Por Hugo Albuquerque, no sítio Outras Palavras:
Nessa última terça, (10/7), a Organização dos Estados Americanos (OEA) realizou uma sessão extraordinária para debater como reagir diante da situação no Paraguai, mas não chegou a conclusão. O país sul-americano entrou na pauta dos principais blocos e organizações do continente depois que um processo de impeachment, votado de forma relâmpago e afastando qualquer possibilidade de defesa, destituiu o presidente Fernando Lugo. Um típico caso de golpe branco, no qual tanques e aviões deram lugar ao parlamento e a togas.
Na semana passada, o Mercosul (bloco econômico do Cone Sul) e a Unasul (União das Nações da América do Sul) haviam decidido, por unanimidade, suspender o Paraguai até que a ordem democrática seja reestabelecida. Com a OEA, foi diferente. Além de reunir os integrantes da Unasul e Mercosul, ela tem como membros os países norte e centro-americanos (exceção feita a Cuba) – isto é, a zona de influência direta de Washington. A correlação de forças é naturalmente mais complexa e tensa.
Surgiu uma clara divisão. Liderados por Brasil e Argentina, os países sul-americanos contrapuseram-se, em bloco, à posição adotada pelo secretário-geral da OEA. Para ele, o Paraguai vive uma situação de normalidade, merecendo apenas críticas laterais. Segundo seu relatório, o impeachment de Lugo foi constitucional e a negativa de direito à defesa, mero erro formal que, eufemisticamente, “abalou a aura de legitimidade do processo”.
Por ora, Washington não se pronunciou sobre o golpe. Mas o Canadá mostrou-se favorável ao novo governo, e foi seguido por Honduras e Haiti. A posição da Venezuela de sua área de influência não surpreendeu: repúdio à destituição do presidente eleito. A novidade é que a posição foi acompanhada pelos países da América do Sul governados por forças de centro-direita (Colômbia e Chile).
Agora, os Estados-membros estão submetendo o relatório Insulza a juízo crítico. O difícil é saber se darão sentido prático a esta postura. Uma sanção ao Paraguai, por mais tênue que seja, parece cada vez mais improvável. para a próxima reunião extraordinária do órgão. Embora não haja reconhecimento do governo de fato paraguaio por parte dos membros da Unasul, também não há, como não houve na reunião de ontem da OEA, empenho em reverter a situação paraguaia.
No frigir dos ovos, o quadro expõe uma fratura que pode ampliar-se no futuro. As Américas estão se polarizando em dois blocos de países. Num deles, que parece crescer, está a Unasul; em outro, a zona de influência geopolítica e cultural de Washington, que um dia exerceu hegemonia sobre todo o continente.
Na semana passada, o Mercosul (bloco econômico do Cone Sul) e a Unasul (União das Nações da América do Sul) haviam decidido, por unanimidade, suspender o Paraguai até que a ordem democrática seja reestabelecida. Com a OEA, foi diferente. Além de reunir os integrantes da Unasul e Mercosul, ela tem como membros os países norte e centro-americanos (exceção feita a Cuba) – isto é, a zona de influência direta de Washington. A correlação de forças é naturalmente mais complexa e tensa.
Surgiu uma clara divisão. Liderados por Brasil e Argentina, os países sul-americanos contrapuseram-se, em bloco, à posição adotada pelo secretário-geral da OEA. Para ele, o Paraguai vive uma situação de normalidade, merecendo apenas críticas laterais. Segundo seu relatório, o impeachment de Lugo foi constitucional e a negativa de direito à defesa, mero erro formal que, eufemisticamente, “abalou a aura de legitimidade do processo”.
Por ora, Washington não se pronunciou sobre o golpe. Mas o Canadá mostrou-se favorável ao novo governo, e foi seguido por Honduras e Haiti. A posição da Venezuela de sua área de influência não surpreendeu: repúdio à destituição do presidente eleito. A novidade é que a posição foi acompanhada pelos países da América do Sul governados por forças de centro-direita (Colômbia e Chile).
Agora, os Estados-membros estão submetendo o relatório Insulza a juízo crítico. O difícil é saber se darão sentido prático a esta postura. Uma sanção ao Paraguai, por mais tênue que seja, parece cada vez mais improvável. para a próxima reunião extraordinária do órgão. Embora não haja reconhecimento do governo de fato paraguaio por parte dos membros da Unasul, também não há, como não houve na reunião de ontem da OEA, empenho em reverter a situação paraguaia.
No frigir dos ovos, o quadro expõe uma fratura que pode ampliar-se no futuro. As Américas estão se polarizando em dois blocos de países. Num deles, que parece crescer, está a Unasul; em outro, a zona de influência geopolítica e cultural de Washington, que um dia exerceu hegemonia sobre todo o continente.
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