Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:
Nas últimas semanas, o ex-prefeito carioca Cesar Maia assumiu de vez o papel de carpideira de quartéis, para citar expressão usada, nos anos 1960, para identificar políticos envolvidos em golpes militares. Maia tem agido assim. Sistematicamente, vem fazendo denúncias contra ações do governo da presidenta Dilma Rousseff. Para isso ressuscita fantasmas usados contra o presidente Goulart, derrubado no golpe de 1964.
Maia adapta frases adequadas, a uma “guerra fria” inexistente. Os argumentos dele baseiam-se em decisões do governo interna e externamente. Neste último caso, preferencialmente, sobre as relações institucionais amigáveis do Brasil com a Cuba de Fidel, fantasma de outros tempos, e a Venezuela de Chávez, fantasma recente. Dois exemplos publicados no blog dele: “Terceirização Vermelha: em 2013 chegam ao Brasil 1.500 médicos cubanos contratados.”
A denúncia trata de um acordo entre o Brasil e Cuba. Na Ilha foram desenvolvidas experiências de atendimento médico com bons resultados. Elas serão aplicadas aqui por profissionais cubanos. Um trabalho remunerado. Maia dá um colorido de “ameaça vermelha” revivendo os tempos em que dependuravam adversários políticos em “pau de arara”.
Aspas para ele: “Fatos sucessivos indicam que a formação de Dilma na esquerda revolucionária dos anos 1970 estaria incorporando-se a suas ações e decisões”.
Na busca constante e frenética do denuncismo terrorista, Maia atacou o discurso da presidenta do “1º de Maio” quando ela criticou a resistência do sistema financeiro a baixar as taxas de juro. Ele interpretou isso como “polarização política fácil e… oportunista: Dilma x Banqueiros”.
Para entender o jogo calculado de Cesar Maia, basta lembrar que esse tipo de denúncia tem um público cativo, os militares, muito inquieto neste momento em que são recontadas ou reveladas práticas tenebrosas da ditadura.
Não é uma decisão tresloucada de Maia. É loucura calculada. Em livro publicado nos anos 1990, explicou que fazia política com régua e compasso. Foi naquela época que iniciou caminhada-solo após renegar Leonel Brizola.
Passou, então, a se apresentar como “líder da direita”. Para evitar um choque brusco nos eleitores, fez calculadamente uso de um jogo de vogais, com a mesma preposição e a mesma finalidade, de tornar-se “líder de direita”. Ele mudou de lado. Havia uma vaga desde a morte de Carlos Lacerda (1914-1977). Contingente expressivo de eleitores, homens e mulheres, além de setores militares, era identificado como sendo “viúvas de Lacerda”. Por aí ele abriu caminho e, por duas vezes, conquistou a prefeitura do Rio.
Faltou consistência política, carisma e, inclusive, a qualidade intelectual de Lacerda, um dos maiores panfletários brasileiros para se apresentar como líder de direitas. Maia não teve fôlego para voos mais altos. Quando tentou, em 2010, sofreu uma derrota arrasadora como candidato ao Senado apesar de ter abusado dos gestos populistas em busca de votos. O mais representativo deles foi tentar cantar Asa Branca na feira popular nordestina, no Rio.
Agora, apresenta-se em busca de vaga na Câmara de Vereadores.
A disputa é um esforço de Maia para tentar salvar o que resta do DEM no estado do Rio. Nesse sentido, lançou o filho Rodrigo, deputado federal, a prefeito da cidade. Sem chances. É provável, no entanto, que Maia ganhe sobrevida política como vereador.
Nas últimas semanas, o ex-prefeito carioca Cesar Maia assumiu de vez o papel de carpideira de quartéis, para citar expressão usada, nos anos 1960, para identificar políticos envolvidos em golpes militares. Maia tem agido assim. Sistematicamente, vem fazendo denúncias contra ações do governo da presidenta Dilma Rousseff. Para isso ressuscita fantasmas usados contra o presidente Goulart, derrubado no golpe de 1964.
Maia adapta frases adequadas, a uma “guerra fria” inexistente. Os argumentos dele baseiam-se em decisões do governo interna e externamente. Neste último caso, preferencialmente, sobre as relações institucionais amigáveis do Brasil com a Cuba de Fidel, fantasma de outros tempos, e a Venezuela de Chávez, fantasma recente. Dois exemplos publicados no blog dele: “Terceirização Vermelha: em 2013 chegam ao Brasil 1.500 médicos cubanos contratados.”
A denúncia trata de um acordo entre o Brasil e Cuba. Na Ilha foram desenvolvidas experiências de atendimento médico com bons resultados. Elas serão aplicadas aqui por profissionais cubanos. Um trabalho remunerado. Maia dá um colorido de “ameaça vermelha” revivendo os tempos em que dependuravam adversários políticos em “pau de arara”.
Aspas para ele: “Fatos sucessivos indicam que a formação de Dilma na esquerda revolucionária dos anos 1970 estaria incorporando-se a suas ações e decisões”.
Na busca constante e frenética do denuncismo terrorista, Maia atacou o discurso da presidenta do “1º de Maio” quando ela criticou a resistência do sistema financeiro a baixar as taxas de juro. Ele interpretou isso como “polarização política fácil e… oportunista: Dilma x Banqueiros”.
Para entender o jogo calculado de Cesar Maia, basta lembrar que esse tipo de denúncia tem um público cativo, os militares, muito inquieto neste momento em que são recontadas ou reveladas práticas tenebrosas da ditadura.
Não é uma decisão tresloucada de Maia. É loucura calculada. Em livro publicado nos anos 1990, explicou que fazia política com régua e compasso. Foi naquela época que iniciou caminhada-solo após renegar Leonel Brizola.
Passou, então, a se apresentar como “líder da direita”. Para evitar um choque brusco nos eleitores, fez calculadamente uso de um jogo de vogais, com a mesma preposição e a mesma finalidade, de tornar-se “líder de direita”. Ele mudou de lado. Havia uma vaga desde a morte de Carlos Lacerda (1914-1977). Contingente expressivo de eleitores, homens e mulheres, além de setores militares, era identificado como sendo “viúvas de Lacerda”. Por aí ele abriu caminho e, por duas vezes, conquistou a prefeitura do Rio.
Faltou consistência política, carisma e, inclusive, a qualidade intelectual de Lacerda, um dos maiores panfletários brasileiros para se apresentar como líder de direitas. Maia não teve fôlego para voos mais altos. Quando tentou, em 2010, sofreu uma derrota arrasadora como candidato ao Senado apesar de ter abusado dos gestos populistas em busca de votos. O mais representativo deles foi tentar cantar Asa Branca na feira popular nordestina, no Rio.
Agora, apresenta-se em busca de vaga na Câmara de Vereadores.
A disputa é um esforço de Maia para tentar salvar o que resta do DEM no estado do Rio. Nesse sentido, lançou o filho Rodrigo, deputado federal, a prefeito da cidade. Sem chances. É provável, no entanto, que Maia ganhe sobrevida política como vereador.
O que fazer em casos assim? Interna-lo? Tem gente que dorme e sonha que é Napoleão. Outros sonham que é Rei. Esse daí se acha Rei.
ResponderExcluirSugiro que todos os blogs, constantemente, tenha links que remeta aos a reportagem em vídeo "Ponte Llaguno - As chaves de um massacre - (legendado em português). http://www.youtube.com/watch?v=SSynARkEMVU&feature=youtu.be
Mesmo que muitos já tenham assistidos, vale para os que chegam de primeira vez. Têm coisas que não dá para esperar. Os blogs progressistas podem ter uma seção de vídeos denúncias desse tipo com link sempre disponível, em destaque.
Que tal? Eu assisti os vídeos e eu que sou contra pena de morte, achei que os militares e repórteres que aparecem deveriam ter pena sumária. O que fizeram nem se pode considerá-los dentro de um nível de civilização razoável. São bárbaros, patológicos sociais incuráveis, pelo menos nesta vida. E o vídeo mostra que pessoas que agem contra a própria pátria são de perfis idênticos, em qualquer País. E eles estão agindo. São totalmente amorais.