segunda-feira, 7 de maio de 2012

O problema de Veja é criminal

Por Luis Nassif, em seu blog:

Alguns analistas teimam em analisar o comportamento da Veja – nas relações com Cachoeira – como eticamente condenável.

Há um engano nisso.


Existem problemas éticos quando se engana a fonte, se adulteram suas declarações, desrespeita-se o off etc.

O comportamento da Veja é passível de enquadramento no Código Penal. Está-se falando de suspeita de atividade criminosa, não apenas de mau jornalismo. Sua atuação se deu na associação com organizações criminosas visando objetivos ilegais, de obstrução da Justiça até conspiração.

O acordo da revista com o crime organizado trazia ganhos para ambos os lados:

1. O principal produto de uma revista é a denúncia. O conjunto de denúncias e factóides plantados por Cachoeira permitiram à revista a liderança no mercado brasileiro de opinião - influenciando todos os demais veículos -, garantiu vendagem, permitiu intimidar setores recalcitrantes. O poder foi utilizado para tentar esmagar concorrentes da Abril no setor de educação. Principalmente, fê-la conduzir uma conspiração visando constranger Executivo, Legislativo, Supremo e Ministério Público.

2. A parceria com Veja tornou Cachoeira o mais poderoso contraventor do Brasil moderno, com influência em todos os setores da vida pública.

Há inúmeras suspeitas contra a revista em pelo menos duas associações: com Carlinhos Cachoeira e com Daniel Dantas que necessitam de um inquérito policial para serem apuradas.

Em relação a Dantas:

- A matéria sobre as contas falsas de autoridades no exterior, escrita por Márcio Aith.
- O dossiê contra o Ministro Edson Vidigal, do STJ. Nele, mencionava-se uma denúncia de uma ONG junto ao CNJ. Constatou-se depois que a denúncia tomava por base matéria da própria revista (que sequer havia sido publicada ainda), demonstrando total cumplicidade da revista com o esquema Dantas.
- A atuação de Diogo Mainardi, levando o tal Relatório italiano ao próprio juiz do caso. Na época, procuradores do MPF em São Paulo explicaram qual seria a estratégia de Dantas (contaminar o inquérito da PF com o princípio do "fruto contaminado", as provas ilegais do relatório italiano) e sustentaram que Mainardi atuava a serviço de Dantas. Atacados virulentamente por Mainardi, procuradores federais de São Paulo recuaram.
- A matéria falsa sobre o grampo no Supremo Tribunal Federal.
- O “grampo sem áudio”, entre Gilmar Mendes e Demóstenes Torres.

Em relação a Cachoeira:
- O episódio do suborno de R$ 3 mil nos Correios, que visou alijar o esquema do deputado Roberto Jefferson e abrir espaço para o esquema do próprio Cachoeira. No capítulo que escrevi sobre o tema (na série O Caso de Veja) mostro que, depois de feito o grampo, Policarpo Jr segurou a notícia por 30 dias. 
- Um inquérito policial poderá revelar o que ocorreu nesse intervalo.
- A invasão do Hotel Nahoum com as fotos de Dirceu, clara atividade criminosa.
- A construção da imagem do senador Demóstenes Torres, sendo impossível – dadas as relações entre Veja e Cachoeira – que fossem ignoradas as ligações do senador com o bicheiro.
-Levantamento de todas as atividades de Demóstenes junto ao setor público, visando beneficiar Cachoeira, tendo como base o ativo de imagem construído por Veja para ele.

6 comentários:

  1. Não dá mesmo para falar que é uma questão de ética. Assim como não dá para dizer que - sob o comando de geraldo alckmin - a PM/SP cometeu apenas "abuso de poder" contra moradores do Pinheirinho (SJC/SP). Até hoje a oligarquia togada encobre que o terreno será entregue a Naji Nahas. É tanto crime sob os mais variados eufemismos - "falta de ética"; "abuso de poder", etc.- que o Brasil e os brasileiros gritam por JUSTIÇA! Senhores juízes e parlamentares, na verdade, "um céu tão sujo não clareia sem uma tempestade." !!!

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  2. Luis Nassif tem toda razão. A veja tenta levar a discussão para a ética no relacionamento entre repórter-fonte, mas este não é o tema. Trata-se de um conluio, uma troca de favores indecente, visando lucros para uma quadrilha e poder para um grupo editorial sem escrúpulos. Veja queria e quer derrubar um governo eleito constitucionalmente, fez isso com Lula e faz isso com Dilma Roussef.
    É muito mais grave do que os crimes pelos quais Murdoch está sendo severamente punido na democrática Grã-Bretanha. Ser de direita é um direito (perdão, leitores), já ser golpista é crime aqui e em qualquer país civilizado. Tem que ser punido com cadeia, como mandam nossas leis. E desprezo da opinião pública.

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  3. Ética, coerência, punições não existem na política tupiniquim! O povo não vê 1 centavo roubado de volta aos cofres públicos e ainda precisa suportar "alianças" do tipo Senadora Ana Amélia Lemos (PP) e Manuela D'Ávila (PCdoB) no RS! Partidos que sempre se odiaram com trocas de denúncias e acusações na CPI do Detran gaúcho que desviou milhões! E agora, Miro? Não vão poder mais criticar os "Progressistas". Os eleitores delas deveriam pedir os votos de volta! Lamentável.

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  4. Falar no conluio do triunvirato Cachoeira/Demóstenes/Veja me lembra O Posderoso Chefão, o magistral filme de Francis Ford Copola. Cachoeira deve ter se inspirado no filme para cooptar políticos, juízes e jornalistas... n fmCorleone morre por parada cardíaca... espero que Cachoeira/Demóstenes/Civita morram na cadeia por que de vergonha eles não morrem.

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  5. Escrevi a respeito da posição da velha mídia sobre o caso Veja-Cachoeira:

    http://mingaudeaco.blogspot.com.br/2012/05/carlinhos-cachoeira-e-veja-sao-apenas.html

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  6. Olá, ótimo blog o seu. Artigos muito bons, gosto bastante. Também escrevo um blog, se qusier visitar é este aí:

    www.loblogue.com

    Acabei de fazer uma postagem nova sobre como excluir uma cotna do Facebook, se quiser ver também, fico muito grato:

    Como excluir Facebook

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