terça-feira, 19 de junho de 2012

Assange pede asilo ao Equador

Por Altamiro Borges

O criador do Wikileaks, Julian Assange, fugiu de sua prisão domiciliar na Inglaterra e se alojou na embaixada do Equador em Londres, segundo informou nesta terça-feira (19) o chanceler equatoriano Ricardo Patiño. Conforme o seu relato, o jornalista, que teve a sua ordem de extradição para a Suécia confirmada em última instância pela Justiça britânica, já solicitou asilo político ao governo de Rafael Correa.


Assange é vítima de brutal perseguição política, principalmente por parte do governo imperial dos EUA. Numa campanha orquestrada, ele é acusado por crimes sexuais, mas o objetivo das investidas é o de silenciar o Wikileaks. O sítio tornou-se famoso ao romper com o segredo de negociações diplomáticas, publicando mais de 1,2 milhão de documentos sigilosos – em especial, da “diplomacia” ianque.

Prisão em Guantánamo?

Em recente entrevista à jornalista Natalia Viana, da agência Pública, o porta-voz do Wikileaks demonstrou preocupação diante da decisão da corte suprema do Reino Unido favorável à extradição de Assange para a Suécia. Kristinn Hrafnsson, que em outubro do ano passado participou do I Encontro Mundial de Blogueiros em Foz do Iguaçu (PR), afirmou que a decisão poderia ter graves efeitos.

“Temos fortes indícios de que os Estados Unidos podem pedir sua extradição da Suécia. Não há nenhum pedido formal ainda, mas sabemos, com base nos emails vazados da empresa de inteligência Stratfor, que existe uma acusação secreta contra Julian. Essa acusação teria sido expedida por um júri secreto que se reuniu durante meses em Alexandria, na Virgínia”, alertou Kristinn.

O temor é que Assange seja extraditado para a Suécia e, na sequência, enviado aos EUA – possivelmente para o macabro presídio de Guantánamo. Diante deste risco, o fundador do Wikileaks, que recentemente entrevistou o presidente Rafael Correa, solicitou o asilo no Equador. Na ocasião, Correa até brincou: “Seja bem-vindo ao clube dos perseguidos” pelo império.

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