terça-feira, 29 de maio de 2012

O cinismo do jagunço Demóstenes

Por Altamiro Borges

Em seu patético depoimento na manhã de hoje ao Conselho de Ética do Senado, o ex-demo Demóstenes Torres, famoso assassino de reputações, pediu clemência aos seus pares. "Eu pude ver o quanto fui cruel com os outros. Isso fazia com que essas pessoas pudessem ficar com uma imagem ruim", desculpou-se, tentando sensibilizar os parlamentes vítimas de seus ataques que agora  podem cassar o seu mandato.


"Eu não tinha lanterna da popa"

De um cinismo impressionante, o ex-paladino da ética jurou que desconhecia as atividades criminosas do amigo Carlinhos Cachoeira. Garantiu que só depois da prisão do mafioso e das revelações da Operação Monte Carlo é que tomou consciência da suas perigosas ligações. 

"Eu não tinha uma lanterna da popa, não tinha como saber no que eu me relacionava com esse empresário e que ele mantinha relações com cinco governadores", disse Demóstenes. "Hoje, com essa lanterna na popa, eu dou conta de ver, mas antes, com essa lanterna na proa, eu não via", afirmou, na maior caradura.

"Eu redescobri Deus"

Durante todo o depoimento, ele usou um tom emocional para convencer os parlamentares da sua inocência. O ex-demo apelou até para os céus. "Eu redescobri Deus. Parece um fato pequeno, mas minha atuação era mais pautada pelos homens que pela fé". Piegas e choroso, Demóstenes tentou se passar por vítima.

"Devo dizer aos senhores que vivo o pior momento da minha vida, que eu jamais imaginaria passar por isso. A partir de 29 de fevereiro desse ano [quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela PF], eu passei a enfrentar algo que nunca tinha passado em toda minha vida. Depressão, remédio para dormir que não funciona, fuga dos amigos. É talvez a campanha sistemática mais orquestrada da história do Brasil".

O "senador ficha limpa", que até pouco tempo era bajulado pela mídia demotucana, não explicou nenhum de seus crimes - o seu vertiginoso enriquecimento, o tráfico de influência junto aos poderes da República, suas relações sinistras com empresários e setores da imprensa. O Conselho de Ética ouvirá agora as acusações que pesam contra Demóstenes Torres. O jagunço de reputações parece caminhar para o fim de carreira.

6 comentários:

  1. Se há uma expressão que descreve a decisão esta é a cara de pau - definida pelo exemplo do jovem que mata os pais e então implora por clemência alegando ser um órfão.

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  2. Miro. O Demóstenes mandou o recado.

    "Eu não tinha uma lanterna da popa, não tinha como saber no que eu me relacionava com esse empresário e que ele mantinha relações com cinco governadores", disse Demóstenes.

    Cinco governadores? Quem são eles?

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  3. Catilina nostrum.

    Mais um escândalo na história do PT! Aterrorizados com a iminência do julgamento do mensalão, os vassalos desnorteados tentam minimizar os prejuízos, colar os cacos, cobrir a caca defecada pelo seu grande chefe! A ordem é congestionar o meio de campo, desinformar, confundir e desviar as atenções do Lula! Cícero, o grande tribuno da República de Roma, enfrentou o mesmo problema com Catilina. Todos os estudantes de direito, pelo menos de minha época, conheciam a célebre introdução de um de seus discursos: “Quousque tandem Catilina abutere patientia nostra?”, que significa, “Até quando Catilina abusarás da nossa paciência?”. Eis que a história se repete, Cícero era um exemplo de dignidade, Catilina de improbidade!

    Att. Eugênio José Alati

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  4. Engraçado,para defenestrar o Dirceu,bastou o simples depoimento de um deputado(cassado por falta de decoro).Nenhum telefonema,nem "briber" nas mãos(como o Arruda,do DEM),associação com bicheiro,compra devotos para re-eleição,nada.Esse sim,sofreu o maior linchamento moral da história,sem provas tão contundentes como as contra este senador do DEM e perdeu o mandato.

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  5. Só mesmo um Anônimo que assina Anônimo, covarde como ele só, para dizer esse monte de besteiras...

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