companhia do General Videla e demais colegas corajosamente presos por nossos irmãos sulamericanos.

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