Por Altamiro Borges
A reportagem também informa que, de acordo com testemunhas, “pouco
antes do acidente, Thor dirigia em zigue-zague pela rodovia e ultrapassou dois
veículos pela direita. Logo depois, ele teria voltado para a pista da esquerda,
onde atropelou o ciclista, que segundo os peritos teria sido arremessado a 65
metros de distância”.
O filho do bilionário Eike Batista vai responder na Justiça
pelo acidente que matou o jovem Wanderson Silva. “Cerca de dois meses após
atropelar e matar um ciclista na BR-040 (Rio-Petrópolis), Thor Batista foi
indiciado por homicídio culposo”, relata O Globo. A perícia policial constatou que seu
veículo estava a 135 Km/hora no momento do acidente. A velocidade permitida na via
é de 110 Km/h.
"Apaixonados e endinheirados"
O Globo fez questão de destacar nota dos advogados do jovem rico. Ela foi distribuída pela assessoria de imprensa da EBX, empresa
que pertence a Eike Batista. A nota critica a conclusão dos peritos sobre a
velocidade do veículo e afirma que “confiamos no arquivamento do inquérito
policial, tendo em vista que Thor Batista não deu causa ao trágico acidente”.
Enquanto isto, o jovem ricaço, que já acumulava 51 pontos na
carteira de habilitação quando do acidente fatal, foi novamente flagrado pela
polícia por desrespeito à legislação. Ele teve seu carro, uma Ferrari 458,
apreendida pelo Detran porque circulava pela cidade do Rio de Janeiro sem a
placa dianteira.
O Globo ainda relata que, “no último sábado, apaixonados e
endinheirados donos de máquinas esportivas [se reuniram] em uma pista da
Embraer, em Gavião Peixoto, São Paulo... Thor mostrou que também herdou
a paixão pela velocidade do pai, o bilionário Eike Batista, campeão mundial de
lanchas offshore, em 1990. O rapaz chegou a cravar 309,7Km/h”.
"Fatalidade", dispara o astro global
O indiciamento de Thor Batista deve constranger alguns colunistas
e celebridades que defenderam o filho do empresário mais rico do Brasil. Um dos
que queimou a língua foi o apresentador Luciano Huck, da TV Globo, que é exibido
pela mídia como símbolo do bom-mocismo no país – até já foi capa da Veja. Logo
após o acidente, ele se apressou em paparicar o filhinho de papai.
Em seu twitter, sem ter qualquer elemento para julgar as causas do acidente
fatal, o astro global disparou: “Fatalidade. Prestou socorro e não tinha bebido”.
Como outros que frequentam as farras da alta sociedade, Huck tentou minimizar a
gravidade do episódio e livrar a barra do ricaço. Felizmente, a perícia oficial
da polícia não se dobrou à pressão dos bilionários, dos seus advogados e da sua
mídia de classe.
Como se fizesse alguma diferença, para a vítima, que o motorista estivesse a 110, 135 ou 150km, a desgraça teria sido a mesma. A dificuldade seria em catar os pedaços em um raio muito maior de distância...
ResponderExcluirA Luciana foi muito sensata. Ficou provado que o ciclista entrou na frente do carro e agora Thor é indiciado pq estava 25km/h acima do limite. Para a justiça, faz diferença, mas na realidade, não faz. Se Huck queimou a lingua, o q dirá dos q condenaram Thor assim q a notícia saiu? O ciclista entrou na frente, poderia acontecer com qualquer um. Aliás, Thor é vítima de preconceito desde o início por ser filho do Eike. Como se nós, não-bilionários, andássemos sempre dentro do limite de velocidade e o fato de se ter muitas multas morando em cidades onde a indústria da multa impera, fosse algo típico de irresponsáveis. Ah também não ultrapassamos pela direita em uma via duplicada. Nunca. Thor pode ser um filhinho de papai irresponsável, mas neste caso, o q ficou gritante foi a hipocrisia de quem não admite q um rico possa estar do lado certo.
ResponderExcluirE o argumento do zig zag? Bilionários e não bilionários podem fazer isso a 135km/h? Indústria da multa uma ova. Cadeia e multa pra quem mata e corre no trânsito. Att Dalai Lama
ExcluirRefutando o Papa (Benedito XVI?), não somos todos, como você diz que cometemos essas imprudências e irregularidades no trânsito que, pelas suas palavras você faz. O caso do Thor Batista, mais do que preconceito por ser milionário é emblemático porque sempre, nesses casos a Polícia ou a Justiça alivia para os filhinhos de papai. E, pela conclusão da polícia, ele não estava do lado certo nessa história. Não foi fatalidade, foi imprudência aliada a imperícia e ao sentimento de impunidade.
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