Por Vinicius Mansur, no sítio Carta Maior:
A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira começou um tanto quanto constrangida nesta terça-feira (22). Coincidentemente, ou não, no dia do depoimento à comissão do hábil alimentador da imprensa, Cachoeira, o jornal Folha de São Paulo deu como uma de suas manchetes uma denúncia contra o presidente da CPMI, Vital do Rêgo (PMDB-PB). De acordo com o jornal, o deputado empregaria uma funcionária fantasma. Este fato e o flagrante do deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), pego enviando mensagem comprometedora ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), no último dia 17, contribuíram para alimentar o movimento de descrédito da CPMI.
O contraventor Cachoeira parece apostar exatamente nesta linha. Visivelmente mais magro e com muitos cabelos brancos, Cachoeira utilizou de seu direito constitucional de permanecer calado. Muito nervoso no início da sessão, Cachoeira, nos vinte minutos que recebeu para falar antes de ser arguido por qualquer parlamentar, resumiu-se, trêmulo, a dizer: “Fui advertido pelos advogados para não falar nada e não falarei”. De acordo com o contraventor, ele não falará nada antes depor à Justiça em 31 de maio e 1º.
Em seguida, diversos parlamentares tentaram arrancar respostas de Cachoeira. O relator, Odair Cunha (PT-SP), perguntou sobre sua definição profissional, suas fontes de renda, suas empresas no exterior e sua relação com a Construtora Delta. Parlamentares de oposição ao governo federal se ocuparam do maior número de intervenções e deram ênfase as perguntas relativas ao envolvimento da quadrilha do contraventor com o governo do Distrito Federal, de Agnelo Queiroz (PT), e com o próprio Partido dos Trabalhadores. Parlamentares da base governo questionaram o envolvimento do bicheiro com o governo de Goiás, de Marconi Perillo (PSDB).
Lacônico durante as pouco mais de duas horas de sessão, Cachoeira repetiu inúmeras vezes que “só falaria depois da audiência”. Alguns deputados e senadores passaram a apostar em provocações variadas para animá-lo a falar. Cachoeira foi perguntado se falaria em sessão secreta, se aceitaria delação premiada, sobre a possível convocação de sua ex-mulher, se recebeu propostas de legalização do jogo. Ainda foi chamado de marginal, múmia e chefe de quadrilha e acusado de tratar os parlamentares como palhaços. Entretanto, Cachoeira manteve-se calado e, mais calmo, chegou a afirmar que sempre pediu a reavaliação de sua vinda a CPMI. “Quem forçou foram os senhores”, afirmou.
Diante da postura irredutível do contraventor, a maioria dos integrantes da comissão decidiu por encerrar à sessão por entender que ela só serviria para fornecer ao acusado maiores possibilidades de defesa no futuro.
Parlamentares como o deputado Silvio Costa (PTB-PE) consideraram a audiência um fiasco. O relator Cunha, entretanto, considerou que a sessão não foi inútil e que o silêncio depõe contra o acusado, assim como o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). “O reú não fala para não se autoincriminar, é uma declaração e culpa”, disse o carioca.
Mídia fora de foco
Conforme previu reportagem de Carta Maior, os questionamentos à relação do esquema de Cachoeira com a mídia devem perderam força neste momento da CPMI. Nesta terça, apenas o senador Fernando Collor (AL) foi enfático nos questionamentos neste sentido. Ele perguntou sobre encontros presenciais e ligações entre Cachoeira e o jornalista da revista Veja, Policarpo Júnior. Collor disse que eles tem uma relação de mais de 10 anos e que “Policarpo utilizou o senhor Cachoeira de maneira absolutamente indevida para obter rentabilidade para a revista que servia e para si próprio”.
Assim que Collor começou a referir-se a Veja, curiosamente, na sala ao lado da sessão, lotada pela imprensa que não teve acesso à audiência com Cachoeira, ouviu-se um coletivo “ah....”, numa demonstração de contrariedade – e o corporativismo - da maior parte dos profissionais em investigar acusações de prática de mau jornalismo.
A outra menção à Veja aconteceu através do deputado Ronaldo Fonseca (PR-DF), depois de perguntar se as denúncias que resultaram na demissão do então diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot, foram motivadas porque Pagot havia contrariado os interesses da quadrilha. “Parece que uma revista aí inclusive publicou algumas coisas”, ironizou.
De acordo com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o foco agora é investir nas relações de Cachoeira com agentes públicos, mas os envolvimentos da mídia com o esquema não serão esquecidos. “Estamos colhendo provas”, conclui.
A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira começou um tanto quanto constrangida nesta terça-feira (22). Coincidentemente, ou não, no dia do depoimento à comissão do hábil alimentador da imprensa, Cachoeira, o jornal Folha de São Paulo deu como uma de suas manchetes uma denúncia contra o presidente da CPMI, Vital do Rêgo (PMDB-PB). De acordo com o jornal, o deputado empregaria uma funcionária fantasma. Este fato e o flagrante do deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), pego enviando mensagem comprometedora ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), no último dia 17, contribuíram para alimentar o movimento de descrédito da CPMI.
O contraventor Cachoeira parece apostar exatamente nesta linha. Visivelmente mais magro e com muitos cabelos brancos, Cachoeira utilizou de seu direito constitucional de permanecer calado. Muito nervoso no início da sessão, Cachoeira, nos vinte minutos que recebeu para falar antes de ser arguido por qualquer parlamentar, resumiu-se, trêmulo, a dizer: “Fui advertido pelos advogados para não falar nada e não falarei”. De acordo com o contraventor, ele não falará nada antes depor à Justiça em 31 de maio e 1º.
Em seguida, diversos parlamentares tentaram arrancar respostas de Cachoeira. O relator, Odair Cunha (PT-SP), perguntou sobre sua definição profissional, suas fontes de renda, suas empresas no exterior e sua relação com a Construtora Delta. Parlamentares de oposição ao governo federal se ocuparam do maior número de intervenções e deram ênfase as perguntas relativas ao envolvimento da quadrilha do contraventor com o governo do Distrito Federal, de Agnelo Queiroz (PT), e com o próprio Partido dos Trabalhadores. Parlamentares da base governo questionaram o envolvimento do bicheiro com o governo de Goiás, de Marconi Perillo (PSDB).
Lacônico durante as pouco mais de duas horas de sessão, Cachoeira repetiu inúmeras vezes que “só falaria depois da audiência”. Alguns deputados e senadores passaram a apostar em provocações variadas para animá-lo a falar. Cachoeira foi perguntado se falaria em sessão secreta, se aceitaria delação premiada, sobre a possível convocação de sua ex-mulher, se recebeu propostas de legalização do jogo. Ainda foi chamado de marginal, múmia e chefe de quadrilha e acusado de tratar os parlamentares como palhaços. Entretanto, Cachoeira manteve-se calado e, mais calmo, chegou a afirmar que sempre pediu a reavaliação de sua vinda a CPMI. “Quem forçou foram os senhores”, afirmou.
Diante da postura irredutível do contraventor, a maioria dos integrantes da comissão decidiu por encerrar à sessão por entender que ela só serviria para fornecer ao acusado maiores possibilidades de defesa no futuro.
Parlamentares como o deputado Silvio Costa (PTB-PE) consideraram a audiência um fiasco. O relator Cunha, entretanto, considerou que a sessão não foi inútil e que o silêncio depõe contra o acusado, assim como o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). “O reú não fala para não se autoincriminar, é uma declaração e culpa”, disse o carioca.
Mídia fora de foco
Conforme previu reportagem de Carta Maior, os questionamentos à relação do esquema de Cachoeira com a mídia devem perderam força neste momento da CPMI. Nesta terça, apenas o senador Fernando Collor (AL) foi enfático nos questionamentos neste sentido. Ele perguntou sobre encontros presenciais e ligações entre Cachoeira e o jornalista da revista Veja, Policarpo Júnior. Collor disse que eles tem uma relação de mais de 10 anos e que “Policarpo utilizou o senhor Cachoeira de maneira absolutamente indevida para obter rentabilidade para a revista que servia e para si próprio”.
Assim que Collor começou a referir-se a Veja, curiosamente, na sala ao lado da sessão, lotada pela imprensa que não teve acesso à audiência com Cachoeira, ouviu-se um coletivo “ah....”, numa demonstração de contrariedade – e o corporativismo - da maior parte dos profissionais em investigar acusações de prática de mau jornalismo.
A outra menção à Veja aconteceu através do deputado Ronaldo Fonseca (PR-DF), depois de perguntar se as denúncias que resultaram na demissão do então diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot, foram motivadas porque Pagot havia contrariado os interesses da quadrilha. “Parece que uma revista aí inclusive publicou algumas coisas”, ironizou.
De acordo com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o foco agora é investir nas relações de Cachoeira com agentes públicos, mas os envolvimentos da mídia com o esquema não serão esquecidos. “Estamos colhendo provas”, conclui.
Incompreensível os rasgados elogios dos parlamentares ao advogado do depoente,que a cada salamaleque dos deputados sorria vaidosamente,certamente satisfeito com os R$15 milhões de honorários,subtraídos do povo brasileiro.A Comissão tinha que partir prá cima desses caras,em vez de ficar elogiando advogado de bandido.
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