domingo, 1 de julho de 2012

Golpistas do Paraguai adoram tucanos

Por Altamiro Borges

O jornal ABC Color, o principal veículo da direita oligárquica do Paraguai, está encantado com os tucanos brasileiros. O artigo do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, defendendo o golpe na nação vizinha e criticando o Mercosul por suspender o país do bloco regional, virou destaque na edição do diário paraguaio – que também publicou as opiniões de outras lideranças tucanas.


O blog Amigos do presidente Lula, sempre atento, foi o primeiro a registrar a troca de gentilezas entre os golpistas do Paraguai e do Brasil. Para José Augusto, editor do blog, o destaque dado pelo PIG paraguaio às besteiras de Sérgio Guerra confirma que “o PSDB se consolida como um partido arcaico e reacionário, legítimo representante das velhas oligarquias políticas do século passado”.

Tucanos e calunistas contrabandeados

Os golpistas do país vizinho até poderiam contrabandear alguns tucanos para assessorá-los na montagem do governo autoritário. Não foi apenas o desgastado Sérgio Guerra que manifestou efusivo apoio ao golpe. O senador Álvaro Dias e o amargurado Arthur Virgílio também publicaram textos afirmando que a deposição do presidente Fernando Lugo foi “democrática e constitucional”.

Além de contrabandear vários tucanos, os golpistas do Paraguai poderiam ainda contratar alguns editorialistas e colunistas da mídia brasileira. Nos últimos dias, eles fizeram de tudo para justificar o injustificável. Até mereciam um carguinho no governo fantoche. Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Elio Gaspari e outros dariam excelentes assessores de imprensa dos golpistas.

Editorial direitista da Folha

Outra sugestão para os donos do ABC Color: não deixem de reproduzir o editorial da Folha de hoje. É um primor na defesa marota do golpe. Ele chega a comparar os tiranetes do Paraguai com o governo popular, eleito e reeleito, do presidente Hugo Chávez. “O rigor empregado contra a pressa do impeachment paraguaio é desmentido pela complacência perante a escalada autoritária na Venezuela”.

Para a famiglia Frias, que tem longa experiência em golpes – apoiou abertamente o bancado no Brasil –, a suspensão do Paraguai do Mercosul foi uma “punição excessiva”. Já a aprovação do ingresso da Venezuela, há muita referendada pelo Senado brasileiro, seria um grave perigo que reforça “as crendices econômicas da esquerda mais rudimentar, hostil ao empreendimento privado”.

A Folha, como o restante da mídia corporativa, é uma firme defensora do “deus-mercado”. Caso ele esteja ameaçado, dane-se a democracia e os ritos normais da Justiça! Como afirma Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa” do PSDB, “os quase quatro anos do ex-bispo Lugo foram um parêntesis, quase uma ilusão. O jogo bruto da política não comporta ilusões nem iludidos”.

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