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Em nota divulgada nesta segunda-feira (9), Fernando Lugo, o presidente deposto pelo golpe parlamentar no Paraguai, denunciou os atos de violência cometidos pelo "regime ilegítimo e golpista de Federico Franco". Servidores públicos foram demitidos "sob a alegação de serem esquerdistas". Os senadores Carlos Filizzola e Sixto Pereira, que votaram contra o impeachment sumário, estão ameaçados de perder seus mandatos. O clima é de perseguição e de medo, típico de um regime ditatorial.
Enquanto isso, a mídia colonizada do Brasil segue argumentando que a deposição de Lugo seguiu as normas "democráticas e constitucionais". Ela também investe contra o Mercosul, que decidiu suspender o Paraguai e incorporar a Venezuela. A gritaria é vergonhosa - lembrando o período do golpe militar de 1964. A direita golpista inclusive já elegeu o seu herói neste triste episódio, o senador Álvaro Dias (PSDB-BA), que virou o "embaixador dos golpistas" no Brasil. A oligarquia e os narcotraficantes do Paraguai agradecem o apoio!
Leia a íntegra da nota de Fernando Lugo endereçada à opinião pública nacional e internacional:
Não à violência do regime ilegítimo e golpista!
O julgamento político de 21 e 22 de junho teve origem em um ato de violência em Curuguaty que deixou 17 mortos e que foi parte de uma conspiração para desestabilizar o Poder Executivo. Propusemos desde a Presidência a constituição de uma comissão especial de investigação séria do ocorrido com acompanhamento de organismos internacionais. No entanto, a primeira medida do regime encabeçado por Federico Franco foi suspender essa iniciativa, o que desperta a suspeita de toda a nação de que não há interessa por parte desse regime de esclarecer aqueles fatos.
O governo atual é um regime originado na violência e frente a isso temos realizado, desde o começo, um chamado ao povo para manter a calma, evitar as provocações e a violência. Essa tem sido a atitude de nossa parte, mas temos encontro violência e perseguição por parte do atual regime.
A Mesa do Senado não entregou até agora, após mais de quinze dias, nem ao presidente Fernando Lugo nem ao senador Filizzola, o registro gravado das sessões e a sentença com as razões da destituição do presidente constitucional, apesar dos vários pedidos feitos neste sentido.
Os senadores Carlos Filizzola e Sixto Pereira estão sendo ameaçados por senadores golpistas com a suspensão por terem se oposto ao julgamento político.
No Senave (órgão de controle das sementes), o novo presidente, um vendedor de agrotóxicos, militante do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), afastou mais de cem funcionários sob a acusação de que seriam “luguistas”.
Na Itaipu Binacional, o sindicato controlado por Honor Colorado, em aliança com o atual diretor geral paraguaio, dirigente do PLRA, anunciou a demissão de 300 funcionários sob a acusação de serem “esquerdistas”.
O novo regime tratou de assaltar a TV Pública, o que gerou uma heroica defesa de seus funcionários. Mas já se iniciaram também as ameaças para sufocar a resistência e começaram demissões em massa. Em vários ministérios recebemos denúncias no mesmo sentido. Acreditávamos que as demissões por motivos ideológicos eram práticas do passado estronista, mas elas voltam agora pelas mãos da cúpula do PLRA.
O novo regime apresentou com clara intenção intimidatória um vídeo de muitos anos atrás onde aparecem líderes políticos como o atual senador Sixto Pereira e o governador de São Pedro, José Pakova Ledesma. A partir de vários espaços, os golpistas anunciam ações contra o presidente Lugo. Eles não somente violaram princípios fundamentais do direito para poder implementar um julgamento político arranjado, como continuam as ilegalidades com perseguições e atentados contra a pessoas que resistem pacificamente e buscam amedrontar os dirigentes políticos que não vacilaram na defesa da democracia paraguaia.
São estes alguns dos fatos que convocam a opinião pública internacional e nacional, a todos os democratas da região e do país, às instituições internacionais e regionais a não ceder na denúncia para impedir que o atropelo contra a Democracia e a Constituição paraguaia fique impune.
O julgamento político de 21 e 22 de junho teve origem em um ato de violência em Curuguaty que deixou 17 mortos e que foi parte de uma conspiração para desestabilizar o Poder Executivo. Propusemos desde a Presidência a constituição de uma comissão especial de investigação séria do ocorrido com acompanhamento de organismos internacionais. No entanto, a primeira medida do regime encabeçado por Federico Franco foi suspender essa iniciativa, o que desperta a suspeita de toda a nação de que não há interessa por parte desse regime de esclarecer aqueles fatos.
O governo atual é um regime originado na violência e frente a isso temos realizado, desde o começo, um chamado ao povo para manter a calma, evitar as provocações e a violência. Essa tem sido a atitude de nossa parte, mas temos encontro violência e perseguição por parte do atual regime.
A Mesa do Senado não entregou até agora, após mais de quinze dias, nem ao presidente Fernando Lugo nem ao senador Filizzola, o registro gravado das sessões e a sentença com as razões da destituição do presidente constitucional, apesar dos vários pedidos feitos neste sentido.
Os senadores Carlos Filizzola e Sixto Pereira estão sendo ameaçados por senadores golpistas com a suspensão por terem se oposto ao julgamento político.
No Senave (órgão de controle das sementes), o novo presidente, um vendedor de agrotóxicos, militante do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), afastou mais de cem funcionários sob a acusação de que seriam “luguistas”.
Na Itaipu Binacional, o sindicato controlado por Honor Colorado, em aliança com o atual diretor geral paraguaio, dirigente do PLRA, anunciou a demissão de 300 funcionários sob a acusação de serem “esquerdistas”.
O novo regime tratou de assaltar a TV Pública, o que gerou uma heroica defesa de seus funcionários. Mas já se iniciaram também as ameaças para sufocar a resistência e começaram demissões em massa. Em vários ministérios recebemos denúncias no mesmo sentido. Acreditávamos que as demissões por motivos ideológicos eram práticas do passado estronista, mas elas voltam agora pelas mãos da cúpula do PLRA.
O novo regime apresentou com clara intenção intimidatória um vídeo de muitos anos atrás onde aparecem líderes políticos como o atual senador Sixto Pereira e o governador de São Pedro, José Pakova Ledesma. A partir de vários espaços, os golpistas anunciam ações contra o presidente Lugo. Eles não somente violaram princípios fundamentais do direito para poder implementar um julgamento político arranjado, como continuam as ilegalidades com perseguições e atentados contra a pessoas que resistem pacificamente e buscam amedrontar os dirigentes políticos que não vacilaram na defesa da democracia paraguaia.
São estes alguns dos fatos que convocam a opinião pública internacional e nacional, a todos os democratas da região e do país, às instituições internacionais e regionais a não ceder na denúncia para impedir que o atropelo contra a Democracia e a Constituição paraguaia fique impune.
Não é típico golpe militar, foi um golpe militar, porque senão sai em um impeachment ilegal, saia à força por conta deste impeachment ilegal.
ResponderExcluirNão existe condenação sumária na democracia. Lugo não teve tempo sequer de defesa junto aos seus colegas. E o que alegaram para tirá-lo do poder não existem nem no mundo da Alice das Maravilhas.
Esses golpistas agiram como o são, uns loucos que assumiram o poder em alucinação total e vão agir como tais enquanto governarem.
São um perigo para toda a sociedade paraguaia, Americanas e mundial.
As organizações mundiais que cuidam destes casos devem destituí-los imediatamente, pois senão a política mundial vira um caós, não mais existirão regras, leis, pré-estabelecidas que garantam a nenhum cidadão esses seus direitos pré-garantidos diante da sua sobrevivência, da sobrevivência de um povo, de uma nação.
José da Mota.