quinta-feira, 24 de maio de 2012

Imigrante nos EUA é comparado a cães

Por João Novaes, no sítio Opera Mundi:

O deputado norte-americano Steve King, que já chegou a defender que as fronteiras dos EUA com o México fossem reforçadas por cercas elétricas, voltou a causar polêmica em mais um discurso no qual atacou a imigração. Congressista do Partido Republicano pelo Estado de Iowa, King disse nesta segunda-feira (21/05), em Des Moines, durante um evento de sua campanha para reeleição na Câmara, que os Estados Unidos devem escolher os imigrantes que entram no país, como “como se escolhe um cão de caça em uma matilha, na qual devemos escolher os melhores segundo as necessidades da ocasião”.


Não é a primeira vez que King comparou imigrantes a animais. Ao defender o cerco elétrico na fronteira, King justificou sua proposta dizendo que “fazemos isso com o gado o tempo todo”. A nova declaração de King ocorre na mesma semana em que o provável candidato republicano Presidência do país, Mitt Romney, inicia uma campanha para tentar ganhar votos em meio à comunidade hispânica.

No Congresso, King é vice-presidente de Imigração da Câmara de Representantes em Washington. Sua comparação de imigrantes com cachorros gerou uma série de críticas da opinião pública norte-americana e de organizações em defesa de imigrantes.

Em entrevista ao jornal The Des Moines Register publicada nesta quarta-feira (23/05), Matt Sinovic, diretor-executivo da ONG Progress Iowa, publicada nesta quarta-feira (23/05) que as palavras do congressista ofendem aos imigrantes da classe trabalhadora, mulheres e idosos.

Sua rival política no Estado pelo Partido Democrata, a deputada Christie Vilsack, também o criticou, dizendo que, antes de falar qualquer coisa sobre imigração, King deve tomar ciência de que os imigrantes também são seres humanos.

Arizona

Durante um de seus discursos contra os imigrantes no Congresso, King foi um dos mais ferrenhos defensores da Lei antiimigração do Arizona. Na ocasião, ele irritou alguns de seus colegas ao dizer que os policiais “não precisam usar perfis raciais, pois existem pessoas que possuem “um sexto sentido” para identificar inigrantes ilegais”, disse. “É possível detectar um imigrante ilegal ao observar suas roupas, a forma como se comporta, seu sotaque, entre outras maneiras”, afirmou na ocasião.

Entre outros pontos, a medida permite que a polícia local pare qualquer cidadão “suspeito” de ser um imigrante ilegal. Neste caso, a pessoa poderá ser presa, caso não esteja com seus documentos, mesmo estando regularizada. Para associações de defesa dos estrangeiros, que também questionaram a medida, a lei torna os cidadãos de origem hispânica suspeitos potenciais, ainda que estejam com sua situação regularizada ou sejam norte-americanos.

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