terça-feira, 22 de maio de 2012

Os desafios do Barão de Itararé

Por Fernando Damasceno, no sítio da CTB:

Foi realizada na última sexta-feira (18), em São Paulo, a festa pelos dois anos de fundação do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Para seu presidente, o jornalista Altamiro Borges, o balanço de atuação da entidade nesse período é bastante positivo, com destaque para a luta pela democratização da mídia no Brasil e pela liberdade de expressão.


Nesta rápida entrevista, o presidente do Barão relembra algumas das lutas desses dois anos, analisa os aspectos em que a entidade pode ampliar sua participação, defende a liberdade de expressão no país e conta sua expectativa para o terceiro Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, marcado para os dias 25 a 27 de maio, em Salvador.

Confira abaixo:

Após dois anos de intensa atividade, qual o balanço que você faz da atuação do Barão de Itararé?

O balanço é muito positivo. Nos seus dois anos de vida o Barão teve sua importância nessa luta pela democratização da comunicação, deu sua contribuição ao agregar muita gente em torno desse tema, como blogueiros, jornalistas, acadêmicos, lutadores do movimento sociais, mídias alternativas. Creio que o Barão cumpriu bem seu papel, de forma ativa. O balanço oficial que fizemos, por exemplo, contém nove páginas, com muitos encontros, seminários, debates, participação em campanhas, etc.

Mas é claro que ainda há muitas carências. Precisamos, por exemplo, melhorar nossa atuação junto à radiodifusão comunitária. Temos que entender melhor essa realidade e ver como ajudar mais nesse campo, que é fundamental por mexer com comunidades, com entidades de vários lugares. Podemos e devemos também contribuir mais nessa questão da democratização da comunicação, junto a outras entidades. O Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), por exemplo, aprovou uma campanha de rua pela regulação da mídia – isso é algo que podemos fazer, nos engajar.

Portanto, ainda temos muito o que fazer. Também entendemos que é preciso investir mais na área de formação, investir em jovens jornalistas e comunicadores para áreas do movimento social, do movimento sindical.

Dentro dessa necessidade de formação, há dois anos conversávamos sobre a necessidade de ter uma parceria com as universidades e estudantes de comunicação pelo país afora. Como isso se deu nesse período?
Estamos começando a ter esse diálogo. Infelizmente, o nível de formação desses alunos é muito baixo. É uma formação para o mercado. A formação ética, por exemplo, tem sido muito abandonada. Então isso é um problema. Estamos formando uma galera que vai mexer com a saúde mental das pessoas, mas sem ter nenhum espírito ético, senso crítico. Essa é uma área em que temos que investir mais.

Fizemos agora um curso de formação junto à Escola Livre de Jornalismo, em Brasília, com a presença de nomes como a Maria Inês Nassif, do Luis Nassif, do Luiz Carlos Azenha, do Leandro Fortes. Estamos fechando agora uma parceria com o Ipea, para fazermos um ciclo de debates para entendermos melhor o panorama das comunicações no Brasil e no mundo. Vamos investir mais nessa área, pois queremos fazer luta de ideias. Não queremos fazer a formação de jornalistas para o mercado, mas sim jornalistas com o espírito do verdadeiro jornalismo, não do mercadológico.

Deixando de lado um pouco do balanço do Barão, qual sua expectativa para o 3º Encontro Nacional de Blogueiros? Sobre quais assuntos haverá debates mais intensos?

Os preparativos estão caminhando bem, vamos reunir cerca de 300 ativistas digitais do Brasil inteiro. Está bem estruturado e o patamar dos debates será bastante elevado, com vários estudiosos dessa área, como Franklin Martins, Ignacio Ramonet e Sergio Amadeu, para citarmos alguns dos mais importantes. Será um momento também de trocar ideias sobre como a gente caminha nesse movimento da blogosfera.

O Encontro está dividido em dois eixos: (1) democratização da mídia e novo marco regulatório das comunicações, num momento em que até Fernando Henrique Cardoso está defendendo essa necessidade; e (2) a defesa da blogosfera e a liberdade de expressão, pois estamos vivendo um momento em que as pessoas estão sofrendo processos e ameaças e estamos vendo até mesmo morte de blogueiros. O que queremos, portanto, é simplesmente garantir a liberdade de expressão e garantir que mais gente tenha o direito de falar.

Um comentário:

  1. Créditos de “Avenida Brasil” ignoram a atriz que faz Zezé @mauriciostycer http://buracosupernegro.blogspot.com/2012/05/creditos-de-avenida-brasil-ignoram.html

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