Por Renato Rovai, no seu blog na revista Fórum:
A revista Free São Paulo traz na capa de sua edição de hoje, 31, uma matéria sobre as investigações acerca da morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002. A apuração feita pela revista tem informações contraditórias e que não se sustentam. Na verdade, trata-se de um panfleto político com tintas jornalísticas.
O histórico da revista dá rastros fortes da origem dos ataques. A primeira edição da Free São Paulo, lançada em outubro do ano passado, tem como destaque uma entrevista com Bruno Covas, que na época era apontado como provável candidato do PSDB para a Prefeitura de São Paulo.
Na edição 14, a revista aborda um “calote” do Ministério da Educação nas universidades federais e coloca na capa uma foto quebradiça do então ministro da Educação, Fernando Haddad.
Na edição 25, a Free Brasil compara os governos FHC e Lula e coloca o tucano em vantagem, sem explicar a escolha por dados de meses diferentes na comparação das gestões.
O redator chefe da Free Brasil atende por Ernesto Zanon. No seu twitter pessoal Zanon costuma dar RTs e divulgar notas do candidato à prefeitura de São Paulo, José Serra.
Além deste histórico de matérias favoráveis ao PSDB, a publicação é impressa pela gráfica do grupo Folha de S.Paulo, a Plural Industria Gráfica. A gráfica é a mesma onde ocorreu o vazamento das provas do Enem em 2009. Caso que até hoje é atribuído na conta do atual candidato a prefeito de São Paulo, o ex-ministro Haddad. Mas, mais do que isso, um dos clientes do grupo que a realiza (Mídia Guarulhos Ltda) é o deputado federal e presidente do PSDB de Guarulhos, Carlos Roberto. Neste link você pode conferir dois pagamentos de 10 mil reais por serviços prestados pela empresa para o deputado na chamada verba de gabinete.
A matéria sobre o assassinato de Celso Daniel começa em tom opinativo e faz diversas afirmações sem que fontes ou provas as atestem. A hipótese de que a morte de Celso Daniel teria motivações política é embasada por uma entrevista com o promotor Márcio Friggi de Carvalho, do Grupo de Atuação Especial Regional de Repressão ao Crime Organizado do ABC.
O promotor acusa diversos políticos petistas de participação em um suposto esquema de extorsão de empresários do transporte em Santo André. Segundo ele, o esquema teria o objetivo de alimentar o Caixa 2 de campanhas eleitorais petistas. Porém, apesar de acusar nominalmente varias pessoas de participação no esquema, o promotor diz que Celso Daniel morreu por não aceitar que o suposto dinheiro desviado para as campanhas acabasse servindo de fonte de enriquecimento para membros do esquema.
No entanto, o promotor, muito que provavelmente para não ser vítima de processo, não cita nenhum nome como mandante do crime. Nem apresenta provas de que o PT estaria diretamente ligado ao assassinato. Mesmo assim a entrevista com o promotor foi suficiente para que a publicação estampasse na sua capa a figura da morte com o emblema do PT, associando o partido ao assassinato do ex-prefeito de Santo André.
Além do promotor, a Free São Paulo utiliza como fonte para a matéria uma participação do irmão de Celso Daniel, Bruno Daniel, no programa Roda Viva da TV Cultura.
Mas o fato mais grave presente na matéria é o tratamento dispensado ao atual prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. A revista o chama de “o novo gerente do esquema”. No entanto, em nenhum momento o promotor cita o nome de Marinho como envolvido no suposto Caixa 2 petista.
A reportagem ainda afirma que ele estaria sendo preparado para disputar o governo do estado em 2014, mas novamente não apresenta nenhuma fonte ou comprovação para tal afirmação.
O diretório estadual do PT divulgou nota em que rechaça a matéria publicada pela Free São Paulo e afirma que está tomando todas as medidas legais cabíveis para que os responsáveis respondam por seus atos. Na nota, o PT afirma que as investigações policiais sobre o assassinato de Celso Daniel chegaram à conclusão de crime comum, sem qualquer conotação político-partidária.
Veja a íntegra da nota do PT:
O Diretório Estadual do PT-SP divulga nota de repúdio à matéria veiculada nesta quinta-feira (31), pela revista Free São Paulo, cujo conteúdo contraria investigações policiais concluídas. O PT reitera que as denúncias envolvendo o nome do Partido são infundadas e todas as medidas cabíveis já estão sendo adotadas para que os responsáveis respondam por seus atos. Confira nota na íntegra: O Diretório Estadual do PT em São Paulo refuta as declarações veiculadas na edição de número 32 da Revista Free São Paulo, dessa quinta-feira, dia 31 de maio.
Ao longo de sete páginas, a publicação elenca uma série de denúncias infundadas e contesta questões já esclarecidas pelas instituições policiais. O Partido dos Trabalhadores foi que mais cobrou que a morte do então prefeito Celso Daniel fosse esclarecida. Todas as investigações desenvolvidas pelas instituições policiais chegaram à conclusão de crime comum, sem qualquer conotação política-partidária.
O Partido dos Trabalhadores rechaça todas as tentativas de utilizar um episódio que ainda hoje nos entristece para atacar a nossa história e tentar tirar proveitos eleitorais. Esperamos que o Ministério Público e o Poder Judiciário cumpram as suas funções constitucionais e não se deixem envolver em disputas eleitorais que cabem somente a partidos políticos.
Ao contrário das leviandades publicadas pela referida revista, o PT representa um projeto que tem tirado milhões de brasileiros da miséria, da pobreza e exclusão social. Um projeto que tem garantido ao Brasil crescer economicamente com justiça social. Hoje o nosso país é paradigma internacional de desenvolvimento sustentável, com democracia e justiça social.
Os ataques feitos às nossas lideranças políticas têm o nítido objetivo de desgastar aqueles que são os representantes de um projeto político que é reconhecido internacionalmente e, principalmente, pelo povo brasileiro que tem nos dado a oportunidade de governar o Brasil, estados e municípios, propiciando qualidade de vida e tornando sujeitos históricos aquelas e aqueles que sempre foram oprimidos por uma elite que não consegue conviver com a igualdade de oportunidades.
Quanto ao festival de calúnias e difamações, o PT paulista está tomando todas as providências legais cabíveis e os responsáveis responderão pelos seus atos. Direção do PT do estado de São Paulo.
Eis aí o Serra velho de guerra! Sem baixaria ele não existe; assim como não existe sem o PIG (fiel por ideologia e por grana).
ResponderExcluirLogo saberemos qual foi o Paulo Preto que financiou esta panfletagem criminosa. Ele e o bispo de Guarulhos são especialistas nesses papéis do demônio...
"Free" São Paulo?
ResponderExcluirCacetes voadores! Esse pessoal gosta tanto do Brasil, hem!?