O “ativismo de sofá” está na moda e, hoje, com um “clique” podemos mudar o mundo. Isso é verdade? Campanhas de mobilização virtual são capazes de promover mudanças políticas reais? ‘Curtir’ sem sair de casa é se engajar? O que o vídeo Kony 2012 nos ensina sobre campanhas de direitos humanos na internet e qual o real impacto destas novas virtualidades na vida real? A Primavera Árabe teria existido sem a força da internet? E qual a diferença fundamental – de forma, de meios – entre as revoluções de agora e as da ‘Era Analógica’?
Questões como estas serão discutidas no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura do Conjunto Nacional – um dos pontos mais tradicionais de São Paulo, na Avenida Paulista nº 2073 – no dia 11 de junho, das 19h às 21h, no debate “Internet e Revoluções: Mudar o Mundo num Click?”. O evento é promovido pela Conectas e a Livraria Cultura, com apoio da agência Ei Viu! e transmissão ao vivo, pela internet, da rede Fora do Eixo. A cineasta e apresentadora Marina Person mediará o debate com os convidados Pedro Abramovay, representante da Avaaz, movimento que mobiliza quase 15 milhões de internautas ao redor do mundo, e Rodrigo Savazoni, um dos jornalistas criadores da Casa da Cultura Digital.
Também serão apresentados depoimentos em vídeo de ativistas como Hossam Bahgat, diretor da Iniciativa Egípcia pelos Direitos Pessoais, que tem mais de 30 mil seguidores no Twitter e foi um das fontes da mídia internacional durante a cobertura das manifestações na Praça Tahir, durante a Primavera Árabe.
Curiosamente, ele disse que a revolução deslanchou, de fato, depois que o governo cortou telefones e internet no país. “As pessoas não tinham o que fazer em casa e nos escritórios. Então, simplesmente saíram para as ruas”, disse Bahgat. “No início, a internet funcionou como uma grande praça virtual, onde as pessoas se encontravam e combinavam o que fazer. Não havia mobilização que, de alguma forma, não tivesse sido articulada com o uso da internet. Mas esse foi apenas um estágio da revolução.”
“Sentíamos falta de mais espaços de debate como este em São Paulo. A Conectas, como uma organização internacional de direitos humanos, tem se esforçado cada vez mais em dar visibilidade a temas que, antes, estavam restritos a juristas, acadêmicos, ativistas e políticos. A parceria com a Livraria Cultura tem esse sentido”, disse Lucia Nader, diretora executiva da Conectas.
Questões envolvidas
A mesa debate o que mudou na política e nos direitos humanos com as novas tecnologias. As redes sociais aceleraram a troca de informações e ampliaram seu alcance a um nível global, mas o real impacto deste fenômeno nas políticas públicas ainda é incerto. Como toda dinâmica de larga escala na opinião pública, as grandes campanhas na internet flertam com o maniqueísmo e com a simplificação exagerada dos grandes problemas políticos. Será esse um preço a pagar para um engajamento massivo? E que riscos esta nova realidade traz?
Ao mesmo tempo, revoltas como as da Primavera Árabe mostram o quanto a internet pode ajudar a dinamizar a troca de informações entre manifestantes que já estão fisicamente engajados nas ruas e praças do mundo, protestando contra regimes fechados. Em casos assim, a tecnologia não é a ilusão da participação, mas um componente enzimático, capaz de acelerar a queda de tiranos e amalgamar grupos opositores atré então dispersos ou inconscientes de sua própria dimensão e poder.
Serviço
“Internet e Revoluções: Mudar o Mundo num Click?”
11 de junho, das 19h às 21h
Teatro Eva Herz da Livraria Cultura do Conjunto Nacional
Avenida Paulista, nº 2073
Debatedores: Pedro Abramovay (Avaaz) e Rodrigo Savazoni (Casa da Cultura Digital)
Mediadora: Marina Person (cineasta e apresentadora)
Realização: Conectas Direitos Humanos e Livraria Cultura
Apoiadores: EiViu! e Fora do Eixo
168 lugares, sendo 4 para cadeirantes
Entrada gratuita por ordem de chegada
O Avaaz é patrocinado por George Soros. A partir disso não pode ser algo sério e confiável.
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