quarta-feira, 25 de julho de 2012

Erenice inocentada. E a Folha e a Veja?

Por Altamiro Borges

Numa notinha de 2.158 toques, a Folha noticia hoje que a ex-ministra Erenice Guerra foi inocentada no inquérito que apurou seu envolvimento num suposto esquema de tráfico da influência na Casa Civil. O caso foi arquivado pela Justiça Federal por absoluta falta de provas e a sentença do juiz Vallisney de Souza Oliveira teve o apoio do Ministério Público e a PF, que acompanharam o processo aberto há um ano e sete meses. Em síntese: tratou-se de mais um assassinato de reputação patrocinado pela mídia!
A própria Folha confirma o seu ato irresponsável e criminoso. “Erenice perdeu o cargo de ministra da Casa Civil em 2010, em meio à disputa presidencial. A queda ocorreu no dia em que a Folha revelou que ela recebeu um empresário e o orientou a contratar a consultoria do seu filho para conseguir um empréstimo no BNDES”. O tal “empresário” era Rubnei Quícoli, um notório vigarista que o jornal utilizou como fonte das suas acusações levianas para fabricar um mais um escândalo político.

As razões políticas do escândalo fabricado

O escândalo não teve apenas razões comerciais, não visou apenas aumentar as vendas com base em matérias sensacionalistas. Ele teve conotação política. Visou interferir diretamente nas eleições presidenciais de 2010. Erenice era considerada o braço direito da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ocupou a pasta quando esta deixou o posto para disputar a sucessão. A mesma Folha se jacta, na maior caradura, que “o escândalo tirou votos de Dilma e acabou contribuindo para levar a eleição ao segundo turno”.

Além da Folha, a revista Veja fez da denúncia leviana uma corrosiva peça de campanha eleitoral. Num gesto criminoso, ela obrou a capa terrorista com o título “Caraca, que dinheiro é esse”. A “reporcagem” dizia que pacotes de até R$ 200 mil teriam sido entregues no interior da Casa Civil, então comandada por Erenice Guerra. Tudo a partir de denúncias em off, de fontes anônimas. A revista não apresentou qualquer prova concreta e, na sequência, também se gabou da degola da ex-ministra. Um crime!

Agora, Erenice foi inocentada pela Justiça. E como ficam os assassinos de reputações da Folha e da Veja?

7 comentários:

  1. antonio barbosa filho25 de julho de 2012 às 13:23

    Ninguém processa esses terroristas midiáticos? Nem Lula, enquanto cidadão, aciona os que tão largamente o chamam de "ladrão", "ditador", "terrorista" e "narcotraficante"?
    Enquanto algum pistoleiro do PIG não for para trás das grades, lugar de bandido, vamos assistir a esta covarde e criminosa manipulação da opinião pública e aos atentados à Democracia.

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  2. Prezados, por favor, isto me parece um crime. Não é possivel processar quem caluniou a Erenice? Ou seja, processar a Veja e a Folha?

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  3. Essa mulher transformou a casa Civil num negócio de família. Empregou filho, sobrinho, cachorro e papagaio.
    E se não tivesse culpa no cartório, Dilma teria mantido ela no cargo.

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  4. Ser inocentado por falta de provas no Brasil, não significa o mesmo que ser inocente.
    Suponho que como "inocentada", ela volte ao seu posto no governo da Dilma, ganhe uma bolada dos "caluniadores" e viva feliz.
    Será?

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  5. Até concordo que a reputação da senhora foi atingida e que pelo visto a revista estava errada. No entanto, chamar o indivíduo de notório vigarista, sem apontar condenações judiciais, não é muito diferente do que a revista fez.

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  6. Tb entendo que não ser condenado por falta de provas não é a mesma coisa de ser inocentado. Inocentado é o indivíduo que prova que não cometeu o ato, o que, pelo visto, não foi o caso desta senhora. Então, não se pode dizer que ela foi inocentada.

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  7. Straub, se isso é crime a lei que o define está parecendo que já caducou, pq isso é prática contumaz de todo gestor público, no executivo, no legislativo, e no judiciário. Pra disfarçar, sobretudo no judiciário e no legislativo, eles fazem nepotismo cruzado. No Executivo isso é escancarado, pelo menos nos Estados e municípios. Isso é pratica secular que deve ter começado com o pedido da Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei pedindo um cargo para seu sobrinho. É prática corriqueira de uma “cultura mau caráter” se se pode dizer isso. Não estou dizendo que está certo, só lembrando que é preciso acusar, julgar e punir e colocar na cadeia todos, sem exceção. Antes tem que construir as cadeias, porque extrapolaria, em larga escala, a capacidade das já superlotadas cadeias do Brasil, pq isso acontece nas três esferas de poder: nos municípios (prefeituras e câmaras de vereadores, imagine que são mais de 5.000 municípios), nos estados (órgãos públicos, secretarias e nas assembleias legislativas estaduais) e na União (nos ministérios, Câmara Federal e no Senado) e muita gente só consegue pinçar o problema enxergando somente aquele infrator que não pertence ao partido em que ele votou. É preciso acordar do sono letárgico, “deitado eternamente em berço esplêndido”.

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