Clique para ampliar o documento |
A presidenta Dilma Rousseff, que foi presa e barbaramente
torturada, parece indignada com a arbitrária destituição do presidente Fernando
Lugo. No encerramento da Rio+20, na tarde de hoje (22), ela deixou explicito a sua
revolta. Numa rápida entrevista, Dilma sinalizou que os golpistas do Paraguai
poderão sofrer sanções das nações sul-americanas. “Disso [o golpe] sai uma
consequência”.
“Nós passamos por um processo muito doloroso de golpe e
passamos por um processo de retomada da democracia. Dar valor a ela [a
democracia] é algo muito importante”, disse a presidenta. Questionada sobre a
possibilidade do Brasil, junto com os demais países membros da Unasul e do
Mercosul, romper relações com o governo golpista do país vizinho, ela não
descartou a hipótese: “Posso dizer o que está previsto no protocolo, que é a
não participação nos órgãos multilaterais”.
Excitação da direita sul-americana
Há consenso no Itamaraty que o Paraguai foi vítima de um golpe. A diplomacia brasileira critica o processo de condenação sumária, em
poucas horas e sem o legítimo direito de defesa, de Fernando Lugo. A mesma
opinião é compartilhada pela maioria dos governantes da América do Sul – com exceção
do neofascista Sebastián Piñera, do Chile. A Unasul inclusive divulgou uma nota oficial
condenando o golpe e prevendo possíveis retaliações aos golpistas.
O golpe no Paraguai abre um perigoso precedente na América
do Sul, como já alertou o presidente Rafael Correa, do Equador. A direita
sul-americana – que expressa os interesses dos ricaços do campo e da cidade e
também do império estadunidense, e utiliza a mídia corporativa para difundir
suas mentiras – está excitada com o aparente êxito dos golpistas.
É preciso dar um breque nesta perigosa iniciativa. A
presidente Dilma Rousseff, pelo papel estratégico que o Brasil desempenha na
região, deve mesmo “tirar as consequências” deste repugnante golpe. Com base
nos protocolos da Unasul e do Mercosul, tendo como objetivo a defesa da
democracia e da integração regional, o governo brasileiro deveria, de fato, propor o rompimento com os
golpistas do Paraguai. Esta é a única linguagem que as elites reacionárias entendem!
Verdadeiramente, o presidente Lula acertou ao nos indicar sua sucessora. Fibra, moral e determinação, da mesma estirpe que o presidente Lula. Tenho certeza que a luta contra a direita capitalista, neoliberal, que com seus mecanismos golpista cria crises econômicas em todos os países e desestabilizam governos - com CIA e BM - permanecerão sob redobrada atenção da UNASUL. Vê-se que já estão investindo na desestabilização da Argentina. Ao povo paraguaio minha solidariedade. À Presidenta Dilma a lucidez e a firmeza que sempre a caracterizaram, e que muito nos orgulha.
ResponderExcluirSanções duras, sim!
ResponderExcluirMas, se expulsar do Mercosul faz o que os EUA querem.